SociedadeEntretenimento | Crise leva Clube D2 a encerrar no fim do ano João Santos Filipe - 17 Dez 2020 Francisco Coelho, gerente do espaço de divertimento nocturno, fala do momento mais triste dos últimos 20 anos de negócio, e admite que o posto de 30 trabalhadores não-residentes fica em risco. “Já estamos há quase um ano nesta situação e não aguentamos mais. São condições muito difíceis”, admite O espaço de diversão nocturna D2, na Doca dos Pescadores, vai encerrar as portas no final do ano. A decisão, motivada pela crise do turismo relacionada com a pandemia da covid-19, está tomada e foi confirmada, ontem, pelo proprietário, Francisco Coelho. “Tomamos a decisão de fechar depois do dia 31 de Dezembro. Por isso, no dia 1 de Janeiro já não vamos abrir as portas”, afirmou Francisco Coelho, ao HM. “Não sabemos se vai ser possível abrir no futuro novamente, temos de ver. Mas as rendas não baixam e, como as coisas estão, não vejo que o turismo vá regressar no próximo ano”, explicou. Além do espaço D2, Coelho é igualmente responsável pelo clube D3, que também fica situado na Doca dos Pescadores. O D3 vai permanecer aberto: “O D3 vai continuar aberto. Mas, o D2 vai fechar, porque é muito difícil ter dois clubes nocturnos no mesmo espaço e ao mesmo tempo”, reconheceu. TNR desempregados De acordo com o gerente, o sector do entretenimento atravessa a crise mais grave dos últimos 20 anos de operações. Como consequência, cerca de 30 trabalhadores não-residentes vão ficar sem emprego. Por sua vez, os locais são transferidos do D2 para o D3. “Quando o D2 encerrar os postos de trabalho vão ser extintos. Os trabalhadores locais vão para o D3, mas os trabalhadores não-residentes vão ficar sem emprego. Também, actualmente, não dá para transferir os TNR de posto de trabalho”, justificou. O encerramento de um negócio desenvolvido há 20 anos e a situação de desemprego não deixa o empresário indiferente, que aponta viver tempos difíceis. “É uma situação muito triste. Ninguém gosta de ver este tipo de acontecimentos. Já estamos há quase um ano nesta situação e não aguentamos mais. São condições muito difíceis”, confessou. “Quando passar a crise queremos abrir novamente o D2, talvez num espaço diferente. Mas, agora, estamos a atravessar o momento mais difícil para a indústria do divertimento nocturno dos últimos anos. Acho mesmo que é o momento mais difícil e nunca vi nada tão grave”, sublinhou. Ainda sobre a decisão, Coelho afirmou não haver alternativa: “Temos de parar porque não há outra forma de enfrentar esta crise. É uma situação muito difícil”, concluiu.