Presidente da Fosun desce 35 lugares no ranking dos milionários

Com uma fortuna agora avaliada em cerca de 5,5 mil milhões de euros, Guo Guangchang, patrão de várias empresas em Portugal teve um ano desastroso, à semelhança de muitos dos seus “colegas” multimilionários

 

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, caiu 35 lugares na lista dos mais ricos da China, para a 126.ª posição, no pior ano para os multimilionários do país desde 1998.

A fortuna pessoal de Guo, 55 anos, fixou-se, em 2022, no equivalente a cerca de 5,5 mil milhões de euros, de acordo com a lista elaborada pela Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa.

A Fosun, que soma uma dívida equivalente a cerca de 38 mil milhões de euros, desfez-se já de milhares de milhões de euros em activos este ano, à medida que enfrenta crescentes dificuldades de financiamento nos mercados chinês e internacional.

As acções da Fosun International Limited, a principal unidade do grupo cotada na Bolsa de Valores de Hong Kong, afundaram mais de 40 por cento, nos últimos 12 meses.

A Fosun realizou, nos últimos dez anos, uma série de aquisições além-fronteiras, adquirindo em Portugal a seguradora Fidelidade, uma participação de quase 30 por cento no banco Millennium BCP e mais de 5 por cento da REN – Redes Energéticas Nacionais.

Segundo a lista da Hurun, difundida ontem, o número de multimilionários na China registou, em 2022, a maior queda em 24 anos, reflectindo o impacto da política de ‘zero casos’ de covid-19 e a crise no sector imobiliário.

De acordo com este ‘ranking’, 1.305 pessoas na China têm agora uma fortuna estimada em pelo menos 5 mil milhões de yuans, uma queda de 11 por cento, em relação ao ano passado.

A fortuna acumulada dos multimilionários chineses é equivalente a cerca de 3,5 biliões de euros, uma queda homóloga de 18 por cento, o que representa também a maior descida homóloga dos últimos 24 anos.

 

O preço a pagar

A China é um dos últimos países do mundo a manter rigorosas medidas de prevenção epidémica. Os repetidos bloqueios de bairros, distritos e cidades inteiras implicam uma interrupção das cadeias de produção e abastecimento e do comércio, travando a actividade económica.

Os multimilionários chineses também sofreram no mercado de acções, face a uma campanha regulatória lançada por Pequim no sector da tecnologia, as incertezas ligadas à guerra na Ucrânia e a subida das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos.

A fortuna pessoal de Yang Huiyan, que dirige o grupo imobiliário Country Garden Holding, registou a maior perda, no valor equivalente a 15,7 mil milhões de euros.

O chinês mais rico continua a ser Zhong Shanshan, fundador da empresa de água engarrafada Nongfu Spring, que viu a sua fortuna aumentar em 17 por cento, para 65 mil milhões de euros.

Quase 300 chineses que, no ano passado, estavam nesta lista, deixaram de estar. A maioria pertence ao sector imobiliário, que enfrenta uma crise de liquidez.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia chinesa cresça 3,2 por cento, este ano, o que seria o ritmo mais fraco das últimas quatro décadas, excluindo 2020, o ano em que a pandemia da covid-19 começou.

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