China / ÁsiaOposição acusa primeiro-ministro da Índia de traição por espionagem Hoje Macau - 20 Jul 2021 O Partido do Congresso, principal organização de oposição na Índia, acusou esta segunda-feira de traição o primeiro-ministro, Narendra Modi, por espionagem de líderes políticos, ministros, jornalistas e ativistas, no caso Pegasus. “O Governo Modi é responsável pela implantação e execução deste escândalo de espionagem ilegal e inconstitucional através do ‘software’ israelita Pegasus”, denunciou o principal partido da oposição na Índia, em comunicado. O Partido do Congresso diz que o caso de espionagem Pegasus representa uma “traição e um abandono total da segurança nacional por parte do Governo de Modi”, responsabilizando diretamente o ministro do Interior, Amit Shah, com o consentimento do primeiro-ministro. Um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais denunciou no domingo que jornalistas, ativistas e dissidentes políticos em todo o mundo terão sido espiados graças ao ‘software’ desenvolvido pela empresa israelita NSO Group. A empresa, fundada em 2011 a norte de Telavive, comercializa o ‘spyware’ Pegasus, que, inserido num ‘smartphone’, permite aceder a mensagens, fotos, contactos e até ouvir as chamadas do proprietário. A investigação publicada no domingo por um consórcio de 17 órgãos de comunicação internacionais, incluindo o jornal francês Le Monde, o britânico Guardian e o norte-americano The Washington Post, baseia-se numa lista obtida pelas organizações Forbidden Stories e Amnistia Internacional, que incluem 50.000 números de telefone selecionados pelos clientes da NSO desde 2016 para potencial vigilância. A lista inclui os números de telefone de pelo menos 180 jornalistas, 600 políticos, 85 ativistas de direitos humanos e 65 líderes empresariais, de acordo com a análise realizada pelo consórcio, que localizou muitos em Marrocos, Arábia Saudita e México. O Partido do Congresso denunciou que um de seus principais líderes, Rahul Gandhi, e várias pessoas próximas aparecem na lista de 50.000 números de telefone de possíveis alvos de vigilância. “Uma análise do ‘site’ do grupo NSO mostra que o ‘spyware’ Pegasus e todos os produtos NSO são vendidos exclusivamente para governos”, argumenta o Partido do Congresso, responsabilizando assim “o Governo indiano e as suas agências”. O Governo indiano descreveu hoje como “sensacionais” as reportagens de que o ‘spyware’ da empresa israelita NSO Group foi usado para atacar jornalistas, defensores de direitos e políticos no país asiático. “Qualquer forma de vigilância ilegal não é possível com os freios e contrapesos das nossas leis e instituições robustas … consideramos claramente que não há fundamento por detrás desse sensacionalismo”, disse o ministro da Informação, Ashwini Vasihnaw, no Parlamento indiano.