Macau Visto de Hong Kong VozesMelhores dias virão David Chan - 28 Dez 2022 Com as alterações das medidas de prevenção, Macau ajustou a sua política de entradas e saídas do território diversas vezes. O número de turistas aumentou significativamente e as actividades económicas que tinham estado paradas voltaram a reanimar. À medida que o frio atinge a cidade, os termómetros descem e as iluminações enchem as ruas de uma atmosfera natalícia. A parte negativa é a alta taxa de transmissibilidade do vírus, pelo que os residentes têm sido infectados em cadeia e, actualmente, vêem-se mais turistas nas ruas do que habitantes de Macau. Se pensarmos no ambiente que se costuma viver nesta época, o cenário este ano é mais triste. As pessoas infectadas têm de ficar em casa e precisam de tratamento e de medicamentos. É lamentável que não consigam comprar antipiréticos e analgésicos nas farmácias. O motivo da falta de medicamentos é simples. Actualmente grande parte dos habitantes de Macau está a combater o vírus e todos precisam de antipiréticos e de analgésicos. Com a corrida às farmácias para comprar estes medicamentos, a procura disparou num curto período de tempo e o stock esgotou. O grande número de pessoas infectadas perturbou grandemente o funcionamento deste mercado. Também as grandes cadeias de supermercados e os bancos foram forçados a encerrar algumas filiais e os diversos pequenos comércios fecharam as portas. Temos padarias fechadas porque os trabalhadores estão infectados e, as outras que estão abertas têm longas filas de clientes à porta à espera de ser atendidos. Pode ver-se que o surto epidémico afectou profundamente todos os sectores da sociedade. O vírus também perturbou a administração dos edifícios. Vários trabalhadores desta área estão infectados e não existe ninguém para recolher o lixo; se esta situação se mantiver, pode causar facilmente problemas sanitários. Neste momento, Macau está a enfrentar um grande surto de coronavírus, para além disso o Inverno é a estação das gripes. Se o lixo não for recolhido rapidamente, vai certamente fazer piorar a situação e constituir mais uma ameaça para a saúde dos residentes. Embora esta variante do vírus seja muito contagiosa, é também muito pouco letal. A grande maioria das pessoas infectadas recupera em pouco tempo, no entanto, como podemos lidar com a situação a curto prazo? Que medidas devemos adoptar para solucionar os problemas? As pessoas infectadas precisam de medicamentos e de cuidados médicos. Há algum tempo, o Governo distribuiu kits de combate à epidemia que continham antipiréticos, máscaras e testes rápidos. Estes kits não só podiam prevenir as infecções, como também forneciam medicamentos destinados ao tratamento inicial de pessoas infectadas. No presente momento, em que lidamos com a falta de analgésicos e de antipiréticos, seria bom que o Governo continuasse a distribuir estes kits para aliviar o problema decorrente da ruptura de stock nas farmácias. Se após o tratamento inicial, quem está infectado não melhorar, o ideal é dirigir-se ao hospital para receber tratamento. No entanto, devido ao grande número de pessoas infectadas, os hospitais estão cheios. A corrida aos hospitais vai aumentar assim como a hipótese de se contrair outros vírus e aumentar a pressão no sistema de saúde, pelo que se poderá considerar o recurso a serviços médicos online. Os serviços médicos online são fornecidos na Internet. Os doentes fazem uma vídeo chamada com os médicos para serem diagnosticados e receberem tratamento. Neste caso, como as pessoas não estão nos hospitais, esta forma de tratamento tem limitações. A forma de o melhorar é uma questão de ordem médica. Os médicos e os outros profissionais de saúde irão resolvê-lo em conjunto, mas é certo que com este método as pessoas infectadas podem ser tratadas, reduzindo a possibilidade de os profissionais de saúde serem infectados e, acima de tudo, reduzindo a afluência de doentes aos hospitais, o que pode aliviar a pressão no sistema de saúde. Funcionários da administração dos edifícios estão infectados e não existe ninguém para recolher o lixo. Os problemas sanitários afectam todos os residentes. Para resolver este problema, temos de evitar a acumulação de lixo nos edifícios. As pessoas têm de andar um pouco mais e deixar o lixo no primeiro contentor que encontrarem, para que os serviços sanitários dêem continuidade aos procedimentos habituais. O vírus é altamente transmissível e muitas pessoas foram infectadas num curto período de tempo, o que afecta naturalmente a sociedade a todos os níveis. A partir do momento em que o fornecimento de medicamentos estabilizar, que o sistema de saúde deixar de colapsar e que as condições sanitárias se mantenham normalizadas, os outros problemas ir-se-ão resolvendo naturalmente, depois de as pessoas infectadas irem gradualmente recuperando. A situação em Macau irá melhorar de dia para dia. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau Blog: http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog Email: legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk