Pequim combate uso de “altos dotes de casamento” no interior

As autoridades chinesas emitiram ontem directrizes para combater o uso de “altos dotes de casamento” nas áreas rurais, informou a agência China News Service, face à queda no número de matrimónios e taxa de natalidade.

O documento, elaborado pelo Comité Central do Partido Comunista Chinês e pelo Conselho de Estado (Executivo) também identificou as “festas de casamento em grande escala” como outro problema no interior da China.

O alto custo dos dotes, tradicionalmente pagos pelo noivo à família da noiva, e os banquetes de casamento, são identificados como “obstáculos enfrentados pelos homens que procuram esposa”, numa altura em que o número de casamentos e a taxa de natalidade no país estão em queda acelerada.

O governo central pediu às localidades que “formulem normas para mudar os costumes, de acordo com as condições de cada local” e que “reforcem a aplicação dos regulamentos” nas zonas rurais.

Dia especial

Nos últimos anos, alguns governos locais tentaram contrariar a prática dos dotes: um distrito da cidade de Fuzhou, no centro da China, organizou, em Setembro passado, um casamento em grupo, para dez casais, com “dote zero”, que foi transmitido ao vivo pela Internet, para promover este tipo de matrimónio.

Um responsável da província central de Jiangxi, citado pelo jornal oficial Global Times, garantiu que o dote nas cidades pode ascender a cerca de 125 mil yuan, mas que, nas zonas rurais, ronda os 230 mil yuan.

No total, foram celebrados 7,64 milhões de casamentos na China, em 2021, o número mais baixo desde 1986, quando começaram a ser feitos registos. Trata-se de uma queda de 680 mil, face a 2020, e o oitavo ano consecutivo em que o número de vínculos nupciais caiu.

A idade média do primeiro casamento para as mulheres chinesas aumentou de 22 anos, em 1980, para 26,3, em 2020, de acordo com um estudo elaborado pela Associação Chinesa de Planeamento Familiar e o Centro de Pesquisa da População Chinesa, difundido na segunda-feira. A idade média em que as mulheres dão à luz o primeiro filho no país asiático é agora de 27,2 anos.

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