IAM | Sulu Sou compara mudar nomes de ruas ao período da Revolução Cultural 

[dropcap]S[/dropcap]ulu Sou criticou ontem a proposta de um membro do Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais, Chan Pou San, que pediu à mudança dos nomes de ruas que evocam o período da Administração portuguesa. “Até ser colocada esta questão, muitas pessoas nunca tinham pensado se eram [nomes] pró-colonialismo ou patrióticos, pois a forma de pensar é directa e simples: todas as coisas, tijolos e telhas, nomes e apelidos, boas ou más, tristes ou felizes, são sempre componentes indispensáveis e inalienáveis da cidade. Nós, gentes de Macau, éramos, somos e seremos, até ao último fôlego, guardiões desta memória única do mundo.”

Sulu Sou considera este tipo de visão “extremista”, comparando a postura com o período da Revolução Cultural. “Se assim for, repete-se o que os Guardas Vermelhos fizeram no movimento de ‘danificação das coisas velhas’. Ou seja, tem de se destruir a fortaleza, as igrejas, os faróis e as praças, pois todos têm as marcas do colonialismo e, no palco mundial, perde-se o título de Património Cultural”.

Para o deputado pró-democracia, “Macau é ainda Macau porque é diferente de outras inúmeras cidades”. “Qualquer tentativa, verbal ou accional, de abalar, enfraquecer, substituir ou mesmo destruir estas vantagens especiais é sempre repreendida e desprezada pela população”, frisou. Tendo em conta que este ano se celebram os 15 anos de inscrição do Centro Histórico na lista da UNESCO, o deputado considera a ideia de Chan Pou San “satírica e ridícula”.

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