PolíticaRenovação Urbana | Maioria das habitações no Iao Hon estão arrendadas João Santos Filipe - 2 Nov 20204 Dez 2020 Quando se fala de bairros antigos e da necessidade de renovação urbana, a zona do Iao Hon é um exemplo frequentemente utilizado. No entanto, um inquérito da empresa Macau Renovação Urbana apurou que mais de metade das casas naquela zona estão no mercado de arrendamento [dropcap]A[/dropcap] Zona do Iao Hon é sempre um dos principais exemplos apontados pelo Governo e deputados quando se fala de bairros antigos e da necessidade da renovação urbana para melhorar as fracções habitacionais. No entanto, segundo os dados de um inquérito encomendado a uma consultora pela companhia Macau Renovação Urbana, mais de metade das habitações daquela zona são arrendadas e, em muitos casos, os proprietários nem sequer vivem em Macau. A revelação foi feita na Assembleia Legislativa, na sexta-feira, pelo presidente da empresa de capitais públicos, Peter Lam, em resposta a uma intervenção da deputada Ella Lei, apoiada pela Federação das Associações dos Operários de Macau. “A Macau Renovação Urbana está a fazer um inquérito ao domicílio sobre a reconstrução de certos edifícios no Iao Hon. Para este efeito, contratámos uma empresa que vai fazer um estudo que deve ser concluído no primeiro trimestre do próximo ano”, revelou Peter Lam. “Até ao momento, com este inquérito, sabemos que há mais arrendatários a viver nas fracções do que proprietários. Mais de 50 por cento dos proprietários arrendam as casas”, informou. O presidente da empresa disse também que a Macau Renovação Urbana arranjou formas de contactar os proprietários que vivem fora de Macau. “Já contactámos alguns proprietários que vivem no estrangeiro e temos divulgado diferentes informações para que eles também nos contactem”, reconheceu. O trabalho está a ser feito enquanto se aguarda pela aprovação da lei de Renovação Urbana, que já foi alvo de consulta pública. No entanto, o diploma legal ainda tem de ser esboçado e depois é preciso que seja apresentado ao hemiciclo para ser aprovado num processo que se antevê complexo e controverso. No entanto, a empresa espera começar a abordar os diferentes proprietários para perceber a disponibilidade de renovarem os prédios antes da conclusão da lei. Segundo Peter Lam, os contactos devem começar depois do primeiro trimestre do próximo ano. Elevadores e espaços verdes Foi no âmbito destas declarações que o deputado Zheng Anting, ligado à comunidade de Jiangmen, perguntou se existia a possibilidade de as futuras renovações aumentarem a altura dos edifícios e criarem mais zonas comuns nos edifícios Na resposta, Peter Lam confirmou que há alguma margem de manobra: “Talvez os edifícios ou andares possam ser mais altos. Mas se tiverem cinco andares serão reconstruídos com cinco andares. E na reconstrução vai haver espaço para criar mais zonas comuns, como espaços verdes e instalar elevadores”, prometeu Peter Lam. A Macau Renovação Urbana está igualmente responsável pela construção do edifício onde vão morar os compradores de habitações no falhado projecto Pearl Horizon. Sobre o progresso das futuras casas, Peter Lam indicou que a planta está praticamente concluída. Contudo, é preciso esperar pelo fim dos processos jurídicos com promitentes-compradores, para ter uma versão definitiva. “Em Agosto 1.930 famílias apresentaram um pedido para reservar uma fracção, o que representa 92 por cento dos promitentes-compradores [do Pearl Horizon]. Entre os pedidos, mais de 200 foram suspensos, devido a acções judiciais. Mas, agora, só cerca de 30 ainda estão a decorrer e, por isso, acreditamos que as acções vão ser terminadas brevemente e que podemos aceitar estes pedidos”, indicou. Por outro lado, Peter Lam informou também que os promitentes-compradores estão satisfeitos com as condições que lhes têm sido oferecidas em relação à compra das casas no terreno onde ia ser construído o Pearl Horizon.