Taipa | Passadiço da antiga Fábrica de Panchões Iec Long aberto ao público

Está aberto ao público o passadiço da antiga Fábrica de Panchões Iec Long, no coração da Taipa velha, depois de um intenso plano de revitalização. O espaço expositivo convida a um passeio nostálgico pela história da indústria do fogo de artifício. Para já, está disponível a exposição “O Eco de Panchões: Exposição da História da Indústria dos Panchões de Macau”

 

O Passadiço da Antiga Fábrica de Panchões Iec Long foi inaugurado discretamente dois dias antes do Natal, mas está aberto ao público elevando o leque de oferta de espaços culturais relaxantes na Taipa velha. O Instituto Cultural (IC) descreve o local como “um dos projectos importantes do programa de Inverno ‘Uma Base Cultural’”.

O local que está em ruínas há décadas foi alvo de um plano de revitalização orientado sob o princípio de preservar os principais elementos incluindo as antigas estruturas, a organização geral do espaço e o próprio ambiente ecológico.

O passadiço, que está aberto ao público, é constituído por um percurso turístico com cerca de 400 metros, “concebido para dar continuidade às memórias históricas e incluir os elementos do ambiente original da fábrica”. Ao longo do passeio, é servida aos visitantes informação que permite ficar a conhecer a sala de fabrico de pavios, os canais de água, os tanques, a sala de entalhe de panchões e o armazém de materiais.

O IC disponibiliza também um sistema de visitas guiadas para dar a conhecer com maior profundidade todos os detalhes sobre a arte de produzir panchões e os processos de fabrico usados na época, aliando em harmonia o património cultural do parque e dos edifícios históricos com as frondosas árvores que dominam o local. O passadiço está aberto todos os dias entre 06h e as 19h.

Ligação entre bairros

Em comunicado, o IC indica que o restauro parcial da estruturas da fábrica e a sua integração nas imediações teve como objectivo “atender às necessidades sociais em relação ao espaço de actividades de lazer e interligar os ricos recursos culturais e turísticos em torno dos antigos bairros da Taipa”. Nesse contexto, a construção do passadiço é visto pelas autoridades como um “marco cultural distintivo das Ilhas” e mais um ponto de atração para desenvolver o turismo cultural.

O espaço acolheu em simultâneo a mostra “O Eco de Panchões: Exposição da História da Indústria dos Panchões de Macau”, um somatório de recordações em vários formatos que junta objectos físicos, fotografias históricas, visitas guiadas multimédia, com contam o passado da indústria de panchões de Macau.

Está também aberta ao público a loja de lembranças, que tem “à venda uma variedade de produtos criativos delicados, baseados nos elementos da Fábrica de Panchões Iec Long”. Ambos os estabelecimentos estão abertos todos os dias das 10h às 19h, sendo bem-vinda a visita do público. O Governo pretende no futuro atrair cafetarias e projectos de actuações para o parque.

Apanhar as canas

A indústria de panchões de Macau começou a desenvolver-se a ritmo acelerado a partir da década de 1920, com várias fábricas de panchões estabelecidas na Taipa, tornando-se uma indústria líder e com posição relevante no desenvolvimento industrial de Macau na altura.

Tendo em conta que os panchões se tornaram um importante produto com peso na economia local e expressão nas exportações da região, um número considerável de residentes da Taipa envolveu-se na produção de panchões durante o seu apogeu, dos anos 50 até 70. A referida indústria esteve estreitamente relacionada com a vida da população e as comunidades da Taipa, desempenhando um papel essencial na história do desenvolvimento económico de Macau.

A antiga Fábrica de Panchões Iec Long, com uma história de quase 100 anos, é a única ruína que se conservou até ao presente da indústria de panchões em Macau, encontrando-se num bom estado de preservação, e reflecte a prosperidade dessa indústria tradicional de Macau do século XX, sendo um testemunho do desenvolvimento da indústria moderna de Macau.

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