China / ÁsiaChina | Crematórios cheios e alerta que vaga de covid-19 pode atingir zonas rurais Hoje Macau - 19 Dez 2022 Trabalhadores de crematórios na China expuseram ontem uma situação de sobrelotação, que os obriga a trabalhar sem descanso e mesmo doentes, devido a uma vaga sem precedentes de casos de covid-19, que deverá atingir áreas rurais em breve. O novo surto está a espalhar-se rapidamente pela China, uma semana depois de a maioria das restrições sanitárias em vigor durante quase três anos terem sido levantadas. As autoridades admitiram que era agora “impossível” contar o número de casos de contágio, e os números oficiais não mencionam quaisquer mortes relacionadas com covid desde 4 de Dezembro, mas os crematórios estão cheios. “Cremamos vinte corpos por dia, a maioria idosos. Muitas pessoas ficaram doentes recentemente”, disse à France-Presse um funcionário de um crematório em Pequim. O coronavírus não poupa o pessoal: “somos obrigados a trabalhar muito! Em 60 funcionários, mais de 10 estão positivos (para a covid), mas não temos escolha, há muito trabalho ultimamente”, acrescentou. Funcionários de duas funerárias de Pequim contactadas pela agência de notícias francesa disseram que os seus estabelecimentos estão agora a trabalhar 24 horas por dia, oferecendo serviços de cremação no mesmo dia para satisfazer a elevada procura. Outro crematório revelou que actualmente tem uma lista de espera de uma semana. Janeiro assusta O organismo chinês responsável pela luta contra a pandemia apelou ontem aos governos locais para aumentarem a vigilância e a atenção médica para as pessoas que estão já a começar a viajar para visitar as famílias nas zonas rurais, devido ao Ano Novo Chinês, em Janeiro. O evento causa a maior migração populacional do mundo todos os anos e espera-se que este ano a deslocação de pessoas seja particularmente intensa depois de as restrições às viagens interprovinciais terem sido levantadas. As indicações são para essas pessoas usarem máscara e evitarem o contacto com idosos e que as autoridades locais devem monitorizar os seus movimentos, mas não mencionam a possibilidade de isolamento ou quarentena.