Vencedor da Palma de Ouro Cannes na Cinemateca Paixão

[dropcap]O[/dropcap] filme sul-coreano que venceu a Palma de Ouro do Festival de Cinema de Cannes 2019 vai ser exibido durante a próxima semana, em diversos horários, na Cinemateca Paixão. “Parasita” é o título da obra do realizador Bong Joon-ho, que foi considerada pela crítica internacional como “uma sátira social em esteróides” ou mesmo um “épico brilhante dos dias de hoje”.

Trata-se de um drama familiar que retrata bem o tema das desigualdades sociais, com um enfoque intimista e uma alta dose de suspense. O humor negro, em porções por vezes tímidas, outras vezes transbordantes, tornou o filme imprevisível e inteligente, “aplaudido calorosamente” pelo público da 72ª edição de Cannes.

Para não estragar a surpresa, os relatos da imprensa sobre as voltas que o guião dá são enigmáticos. E aconselham até o público a “saborear a preciosidade com um mínimo de informação”. Bong Joon-ho chegou mesmo a escrever uma carta aos críticos internacionais, implorando que não revelassem partes importantes do seu filme, para não arruinar a experiência aos demais espectadores.

O argumento conta a história da família unida de Ki-taek, em que todos os elementos são muito próximos, mas estão desempregados e receiam ter apenas um futuro negro pela frente. Até que o seu filho Ki-woo consegue um emprego, como professor particular de inglês de uma jovem de família rica, os Park. Enquanto os primeiros habitam numa escura e sórdida cave, infestada de baratas, os Park vivem numa sumptuosa casa com jardim e respectivas mordomias.

Ki-woo rapidamente se aproveita da situação, conseguindo através de subterfúgios contratar a irmã, o pai e a mãe para servirem na mansão dos Park, mas a chegada da família de golpistas precipita situações incontroláveis e nem tudo correrá como previsto para os novos parasitas.

“Escrito, realizado e interpretado na perfeição”, segundo a crítica de Cannes, o “argumento é excelente e os actores são globalmente extraordinários”. Bong Joon-ho assina não só a realização do filme, mas também o argumento em parceria com Han Jin-won. Os actores são Song Kang-ho no papel do patriarca, Jang Hye-jin interpreta a mulher deste, Choi Woo-sik e Park So-dam são respectivamente o filho e a filha do casal.

Cineasta sociólogo

O realizador Bong Joon-ho, que nasceu numa família da elite coreana, começou por se formar como Mestre em Sociologia antes de seguir a sua verdadeira vocação, o cinema. Após passar pela Academia Coreana de Artes Cinematográficas, começou a realizar filmes em 1994. Os mais conhecidos títulos da sua carreira eram, até à Palma de Ouro de 2019, os filmes “Cão Que Ladra Não Morde” de 2000 e “Okja” de 2017, um surrealista e o outro fantástico, este último chegando a gerar alguma polémica.

A controvérsia de “Okja” aconteceu também em Cannes, por ser uma fita apresentada na plataforma Netflix, na altura muito criticada sobre se poderia ser considerada um “verdadeiro filme”.

“Parasita” tem a duração de 132 minutos e chega agora à sala da Cinemateca Paixão. As sessões decorrem de 22 de Junho a 7 de Julho, em diferentes horários, e os bilhetes encontram-se à venda no local e na página web oficial.

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