China / ÁsiaTaiwan | Pequim deixa aviso a quem se opõe à unificação da ilha Hoje Macau - 24 Abr 2023 O ministro dos Negócios Estrangeiros da China intensificou na sexta-feira as ameaças a Taiwan ao afirmar que qualquer força que vá contra as exigências de Pequim de exercer controlo sobre a ilha está a “brincar com o fogo”. Os comentários de Qin Gang ocorreram no final de um discurso que enfatizou a contribuição da China para a economia global e os interesses das nações em desenvolvimento, no qual ele elogiou repetidamente a Iniciativa de Segurança Global, promovida pelo Presidente chinês, Xi Jinping. A iniciativa visa construir uma “arquitectura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”. Em particular, a proposta chinesa opõe-se ao uso de sanções no cenário internacional. Trata-se de mais uma iniciativa da China para posicionar o seu sistema político de partido único, com ênfase na estabilidade social e crescimento económico, como alternativa à abordagem liberal ocidental, que define amplamente as relações internacionais. No final do discurso, proferido em Xangai, a “capital” económica da China, Qin voltou-se para a “questão de Taiwan”, usando termos mais duros do que os diplomatas chineses normalmente empregam.“A salvaguarda da soberania nacional e da integridade territorial é irrepreensível”, disse. “A questão de Taiwan está no cerne dos interesses centrais da China. Nunca recuaremos perante qualquer acto que prejudique a soberania e a segurança da China”, afirmou. “Aqueles que brincam com o fogo na questão de Taiwan vão-se queimar”, advertiu. Águas incertas Nos últimos anos, a China tem enviado caças e navios de guerra para perto de Taipé com frequência quase diária. Há duas semanas, o Exército chinês realizou quatro dias de intensos exercícios militares em torno de Taiwan, que incluíram a simulação de um bloqueio da ilha. A China disse que os exercícios foram concebidos como um “sério aviso” para os políticos pró-independência da ilha autónoma e os seus apoiantes estrangeiros. O ritmo acelerado da actividade militar e a linguagem cada vez mais belicosa suscitaram preocupações sobre um possível conflito numa das regiões economicamente mais vitais do mundo. Taiwan produz muitos dos ‘chips’ semicondutores necessários para o fabrico de produtos electrónicos e o Estreito de Taiwan, que separa a ilha da China continental, é uma das vias navegáveis mais movimentadas do mundo. Taiwan vai eleger um novo líder e parlamento em Janeiro. A China é fortemente favorável ao Partido Nacionalista (Kuomintang), actualmente na oposição. O Partido Nacionalista apoia a unificação política entre os lados, sob termos ainda a serem definidos.