Simbolismo na gastronomia chinesa

A Gastronomia com características chinesas não se resume a uma arte em que os ingredientes são misturados com mais ou menos ciência, é muito mais do que isso, já que “as características chinesas” indicam uma filosofia que apresenta os valores essenciais da cultura chinesa, os princípios por que os chineses se regem e as ideias-matriz deste povo tão sui generis, que alia com grande sabedoria filosofia à língua e esta, por sua vez, aos ingredientes de modo a fornecer uma orientação existencial gastronómica que comanda em termos teóricos e práticos a vida e a saúde dos chineses, já que quem come bem, quer dizer, com atenção ao valor simbólico da culinária, poderá usufruir de uma vida longa e muito salutar. Haverá melhor filosofia do que esta: caminhar pela vida corretamente sem tropeçar a cada passo nas doenças que a falta de saber gastronómico pode atrair?

A proposta aqui deixada é se pesquise o simbolismo gastronómico em algumas das principais festividades chinesas.

Aniversário da Humanidade: homofonias linguísticas

De acordo com a tradição chinesa, os seres humanos, além de gozarem o seu segundo aniversário à nascença, possuem um aniversário a mais, no sétimo dia do Ano Novo Chinês , no qual comem alface não cozinhada e peixe cru, sobretudo carpa, assentando as razões mais essenciais numa filosofia da linguagem simbólica, já que o caracter para fresco ou cru é shēng (生), que também significa “vida” e “crescimento”, por isso “ comer vegetais frescos e peixe cru simboliza uma vida longa e próspera.” (Tan, 1997: 9). Além disso, um dos nomes para alface em chinês é shēngcài (生菜), que significa “vegetal cru” e por jogo homófono “vida e riqueza”. Há ainda a considerar que peixe, em chinês yú (鱼/魚) , é homófono de yú (余/餘) de “excesso”, que vem sempre a propósito e rima com prosperidade.

O simbolismo-gastronómico da Festividade do Ano Novo Chinês.

No Ano Novo chinês Xīnnián (新年), a principal festividade dos chineses, também conhecida pela Festividade da Primavera (春节/莭Chūnjié), celebra-se o início de um novo tempo, repleto de esperança e oportunidades para todos, bem como a reunião familiar. O novo de tempo “com tudo de bom e a correr às mil maravilhas” (万/萬事如意Wànshì rúyì) deverá ser devidamente aproveitado e preparado por um conjunto de gestos rituais, que incluem naturalmente a gastronomia, viabilizadora da união familiar em torno de uma mesa tão redonda (e unida) como alguns dos principais petiscos a servir. Na Véspera do Ano Novo, correspondente à Consoada cristã, dá-se o grande encontro familiar , denominado a Reunião do Ano (团年, Tuán nián), em que por tradição até os ancestrais participam, sendo-lhes reservado um lugar à mesa, ofertando-lhes a comida da sua preferência, toalhas para limpar o rosto e cigarros (Pires, 2018: 164/166). E se na refeição da véspera do ano novo se pode comer tudo, já no primeiro dia do ano é dada preferência a uma ementa vegetariana, porque é considerado muito pouco auspicioso entrar o ano a matar animais.

Contudo, esta tradição tem vindo a ser esquecida, sendo substituída em muitas famílias por um encontro num restaurante para um variado iam-chá (饮茶, yǐn chá ), que numa tradução literal significa “beber chá”, mas na realidade é uma refeição não tanto com pratos mas com petiscos muito variados.

É através da comida que se presta homenagem aos antepassados e aos deuses durante a Festividade do Ano Novo Lunar, há, no entanto, algumas diferenças nas homenagens. Enquanto aos antepassados se oferece sempre comida temperada, e no menu não pode estar ausente o arroz, já os deuses são agraciados com o mesmo género de comida, à excepção do arroz, representante do sustento e da abastança, e sem temperos. Serão então cinco espécies de comida, cinco taças de vinho e cinco e de chá a figurar entre as dádivas. Porém, para as divindades devem constar 10 pauzinhos no altar.

Além disso, o chefe de família agradece no altar ou tabuleta ancestral a proteção dos antepassados, presenteando-os com cinco chávenas de vinho de arroz, que podem ser substituídas por uísque ou conhaque, cinco chávenas de chá e cinco pares de pauzinhos, já que o cinco simboliza a organização cósmica e, portanto, fornecendo a ordem dos elementos em todas as direções.

O jantar da Consoada chinesa deve ser abundante, de forma a permitir sobras, que ao transitarem de um ano para o seguinte simbolizam a riqueza material e o excesso que foi transportado para o novo tempo. O que não pode faltar à ceia de Ano Novo é o peixe cru yúshēng (鱼生): “o peixe é comido para longa vida e abundante riqueza.” (Tan, 1997: 21).

A fim de se compreender o que traz a sorte à mesa chinesa, é preciso nunca perder de vista o sentido e o simbolismo das palavras e respetivos tons. Assim, por razões de fortuna linguística não devem faltar a uma mesa de Ano Novo auspiciosa os seguintes ingredientes: ostras, que em Cantonense se pronunciam ho see (蚝/蠔) , figurando desta forma uma “ocasião propícia”; algas (发/發菜, fàcài), que nos evocam a ideia de prosperar ou, até mais literalmente, de “crescer a riqueza”.

Não podem estar ausentes do banquete festivo cogumelos (冬菇, dōnggū) , a representar a realização dos desejos de Este a Oeste; tâmaras ou jujubas (红枣/紅棗, hóngzǎo), que devido a cor vermelha (红/紅, hóng) simbolizar prosperidade e (枣/棗, zǎo) ser fruta homófona de “manhã cedo”, (早, zǎo), nos remetem para o sentido de “a prosperidade vem cedo”, caso se prefira, “está a chegar”; ou sementes de lótus, (莲/蓮子, liánzǐ), que também por um jogo homófono com lián (连/連), significando este caractere” ligação” ou “sucessão”, prometem descendência ou continuação da família. A rematar o desfile alegórico de acepipes encontramos o bolo de Ano Novo (年糕, niángāo), cuja homofonia perfeita com “alto” (高, gāo) de desperta nos convivas a vontade de ascender socialmente e ter melhor status no ano que está a entrar, sem perder de vista a união familiar, uma vez que o bolo é redondo, de modo a apelar ao sentido de família e à amizade eterna, dada a sua massa aglutinadora, além de a uma vida doce, como requer o açúcar que o constitui.

A um outro nível simbólico não linguístico e mais intuitivo e directo, por assentar na figuração dos elementos comestíveis, marcam presença o arroz (米, mǐ), a representar a riqueza devida à proliferação dos grãos, e a massa (面条/麵條, miàntiáo), simbolizando, pelo seu comprimento, a longevidade.

A compor o cenário culinário há ainda uma travessa redonda ,dividida octogonalmente, que devido à sua forma física nos remete para o número oito (八, bā), cujo simbolismo linguístico, por homofonia imperfeita, evoca “crescer” ou “prosperar” (发/發, fà). Nada na travessa figura ao acaso, já que está recheada de ingredientes propícios, como sejam os bolos (糕, gāo) , a apelar à elevação social; certos frutos secos como as tâmaras (枣/棗子, zǎozǐ), onde a boa sorte também pode chegar mais cedo na forma de filhos (早子, zǎozǐ); ou ainda sementes de melão, simbolizando descendência (瓜子兒, Guāzǐ er), mais pela sua forma física, já que são muitas e douradas, estando implícito o sentido de que a progenitura é a verdadeira riqueza.

Ao longo de toda a festividade os amendoins também se encontram em lugar de destaque, porque representam a saúde, sendo, em sentido literal “as flores da vida” (花生, huāshēng) e, por extensão de sentido a partir da observação, “o fruto que cresce da terra” (长/長生果, Chángshēng guǒ) , expressão que pode ser traduzida por “o fruto da longevidade”.

Há um outro nível de simbolismo associado aos elementos comestíveis que conjuga forma, sabor, cor e linguagem. Importantes frutos não apenas se comem como também cumprem funções decorativas essenciais, já que ao serem espalhados pelas casas ou figurarem à entrada das moradias e até de estabelecimentos comerciais, chamam a fortuna. Ora pensemos nos peixes vermelhos, nos peixes dourados ou nas laranjas. Estas últimas em Cantonense são gam (柑) , criando a possibilidade de estabelecer uma relação homófona com ouro, que também se diz gam (金) , cujo som é, de novo, homófono de doce gam (甘). Logo, as laranjas pela cor, sabor, formato e língua transportam consigo a promessa de uma vida doce e rica.

Em situação quase idêntica está a tangerina, cuja nota dissonante se encontra na língua, já que o caractere para tangerina é kat (橘) , que em Cantonense estabelece homofonia com “sorte”, ou seja, kat (吉)

Recorde-se que na religião popular ou tradicional se multiplicam as oferendas comestíveis a divindades. É até usual pedir proteção não apenas entregando os cinco frutos no altar das oferendas, mas indo um pouco mais longe pela altura do 23º dia do 12º mês lunar chinês, quando é suposto o Deus da Cozinha (灶君, Zào Jūn), que reside na cozinha das famílias chinesas, ir apresentar o relatório anual das atividades familiares à suprema divindade do panteão chinês, o Imperador de Jade Yùhuáng Dàdì (玉皇大帝). Nessa data, é o melaço ou os doces glutinosos que figuram em lugar de destaque, com os quais se unta a boca dele ou se procede a imersão do retrato da divindade em vinho para que o relatório entregue pelo emissário vá para o Céu o mais condescendente possível, a fim de que: “Chou Kuan não fizesse um relatório ‘amargo’ ao imperador celestial ”(Jorge, Cecília. 2005: 87).

Rituais culinários na Festividade das Lanternas

A Festividade do Ano Novo Lunar encerra com uma outra festa, a das Lanternas no 15º dia, com a primeira lua cheia do ano. O sinólogo macaense Luís Gonzaga Gomes (1907-1976) em Festividades Chinesas (1953), afirma ser provável que a Festa das Lanternas tenha surgido com culto do Imperador Wudi (武帝 Wǚdì, 140-86 a.C) da dinastia Han à divindade da Primeira Causa (太乙神 Tàiyǐshén). Desta forma, a colocação de lanternas vermelhas acesas e ramos de abeto nas portas teriam como objetivo atrair a prosperidade através das luzes e a longevidade pelos ramos. (Gomes, 1953: 183) Refere, ainda, que o Imperador da dinastia Tang Ruizong (唐睿宗 Táng Ruìzōng, 662-710) terá mandado decorar uma frondosa árvore de mais de 36 metros de altura com 50.000 lanternas, com as mais variadas formas, esta possuía um aspeto “tão feérico que ficou sendo conhecida na história com o nome de árvore igniscente” (Gomes, 1953: 184).

Nesta festividade à primeira lua cheia, Yuan Xiao (元宵) , que de tão redonda, simboliza na perfeição a união familiar, o amor e o casamento, não podem faltar as doces bolinhas de arroz glutinoso recheadas em caldo, as tang yuan (汤圆/湯圓, tāngyuán ), cuja doçura pegajosa representa a união familiar eterna, reforçada pelo simbolismo das lanternas, cada qual contando por um membro da família e, portanto, significando a felicidade e a longevidade. Dantes, em certas províncias, caso as famílias desejassem mais filhos “pendurariam lanternas extra” (Tan, 1997:36).

A festividade de Outono, a do Bolo Lunar

No 15º dia do 8º mês lunar, recorda-nos Leonel Barros, celebra-se a Festividade de Outono, Tchong Tchau Tchit (中秋节, Zhōngqiū jié ), o equinócio ligado ao final das colheitas, a abrir uma ascendência do período Yin (阴, yīn), em que o princípio feminino comanda apelando ao repouso da terra. A festividade calha em dia de lua cheia. Diz-nos Barros “A Lua redonda simboliza, portanto, além da feminilidade, a união da família, razão pela qual os familiares mais afastados regressam ao lar para celebrarem a festividade em conjunto” ( 2003:66).

À semelhança do que sucede durante a Festividade das Lanternas, que também tem como protagonista principal a Lua, encontramos lanternas espalhadas pelos parques e nas mãos de adultos e crianças de vários formatos e materiais, repletas de simbolismo, onde por exemplo, as lagostas representam a felicidade e a fortuna, entre aves, coelhos e borboletas pujantes de sentidos figurativos. E se na festividade das lanternas encontramos umas bolinhas de arroz glutinoso, muito redondas, mergulhadas em calda, na Festividade do Outono somos contemplados com magníficos bolos lunares, também eles redondos para representarem a lua e a união familiar e até um pouco mais, já que como nos lembra Leonel Barros eles serviram para durante a dinastia Mongol libertar o povo dos invasores mongóis, que a título de emissários do Imperador praticavam todo o tipo de desmandos nas casas chinesas. Assim no 15º dia da 8ª lua foi colocada uma mensagem dentro de cada bolo apelando à revolta popular. “todos os homens válidos deviam comparecer na praça pública” (2003:70).

O que de facto aconteceu foi através de um bolo, cujo primeiro sentido era o da união familiar, os chineses se viram livres dos invasores mongóis, libertando a China do jugo estrangeiro. Quanto ao bolo, o principal protagonista desta festividade , também é chamado em Macau, “bolo bate-pau”, sendo distribuído por amigos e vizinhos e não apenas aos familiares. Segundo a descrição de Gonzaga Gomes, os bolos possuem uma farinha de cor acinzentada como a lua, sendo recheados com toucinho e presunto; com massa de feijão; com pevides, frutos secos, tais como pinhões e amêndoas, cascas de tangerina e açúcar ou com sementes de lótus (1953: 231). São ainda constituídos por uma gostosa gema de pato ao centro simbolizando a lua.

Em muitos se pode ler “Coelho Lunar” ou “Rã Lunar”, aludindo à fuga da Terra da que viria a ser conhecida por Divindade da Lua, Sèong Ngó (嫦娥 Cháng´é ), após ter ingerido a pílula da imortalidade, conhecida por “Droga das Fadas”, Sin Iéok(仙药/薬 Xiān yào) sem aguardar pelo seu consorte, o Divino Archeiro, Hâu-Ngâi (后羿, Hòu Yì).

Como punição de não ter esperado pelo marido para partilhar o elixir voou para a Lua foi transformada pelos deuses em rã de três pernas. Já o marido, saudoso, voou para o Sol, onde construiu um palácio. Eles são os vetustos representantes das forças primordiais, masculina e feminina. Vivem separados, mas encontram-se sempre, de acordo com a versão de Gonzaga Gomes no 15º dia da 8ª lua, razão pela qual a Lua então irradia brilho e felicidade.

Também a almejada imortalidade, é concedida através da ingestão de uma pílula fabricada pelo Coelho de Jade num almofariz com o seu pilão, esta é ainda conhecida pelo nome de “Elixir de Jade”, em termos ocidentais, a “pedra filosofal”, que cura todos os males, sendo feita com sumo de limão, miolos de rã e casca de Cássia, árvore doadora da imortalidade. (Gomes, 1953: 243) Por tradição, montava-se um altar ao ar livre, um hino à unidade familiar, onde figuravam cinco pratos com frutos esféricos em homenagem à lua, tais como maçãs, pêssegos, uvas, toranjas, melões e romãs, cujas grainhas representavam grande descendência e prosperidade, bem como treze bolos lunares a constituírem o ano lunar “o completo ciclo da felicidade.” (Gomes, 1953: 236).

Filosofia culinária

Diz-nos António Pedro Pires em Festividade do Ano Novo Lunar “A preocupação, quase obsessão pela comida, é um padrão da cultura do povo chinês.” (2018:279). Assim sendo devemos entender a própria culinária como uma linguagem que traz consigo as suas mensagens a decifrar pelos convivas. Pires chama-nos a atenção a dificuldade de muitos ocidentais em compreenderem esta postura cultural, dizendo que nada de especial sucedeu nas refeições chinesas para que foram convidados “aquelas iguarias, partilhadas eram a própria mensagem, isso é algo muito claro para um chinês” (Pires, 2018: 281).

A comida indica, em termos sociológicos o status do anfitrião, quanto mais cara e rara, como por exemplo, ninhos de andorinha, barbatana de tubarão, lagosta, etc., tanto mais importante é aquele que convida e o que se quer celebrar no encontro com o convidado. Porém, a comida é um instrumento de comunicação a vários níveis. Através dela comunicamos com a família, com os membros da sociedade humana, bem como com os todos os outros da sociedade divina, antepassados e deuses. Chang afirma “uma das melhores formas de chegar ao coração de uma cultura é através do estômago” (1977:4) Sabe-se, por exemplo que em Macau, na culinária macaense, predomina, à imagem e semelhança da sociedade, uma gastronomia de fusão, que foi elevada em 2017 a património imaterial da humanidade, tendo o Território sido distinguido com o honorífico título de cidade criativa no ramo da gastronomia.

Voltando à filosofia da culinária chinesa, não podemos esquecer o chá, que acompanha todas as festividades e refeições chinesas, sendo a bebida nacional da China, porque “desperta, revigora, reconforta e trata algumas doenças” (Pires, 2018: 316/7), ou seja, cumpre funções sociais imprescindíveis em termos de saúde pública já que concede, saúde , vida, longevidade. O chá traz associadas duas figuras de grande relevo na cultura chinesa, uma, um imperador mítico, Shen Nong (神农, 2737 a.C), patriarca da agricultura e da medicina, terá descoberto o chá por acaso, enquanto descansava, quando umas folhas caíram numa panela de água a ferver, esta foi ingerida e pouco depois reconhecida a sua fragrância e importância para combater o efeito de certas ervas venenosas que ele havia engolido nas suas experiências médicas. À lista de ilustres inventores do chá, junta-se o monge Bodhidarma, o introdutor do Budismo Chan na China no século VI. Também ele recorreu ao chá para não se deixar adormecer nas suas práticas meditativas. Mais, a própria planta do chá neste mito terá tido origem nas pálpebras cortadas do monge que ao cabo de nove anos de meditação se deixou dormir. Quando acordou, para se punir arrancou as pálpebras que, lançadas à terra, terão proporcionado esta planta tão revigorante.

Neste espaço não houve a intenção de apresentar exaustivamente todas as festividades, mas apenas colher exemplos nas principais, a fim de que fossem fornecidas as pistas para decifrar valores essenciais do “coração-mente” da gastronomia com características chinesa.

A filosofia existencial, assinalada pela culinária, marca como linhas orientadoras deste modo de pensar a união familiar, simbolizada pela forma redonda dos bolos, à qual se alia uma complexa filosofia da linguagem assente no simbolismo do caractere para bolo, onde vamos encontrar a aspiração à elevação social e à prosperidade, bem como à riqueza presente nos caracteres para legumes, algas e arroz; ou, ainda, à longevidade trazida quer pela forma de alimentos como a massa, quer pelas sementes que, mais uma vez entram no jogo linguístico para nos recordar a importância dos filhos, ou melhor da descendência. A esta orientação gastronómica não poderiam faltar os princípios orientadores da sorte e da paz, presentes em frutos, como vimos na laranja, ou, como só agora vemos, na maçã (苹/蘋,píng), que nos proporciona a paz (平, píng) , por homofonia perfeita, ou a longevidade nos pêssegos, tudo isto regado com muito chá que dá saúde e longa vida, sendo favorável ainda ao escrutínio analítico e à meditação como os mitos e o caractere indicam.

Referências Bibliográficas

Alves, Ana Cristina. 2022. Cultura Chinesa, Uma Perspetiva Ocidental. Coimbra: Almedina, Centro Científico e Cultural de Macau
Barros, Leonel. 2003. Templos, lendas e Rituais – Macau. Macau: Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.
Gomes G., Luís. 1953. Festividades Chinesas. Macau: Notícias de Macau.
Jorge, Cecília. 2005. 諸神靈•Deuses e Divindades •Gods and Deities. Macau: 郵政局•Direcção dos Serviços de Correios•Macao Post.
Pires, António Pedro. 2018. Festividade do Ano Novo Lunar em Macau. Macau: Instituto Cultural do Governo da R.A.E de Macau
Tan Huai Peng. 1997. Chinese Festivals. Ilustrações Leong Kum Chuen. Singapura, Kuala Lumpur e Hong Kong: Federal Publications.

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