China / ÁsiaPrimeiro carregamento de lítio brasileiro chega à China Hoje Macau - 29 Mai 2023 O primeiro carregamento de lítio vindo do Brasil, um metal raro vital para o fabrico de baterias para automóveis elétricos, chegou à China, anunciou hoje a imprensa chinesa. A primeira remessa, com 55 mil toneladas de carbonato de lítio, chegou ao porto de Quanzhou, na província de Fujian, no sudeste da China, avançou o Quanzhou Business News. O jornal financeiro sublinhou que dada a escassez de lítio, a alfândega de Quanzhou “permitiu de imediato” o desalfandegamento do minério, “para garantir que pode ser colocada em produção o mais depressa possível”. “A abertura deste canal internacional de comércio criou uma sólida base para a chegada futura de mais matérias-primas, incluindo carbonato de lítio, em Quanzhou”, disse um porta-voz do armador chinês que transportou o minério do Brasil. Este que foi também o primeiro carregamento de lítio importado pela China este ano chegou a Quanzhou a 15 de maio após mais um mês de viagem, disse o chefe da alfândega do porto chinês, He Jiaqing. Em fevereiro, o jornal brasileiro Globo avançou que a primeira remessa de carbonato de lítio brasileiro, estimada em 15 mil toneladas, deveria partir de Ilhéus, no estado da Bahia, no nordeste do Brasil, com destino à China em abril. O lítio foi extraído pela empresa Sigma Lithium nas áreas de Araçuaí e Itinga, na região do Vale do rio Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, situado no estado de Minas Gerais, no sudeste do país. A Sigma pretende extrair 766 mil toneladas de lítio por ano na região, onde se encontram as maiores reservas minerais de lítio do Brasil. Minerais como o lítio são considerados essenciais para a concretização da designada “transição energética” das economias mundiais dependentes de combustíveis fósseis para sistemas de produção e de consumo menos poluentes e baseados em fontes renováveis. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos, mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês propiciou a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng, que ameaçam agora o ‘status quo’ de uma indústria dominada há décadas pelas construtoras alemãs, japonesas e norte-americanas. Em 2014, o líder chinês, Xi Jinping, afirmou que o desenvolvimento de carros elétricos era a única forma de a China se converter numa “potência do setor automóvel”. O país estabeleceu então como meta que os carros elétricos deviam representar 20% do total das vendas até 2025. Esse valor foi ultrapassado no ano passado, quando um em cada quatro veículos vendidos na China era elétrico.