China / ÁsiaChina denuncia críticas irresponsáveis a fecho de jornal ‘online’ em Hong Kong Hoje Macau - 30 Dez 2021 A China criticou hoje as reações ocidentais ao encerramento de um órgão de comunicação social independente em Hong Kong, considerando-as irresponsáveis e reafirmando que ninguém “tem o direito de interferir nos assuntos” daquele território chinês. “Algumas forças estrangeiras, sob o pretexto de defenderem a liberdade de imprensa, envolveram-se numa linguagem irresponsável”, disse em Pequim o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, citado pela agência de notícias France-Presse. Zhao reagia a críticas da União Europeia, do Canadá e dos Estados Unidos da América ao encerramento do portal de notícias Stand News, frequentemente ligado ao movimento pró-democracia de Hong Kong, depois de os seus sete jornalistas terem sido detidos. O porta-voz da diplomacia chinesa defendeu o encerramento do Stand News, dizendo que “a liberdade de expressão não pode ser usada como abrigo para atividades criminosas”. Zhao rejeitou as críticas estrangeiras, dizendo que nenhum país “tem o direito de interferir nos assuntos de Hong Kong”. Uma das críticas mais duras foi feita pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que acusou a China de prejudicar a credibilidade de Hong Kong. “Ao silenciar os ‘media’ independentes, a China e as autoridades locais minam a credibilidade e viabilidade de Hong Kong”, disse Blinken na quarta-feira, em comunicado. “As autoridades que têm confiança em si próprias e não têm medo da verdade acolhem uma imprensa livre”, acrescentou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos. Duas das sete pessoas detidas na quarta-feira, na operação policial contra o ‘site’ de notícias, foram acusadas hoje de sedição, anunciou a polícia local. A Associação de Jornalistas de Hong Kong afirmou, na quarta-feira, estar profundamente preocupada com as detenções, notando que, este ano, a polícia deteve vários responsáveis de meios de comunicação social. Em comunicado, a associação pediu ao Governo de Hong Kong para proteger a liberdade de imprensa de acordo com a Lei Básica. Pouco depois das detenções, o Stand News anunciou o encerramento imediato da sua atividade e o despedimento de todos os seus funcionários. O Stand News, considerado popular entre a oposição local, é a segunda empresa de comunicação social de Hong Kong a ser visada pelas autoridades. Em junho, o jornal Apple Daily encerrou a sua atividade, depois de os bens terem sido congelados e os executivos detidos, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim em julho de 2020.