Alerta para estigma social sobre famílias com casos de suicídio

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Uma assistente social da Cáritas Macau apelou à sociedade para compreender as necessidades de apoio por parte das famílias com casos de suicídio e evitar o estigma social. A mensagem da assistente Leong Ka I foi deixada em declarações ao jornal All Abou Macau.

Numa altura em que o território bate recordes de suicídios e de tentativas, ao mesmo tempo que o Chefe do Executivo se limita a reconhecer que a situação só vai melhorar com uma provável recuperação económica, Leong Ka I destacou que os casos de suicídios são cada vez mais uma fonte de pressão para as famílias do território e que é necessário saber estar atento.

Segundo Leong, o suicídio é uma situação extremamente dolorosa e prolongada, porque, além da tragédia, faz com que as famílias fiquem envolvidas durante um longo período em vários processos relacionados com o funeral e outros procedimentos, com recordações constantes do sucedido.

A juntar à perda, e aos vários transtornos, Leong Ka I apontou que outro dos grandes desafios passa pelo “estigma social” de fazer parte de uma família em que ocorreu um suicídio. “Os familiares têm de lidar com muita pressão, como por exemplo o sentimento de culpa. ‘Porque é que não consegui descobrir a tempo o que se estava a passar e impedi este desfecho?”, “Porque é que ele se sentiu tão abandonado?’, são algumas questões com que os familiares vão ter de lidar”, explicou a assistente. “Tudo isto faz com que o caminho para a recuperação dos sobreviventes seja muito longo”, afirmou.

Mudar de casa

E nos casos em que os suicídios foram cometidos em casa, as superstições levam ainda a diferentes sentimentos que podem obrigar a uma mudança. Segundo Leong Ka I, é frequente que as pessoas mais supersticiosas decidam mudar de casa, por considerarem que a tragédia pode ser uma fonte de azar.

Face a todos os sentimentos negativos do suicídio, Leong Ka I destacou a importância de as famílias procurarem ajuda e aconselhamento, no que pode ser um processo importante para a recuperação.

Por outro lado, a assistente social, apelou à sociedade para se mostrar compreensiva para com a tragédia vivida pelas diferentes famílias e mostrar-se disponível para dar o apoio necessário. Outro aspecto destacado, foi a necessidade de a comunidade compreender a tragédia do suicídio e mostrar-se mais tolerante, de forma a reduzir o grande estigma social.

Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.

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