EventosExposição do artista chinês Zheng Bo em Lisboa aborda relação com o mundo vegetal Hoje Macau - 18 Jun 2020 [dropcap]A[/dropcap] primeira exposição individual em Portugal do artista chinês Zheng Bo, sobre a relação entre os seres humanos e o mundo vegetal, vai ser inaugurada na quinta-feira, na Kunsthalle Lissabon. Intitulada “The Soft and Weak Are Companions of Life” (“O suave e o frágil são companheiros da vida”), a mostra, com desenhos e vídeos, ficará patente naquele espaço, em Lisboa, até 29 de agosto, de acordo com a organização. Devido às medidas de segurança exigidas para combater a pandemia covid-19, não se realizará uma inauguração da mostra, indicou a Kunsthalle, em comunicado. No seu trabalho, Zheng Bo tenta reduzir a distância que foi crescendo ao longo do tempo entre os seres humanos e o mundo vegetal, na consciência de que as pessoas, que começaram a viver cada vez mais nas cidades, passaram a desconhecer o nome das plantas que as rodeiam. Nesta exposição, o artista procura dar um exemplo de “uma possível relação entre humanos e o mundo vegetal, derrubando, nesse processo, a visão antropocêntrica que temos da natureza “. “Mas as plantas representam também o negligenciado e o ‘queer’ num entendimento estandardizado do binário natureza-cultura, apontando, dessa maneira, a necessidade urgente de expandir as nossas noções de relações interespécies, comunidades e ‘contra-públicos’”, explica a organização. Uma nova série de desenhos inédita intitulada “Drawing Life”, abre a exposição na Kunsthalle Lissabon. Na série de vídeos “Pteridophilia 1-4 ” (a palavra é derivada do grego pterid- “feto” e -philia “amor”), Zheng Bo filma jovens em contacto íntimo com vários tipos de fetos numa floresta de Taiwan. “The Soft and Weak Are Companions of Life ” é uma frase do capítulo 76 do Dao De Jing, o texto taoísta escrito no século IV aC. Zheng Bo, nascido em Pequim, na China, em 1974), vive e trabalha em Hong Kong. A sua prática tem vindo a investigar temas ligados à ecologia, a comunidades marginalizadas e a questões de género. Apresentou projetos em várias instituições asiáticas e europeias, nomeadamente, Asia Art Archive, em Hong Kong, Parco Arte Vivente, em Turim, TheCube Project Space, em Taipei, e Villa Vassilieff, em Paris. O seu trabalho foi incluído no programa de ‘performances’ da 58.ª Bienal de Veneza, na Manifesta 12, na 11a Bienal de Taipei e na 11a Bienal de Xangai.