Albergue SCM | “Profound”, exposição de David Sheekwan, abre hoje portas

A segunda parte da exposição “Profound”, do artista David Sheekwan, é inaugurada hoje na galeria do Albergue SCM, ao mesmo tempo que a primeira parte se mantém de portas abertas na galeria At Light. No total, o público pode disfrutar de 14 pinturas a óleo do artista de Hong Kong

 

“Profound – Works by David Sheekwan” abre hoje portas na galeria A2 do Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM) às 18h30. Um total de 14 pinturas a óleo do artista serão exibidas até 4 de Julho, ao mesmo tempo que continua patente a primeira parte da mesma exposição já patente na galeria At Light, da associação Arts Empowering Lab, até ao dia 26 de Junho.

A curadoria está a cargo de Joey Ho que, num texto intitulado “Entre a Ilusão e o Sonho”, descreve o trabalho de David Sheekwan como “profundo, simples e abstracto”, quer seja em fotografia, pintura a óleo ou caligrafia chinesa.

“David tem uma grande capacidade de organizar cores profundas e frias, como o cinzento, preto, azul e verde escuro, na tela de uma forma delicada. Com esta organização, as cores frias apresentam uma atmosfera pacífica e amável”, escreveu ainda Joey Ho.

Natural de Hong Kong, David Sheekwan é um artista multifacetado. Formado em cerâmica e pintura pelo Instituto de Arte de São Francisco em 1955, com o apoio de uma bolsa de três anos, David fez as malas e partiu depois para Paris, onde abriu um estúdio de design. Em 1972 regressou a Hong Kong onde começou a marca de roupa David & David.

Coube à David & David a concepção do guarda-roupa do espectáculo “A Story of White Serpent”, dirigido por Rebecca Pan Dihua, entre outros. Nos anos 80, David Sheekwan tornou-se professor na Parson’s School of Design, ao mesmo tempo que começou a estudar fotografia na Universidade da Califórnia, em Los Angeles. A primeira obra que assinou nesta área seria publicada em 1999, com o nome “Photographs by David Sheekwan”.

Uma nota descreve o artista como alguém curioso “sobre o cosmos desde a infância”, um tema recorrente no seu trabalho actual. “A sua caligrafia abstracta e pinturas revelam uma observação única das cores, linhas e proporções. O seu estilo de pintura é simples mas misterioso – as suas obras deixam sempre espaço para as pessoas pensarem”, lê-se.

Arte sem explicação

Joey Ho destaca a importância do trabalho de David Sheekwan na indústria da moda em Hong Kong e a postura que este assume perante a arte. “Falar com o David é um verdadeiro prazer. Quando discutimos os trabalhos artísticos, os seus olhos brilham com pureza e clarividência, afirmando ‘Quando pinto, o meu cérebro está vazio e não penso em nada. Se a arte pode ser explicada, não existe de todo”, descreveu a curadora.

Quando estudou fotografia, em Los Angeles, David Sheekwan já tinha 60 anos de idade, e voltou a pintar com 80. “Estou grata por, graças a um acaso do universo, ter conhecido David Sheekwan, um perfeito exemplo de um fantasma. Através das suas experiências e da criação artística, agarrei um verdadeiro vislumbre entre a ilusão e o sonho”, rematou Joey Ho.

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