Cinema | Primeiro festival para a comunidade LGBT acontece em Fevereiro

“Let’s Get Beautiful Together Queen!” é o tema da primeira edição do Festival Internacional de Cinema Queer de Macau, dedicado à comunidade LGBT. Os filmes serão exibidos nos Cinemas Emperor do hotel Lisboeta, entre os dias 3 e 12 de Fevereiro. “My Own Private Idaho”, filme do realizador Gus Van Sant, é uma das películas em cartaz

 

Anunciado há meses e adiado devido à pandemia, o primeiro Festival Internacional de Cinema Queer de Macau tem finalmente datas e locais de exibição. Entre os dias 3 e 12 de Fevereiro será possível ver um cartaz repleto de filmes dedicados à comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero] nos Cinemas Emperor, no Lisboeta.

O tema da edição de estreia do festival é “Let’s Get Beautiful Together Queen!” [Rainha! Vamos ser lindos todos juntos], sendo o cartaz, cheio de cores, a fim de “expressar a beleza do mundo queer”, da autoria do designer Jimi Vong.

“As cinco cores são icónicas na cultura queer. Não há estereótipos nem discriminação, pois apenas queremos viver como seres humanos, felizes e confidentes”, aponta a organização na página de Facebook do festival.

A pessoa por detrás deste evento é Jay Sun, que em Junho do ano passado começou a querer concretizar uma ideia totalmente inédita em Macau. Figura ligada ao mundo do cinema local e à organização de muitos festivais e eventos nesta área, Jay Sun queria arriscar num terreno ainda bastante conservador.

À data, disse ao HM que “há muito tempo que planeava fazer este evento”, embora ainda não tivesse surgido “o momento certo”. “Hong Kong e Taiwan têm os seus festivais ligados às comunidades LGBT e Queer, e mesmo na China existe um festival de cinema deste género. Pensei porque é que Macau não teria também um evento destes, que é a forma de expressão mais básica da nossa comunidade, relativamente à diversidade de género”, referiu.

Na página de Facebook do festival, explica-se porque é que o território necessita de um festival de cinema para esta comunidade. “[A comunidade LGBT] tem histórias para contar, todas diferentes, que precisam de ser contadas e ouvidas. As histórias ajudam-nos a compreendermo-nos, e o cinema visualiza-as. Pode ajudar a expandir o nosso pensamento para muito, muito longe. O Festival espera poder conectar-se com a comunidade através da arte fílmica, ganhando maior compreensão da parte do público e indo contra a discriminação desnecessária.”

Em cartaz

Apesar de ainda não estar fechado, o cartaz do festival já contém alguns filmes, como é o caso de “My Own Private Idaho”, do realizador americano Gus Van Sant, tido como um clássico do chamado cinema queer com dois actores de renome: River Phoenix e Keanu Reeves.

Outro filme escolhido pela organização é “The Blue Caftan”, do realizador marroquino Maryam Touzani. “Gentil e delicado, o filme expressa as emoções mais profundas e escondidas de um homem casado e dos seus receios e desejos”, aponta a organização. “The Blue Caftan” foi distinguido na edição do ano passado do Festival de Cinema de Cannes, além de ter sido escolhido para representar Marrocos na lista dos filmes candidatos à categoria de “Melhor Filme Internacional” dos Óscares, cuja escolha será conhecida este ano.

Ao HM, Jay Sun adiantou querer ter um cartaz eclético, mas não muito extenso, onde a qualidade promete dominar. “Teremos uma mostra de filmes asiáticos e clássicos também, para mostrar películas de que todos gostam. Não está ainda confirmado, mas gostaria de incluir uma secção de curtas-metragens produzidas por locais, embora tenha percebido que não há assim muitos filmes feitos em Macau sobre este tema”, frisou.

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