Consolidação | Próxima fase depende de resultados da testagem em massa

Rómulo Santos
Depois de três dias sem serem detectadas infecções por covid-19 na comunidade, as autoridades de saúde continuam a apelar à cautela. Só depois de apurados os resultados dos testes em massa do próximo fim-de-semana serão decididas as medidas a adoptar após o período de consolidação, que termina no sábado

 

Cautela é a palavra de ordem das autoridades de saúde em relação à possibilidade de flexibilizar as medidas de contingência em vigor, permitindo, por exemplo a reabertura das lojas situadas em centros comerciais ou da possibilidade de os clientes tomarem as refeições dentro de restaurantes. Mesmo com três dias sem casos detectados na comunidade, o Governo prefere esperar pelos resultados da próxima ronda de testes em massa, que decorre este fim-de-semana, para saber se prolonga o período de consolidação, que termina sábado, ou se relaxa as medidas.

“Mesmo com três dias consecutivos sem casos, passou ainda pouco tempo. Decorrem ainda os testes feitos a grupos-chave e temos de contar com os resultados dos testes em massa nos dias 30 e 31 de Julho. Vão ser dois dias muito importantes. O período de consolidação dura até à meia-noite de sábado e ainda faltam alguns dias. Peço a vossa compreensão e paciência”, disse Leong Iek Hou, médica e coordenadora do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus.

Não é, portanto, certo se será prolongado o período de consolidação. “Se houver uma alteração da situação epidémica teremos de mudar os nossos planos, o que torna difícil adiantar detalhes. Se Macau não registar casos na comunidade durante os testes em massa ficaremos mais descansados. Mas isso não significa que voltaremos à normalidade, porque precisamos de uma reabertura gradual. Não podemos permitir, por exemplo, convívios com mais de 400 pessoas”, adiantou Leong Iek Hou.

Testes serão realidade

Questionada sobre a possibilidade de Macau vir a exigir testes negativos com validade de 48 horas para entrar em certos locais numa próxima fase da pandemia, à semelhança do que acontece em Zhuhai, as autoridades confirmaram que a hipótese está em cima da mesa.

“No Interior da China, após a ocorrência do surto, passou a ser exigida a apresentação de testes negativos para a entrada em certos estabelecimentos. Macau vai seguir a mesma medida, mas se for o Governo a exigi-la, os testes serão gratuitos. Já para passar a fronteira será necessário pagar o teste”, frisou Leong Iek Hou.

A normalização poderá passar também por um maior intervalo na realização dos testes para quem precisa de sair de casa para trabalhar, “de três, quatro ou cinco dias”, além de poder ser exigido um teste para comer num restaurante. No entanto, “não temos ainda um plano”, afirmou Leong Iek Hou.

Acima de tudo, exige-se que “a população continue a colaborar”, com a responsável a exemplificar com o “grande risco” de transmissão que representa tirar a máscara na rua.

Quanto à notificação para realizar de testes de quem vive em zonas alvo, foi pedida a actualização da morada de forma manual no código de saúde, pois nem sempre a morada constante na Direcção dos Serviços de Identificação está correcta, o que faz com que as informações do Governo não sejam recebidas e os testes não sejam realizados. Situações que podem levar à perda do código de saúde verde.

Na conferência de imprensa foi ainda avançado que um doente infectado com covid-19, em estado grave e que esteve ligado ao suporte básico de vida durante uma semana, teve ontem alta hospitalar.

Em relação às pessoas que foram infectadas com covid-19, Leong Iek Hou informou que 1.065 já recuperaram e tiveram alta, e que deste universo regressaram a casa 78. A médica acrescentou ainda que dos 1.816 casos positivos registados durante este surto, 1.114 são assintomáticos.

O médico Lei Wai Seng, da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, indicou ainda que os centros de saúde e outras unidades de saúde vão retomar alguns serviços progressivamente, incluindo análises ao sangue e levantamento de medicação.

 

IAM | Acolhidos temporariamente 167 animais

Desde 19 de Junho, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) deu acolhimento temporário a 167 animais, incluindo cães, gatos, coelhos, hámsteres, ouriço-caixeiros, pássaros, tartarugas, entre outros, indicou ontem o organismo liderado por José Tavares. Em simultâneo, após a comunicação com associações de protecção de animais e veterinários privados, foi estabelecido um mecanismo de transporte e assistência veterinária a moradores de edifícios declarados como zonas vermelhas. Até à passada segunda-feira, o IAM ajudou a transportar oito animais de zonas vermelhas para veterinários privados para exames veterinários, hospitalização ou cuidados auxiliares como entrega de medicamentos ao domicílio.

Terceiro dia sem casos

Pelo terceiro dia consecutivo, não foram encontrados casos comunitários em Macau. Referindo-se aos dados recolhidos na segunda-feira, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo tipo de Coronavírus anunciou que foram detectados dois novos casos nas zonas de código vermelho e em hotéis de quarentena durante a fase de gestão e controlo. Desde 18 de Junho, Macau acumulou um total de 1.816 casos positivos, tendo sido acompanhadas, no total, 22.957 pessoas.

Três casos importados

Três homens com idades entre os 28 e os 50 anos acusaram positivo para a covid-19 ao entrar em Macau na passada segunda-feira. De acordo com o Centro de Coordenação, os três pacientes não apresentam sintomas e negaram qualquer histórico de infecção da doença, tendo sido encaminhados para isolamento médico. Da totalidade dos casos registados em Macau, apenas 787 são considerados “confirmados”, dado que os pacientes apresentaram sintomas. Os restantes 1.368 infectados são considerados casos assintomáticos, não entrando para a contabilização.

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