O crime compensa

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Em 1970 rebentou uma “bomba” na Alemanha quando um ministro foi acusado de se ter deslocado de férias a Banguecoque e ali ter abusado sexualmente de várias meninas menores. Foi um escândalo, toda a imprensa mundial abordou o assunto. Ninguém fazia ideia o que era a pedofilia e muito menos alguma vez se tinha falado que era possível uma menina menor ser violada por um adulto, especialmente na Tailândia que era visitada por milhões de turistas. Sobre esta matéria apenas tinha vindo a lume poucos casos de abuso sexual por parte de sacerdotes católicos nos seminários. Naturalmente que o ministro alemão foi demitido e nunca mais se deixou de abordar esta matéria da pedofilia.

Passaram décadas e foram criadas associações em todo o mundo na defesa das crianças e no desmascaramento de casos de abuso sexual a menores. A pedofilia tem sido ao longo dos tempos um flagelo. Alguns historiadores afirmam que os abusos sexuais com menores já vêm do tempo dos reis e de muitos séculos passados.

Simplesmente, tudo era abafado, incluindo esta prática, como a homossexualidade dos monarcas e os amantes que tinham reis e rainhas de quem tinham filhos ilegítimos. Uma longa história na história mundial das relações humanas.

O que se passa nos dias de hoje é, ou pelo menos parece, ser muito mais grave. As crianças são tratadas de outra forma. A maioria já não tem os avós para a educar. A maioria vai para casas de amas que os pais mal conhecem sobre a sua vida. A maioria das crianças já não é educada entre parâmetros de moral e de educação sexual. Muitas jovens com apenas 12 anos de idade têm relações sexuais com os namorados. Se ficam grávidas, ou decidem que o filho nasça ou optam pelo aborto, normalmente ilegal.

A pedofilia aumentou assustadoramente desde que a internet começou a proporcionar as relações virtuais de qualquer lugar para um simples quarto onde uma jovem de 10 ou 11 anos se encontra em frente a um computador a comunicar com quem pensa ser da sua idade. Hoje em dia, a maior parte dos casos na internet tem deixado as autoridades policiais de bocas aberta. São aos milhares, os homens que criam páginas e identidades falsas e que se fazem passar por jovens da mesma idade para conquistar a confiança da presa. Pedem fotos das meninas despidas e elas enviam.

Pedem para ter encontros secretos depois de comunicarem que são um pouco mais velhos que as meninas, e elas são tentadas a experimentar um encontro e aí vão elas para um apartamento onde o adulto abusa e ameaça. Diz-lhes logo se comunicarem a alguém o que aconteceu na cama que podem ficar sem os pais. O susto da criança ou da jovem atinge uma dimensão enorme e de total perplexidade. Algumas das jovens têm tido a coragem de denunciar os abusos, especialmente as mais velhas.

O que é verdade indiscutível, é que temos assistido quase todos os meses a notícias em que os pedófilos saem do tribunal para prisão domiciliária ou em liberdade condicionada tendo de se apresentar às autoridades de 15 em 15 dias. Para quê, esta sentença?

Sendo assim os pais interrogam-se sobre o que pode acontecer no futuro aos seus filhos que têm 3 ou 5 anos. Há imensas respostas para esses pais, mas fundamentalmente têm de deixar de oferecer computadores aos filhos menores com ligação à net e têm de controlar as horas em que os filhos estão no computador ou no telemóvel. Um psiquiatra afirmou na televisão, que chegada a hora de uma criança dormir, os pais tinham obrigação de retirar o computador ou o telemóvel do quarto dos filhos. Esta medida, segundo um agente da Polícia Judiciária, reduziria em muito os abusos nas comunicações virtuais entre adultos e crianças.

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