China / ÁsiaCantora de Hong Kong pede apoio internacional contra erosão de autonomia face à China Hoje Macau - 9 Jul 2019 [dropcap]A[/dropcap] cantora de Hong Kong Denise Ho pediu ontem apoio à comunidade internacional e à imprensa contra “a erosão” da autonomia de Hong Kong em relação à China, depois de meses de protestos contra uma lei sobre extradição. Denise Ho, também conhecida por ser activista LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) salientou, numa sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que Hong Kong “é, provavelmente, o único lugar no mundo que está a enfrentar o enorme poder que é actualmente a China”. O discurso de Denise Ho no Conselho dos Direitos Humanos foi interrompido pelo representante da China, situação muito rara naquela assembleia. A interrupção aconteceu quando a cantora e activista defendia que a lei de extradição para a China “irá remover o mecanismo que protege Hong Kong da interferência do Governo chinês”. Nessa altura, o representante da China, Dai Demao, pediu para ser feito um “ponto de ordem” na mesa e afirmou que mencionar “Hong Kong à margem da China” é uma “afronta ao princípio de ‘Uma só China’ e aos princípios da Carta das Nações Unidas. Alguns segundos depois, Dai Demao interrompeu de novo a cantora para protestar contra as suas “alegações infundadas sobre o modelo ‘Um país, dois sistemas’”. “Irá a ONU convocar uma sessão de emergência para proteger o povo de Hong Kong, tendo em conta os abusos?” e “a ONU retirará a China deste Conselho de Direitos Humanos?”, questionou Denise Ho a seguir às interrupções. Algumas horas antes da intervenção, Denise Ho também pediu, em entrevista à agência AFP, aos Estados Unidos para apoiarem os protestos de Hong Kong sobre “direitos humanos” e “democracia”. De acordo com os movimentos pró-democracia, a adopção de uma lei de extradição destas põe em risco os dissidentes e críticos do regime comunista de Pequim, que passa a poder “ir buscá-los” a Hong Kong para os processar na China.