A China anunciou ontem a expulsão de uma diplomata do Canadá, em retaliação contra a decisão de Otava de afastar um funcionário consular chinês por alegadas ameaças a um deputado canadiano e aos seus familiares.
Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a China adoptou uma “contramedida recíproca à acção inescrupulosa do Canadá”. A mesma nota informou que a diplomata do Canadá colocada em Xangai, Jennifer Lynn Lalonde, foi convidada a sair, até ao dia 13 de Maio, e que a China “reserva o direito de tomar outras medidas retaliatórias”.
O Canadá anunciou anteriormente a expulsão de um diplomata chinês, acusado por Otava de ter tentado intimidar um deputado canadiano crítico do regime de Pequim.
Um alto funcionário do Governo canadiano disse que o diplomata, identificado como Zhao Wei, tem cinco dias para deixar o país.
O caso envolve o deputado conservador canadiano Michael Chong e a sua família, que alegadamente sofreram pressão chinesa por causa das críticas de Chong ao histórico de violação dos Direitos Humanos do país asiático.
As relações entre Pequim e Otava deterioraram-se, nos últimos anos, após a detenção, em 2018, pelas autoridades canadianas, de uma executiva do grupo chinês de telecomunicações Huawei. Em represália, a China deteve dois cidadãos canadianos.
Embora todos tenham sido libertados, as tensões persistiram, com Pequim a acusar Otava de alinhar na política de Washington para conter a China e as autoridades canadianas a acusarem regularmente a China de interferência nos assuntos internos do país.