Jorge Fão, sobre crise do coronavírus: Macau não é como Hong Kong, somos obedientes e ficámos em casa

[dropcap]O[/dropcap] presidente da Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC) elogiou hoje a obediência de população e as decisões do Governo local, em contraste com Hong Kong, nos esforços de prevenção face ao coronavírus Covid-19.

“Inicialmente aceitámos isto muito bem. Ficámos em casa, muito sossegadinhos, muito obedientes. Macau, de facto, nesse aspecto, somos bons nessas coisas, somos melhores que as pessoas lá de Hong Kong. As pessoas de Macau, sejam portugueses, macaenses ou chineses, nós somos muito obedientes”, sublinhou Jorge Fão em declarações à agência Lusa.

Por outro lado, destacou que “o Governo [de Macau] fez um belíssimo trabalho” e que há que “reconhecer que (…) tomou certas decisões em tempo muito oportuno, o que não aconteceu em Hong Kong”.

Se as pessoas, “passadas duas semanas, começaram a ficar fartas de estar em casas (…) e começaram a sair”, a verdade é que ao acatar de imediato os apelos governamentais contribuíram para evitar o risco de contágio, defendeu.

O mesmo fez a APOMAC, que tem cerca de um milhar de associados, ao fechar a clínica, ao reduzir inicialmente o horário da cantina, que acabou por fechar mais tarde, e ao reforçar o apoio domiciliário junto de centenas de pessoas mais idosas e com dificuldades de mobilidade, destacou Jorge Fão.

“Tomámos todas as medidas cautelares”, que incluem a medição da temperatura corporal àqueles que ainda se deslocam à associação, explicou o presidente.

Jorge Fão sublinhou ainda os esforços para garantir máscaras, para prevenir qualquer falha no fornecimento por parte do Governo de Macau, obrigado a encomendar 20 milhões dada a crescente procura desde o início da epidemia.

Esforços que têm ajudado a que, “nestas paragens”, Macau seja “o sítio que teve menos contágio”.

“Temos apenas cinco pessoas hospitalizadas [em Macau] e (…) muito em breve, penso que dentro de alguns dias, não teremos ninguém contagiado”, acrescentou o dirigente.

Dos 10 casos identificados desde o início do surto pelas autoridades de Macau, cinco já receberam alta hospitalar. Em Hong Kong há a registar uma morte e 61 pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

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