Empresas chinesas afundam em bolsa face a aproximação de Pequim a Moscovo

As empresas chinesas registaram ontem o seu pior dia na bolsa de valores de Hong Kong desde a crise financeira global de 2008, à medida que a aproximação de Pequim a Moscovo e renovados riscos regulatórios provocaram o pânico.

O Hang Seng China Enterprises Index, índice composto por empresas da China continental, fechou a cair 7,2%, a maior queda desde novembro de 2008. O Hang Sang Tech Index, que junta os grupos tecnológicos, caiu 11% – a pior queda desde que o índice foi lançado, em julho de 2020.

As fortes quedas ocorreram depois de vários órgãos de imprensa norte-americanos terem informado que a Rússia pediu à China assistência militar para a guerra na Ucrânia.

Pequim negou aquela informação, mas os investidores temem que a aproximação de Pequim a Vladimir Putin possa originar uma reação global contra as empresas chinesas, e até mesmo sanções.

O sentimento foi agravado por várias medidas de confinamento nas cidades chinesas de Shenzhen, Xangai ou Changchun, devido a surtos de covid-19.

Há ainda o risco de empresas chinesas serem excluídas das praças financeiras dos EUA, à medida que os reguladores norte-americanos aumentam o escrutínio sobre a contabilidade de empresas estrangeiras.

Na sexta-feira, o Golden Dragon Index, índice que reúne empresas chinesas listadas nas bolsas norte-americanas, caiu 10%, pelo segundo dia consecutivo.

Na semana passada, o índice caiu 18% – o declínio mais acentuado desde pelo menos 2001. O índice de referência CSI 300 da China fechou a cair 3,1% hoje. A cotação da moeda chinesa, o yuan, também caiu para o seu nível mais baixo no espaço de um mês.

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