História | Alfredo Gomes Dias lança livro “Macau entre Repúblicas”

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O Centro Científico e Cultural de Macau acolhe, na próxima segunda-feira, a apresentação do novo livro do académico Alfredo Gomes Dias, que se dedica ao estudo da história de Macau. “Macau entre Repúblicas” será apresentado pela historiadora Célia Reis

 

Alfredo Gomes Dias, académico do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL) e autor de várias obras sobre a história de Macau, incluindo uma tese de doutoramento, está de regresso aos estudos sobre a história do território. “Macau entre Repúblicas” será lançado na próxima segunda-feira em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). A apresentação estará a cargo da historiadora Célia Reis, também autora de vários trabalhos sobre a história de Macau. Actualmente, Célia Reis é investigadora do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa.

O livro aborda o período em que Macau viveu entre duas revoluções, em dois lados do mundo: por um lado, a implementação da República em Portugal a 5 de Outubro de 1910, e a queda da Monarquia; e, por outro lado, o fim da China imperial e o início da República da China em 1911. Trata-se de um movimento onde se destacou a figura de Sun Yat-sen, que viveu em Macau.

A obra conta com prefácio de Luís Cunha e a colaboração de Vincent Ho. Juntamente com Joana Barroso Hortas, Alfredo Gomes Dias fez um estudo sobre a forma como a imprensa portuguesa olhou para a implantação da República na China, através da análise dos jornais daquele período.

Macaenses de Xangai

Alfredo Gomes Dias é, além de professor adjunto da Escola Superior de Educação do IPL, investigador do Centro de Estudos Geográficos do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa. Como académico, as suas áreas de interesse centram-se em migrações, história política, social e colonialismo.

Em 2012, defendeu a tese de doutoramento intitulada “A Diáspora Macaense. Macau, Hong Kong, Xangai (1850-1952)”.

Neste trabalho, analisou a emigração macaense entre os anos de 1840 e 1950, com destino a dois lugares principais: Hong Kong e Xangai. A I Guerra do Ópio, entre os anos de 1839 e 1842, “conduziu a profundas mudanças políticas, económicas e sociais em toda a Ásia Oriental e, em particular na China imperial”, tendo levado também a uma onda de emigração por parte da comunidade macaense. “A saída das principais casas de comércio teve um forte impacto social”, lê-se no resumo da tese. Xangai, uma cidade sofisticada e cosmopolita, acabou por se tornar no local de destino de muitos dos emigrantes macaenses que aí se voltaram a estabelecer como comerciantes, mas não só.

A investigação de Alfredo Gomes Dias, neste campo, analisa os “portugueses de Xangai”, ou seja, a comunidade que se formou com esse circuito migratório. Na cidade chinesa, acompanharam “o processo de formação, desenvolvimento e extinção das concessões estrangeiras, revelando estratégias que favoreceram a sua integração na sociedade que os acolheu, sem, todavia, perderem os laços com Macau, o seu território de origem”.

O rumo da história mudaria novamente em 1949, com a implantação da República Popular da China, precedida por uma guerra civil, o que levou a comunidade a sair e a espalhar-se pelo mundo.

Além deste trabalho, Alfredo Gomes Dias é também autor de obras como “Macau e a I Guerra do Ópio”, “Sob o signo da transição – Macau no século XIX” e ainda o livro que nasce da tese de doutoramento, “Diáspora Macaense: Macau, Hong Kong, Xangai (1850-1952)”.

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