China critica decisão de Washington de endurecer sanções contra Cuba

[dropcap]A[/dropcap] China criticou hoje a decisão dos Estados Unidos de endurecer as sanções contra Cuba ao permitirem processar empresas de países terceiros que operem em propriedades expropriadas a norte-americanos após a Revolução.

“A China opõe-se sempre à imposição de sanções unilaterais, fora do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Lu Kang, em conferência de imprensa.

O porta-voz lembrou que o bloqueio imposto pelos EUA já causou “grandes danos” ao desenvolvimento económico e social de Cuba e “dificultou” a vida ao povo cubano.

Lu pediu a Washington que siga os princípios e propósitos básicos da Carta das Nações Unidas e do Direito Internacional e retire o bloqueio a Cuba, de acordo com os interesses dos cubanos, do desenvolvimento da ilha e dos próprios EUA.

Entre as medidas anunciadas pela administração de Donald Trump consta a reactivação do Título III da Lei Helms-Burton, que permite reivindicar em tribunais norte-americanos bens expropriados após a Revolução, o que poderia levar a milhares de acções judiciais contra empresas estrangeiras.

“Muitos países expressaram a sua rejeição e a China sempre pediu aos Estados Unidos que ajam de acordo com os princípios do respeito mútuo e da coexistência pacífica, que são o caminho correcto para as relações entre os estados”, acrescentou Lu.

A medida abre portas a processos contra empresas de todo o mundo, incluindo cadeias de hotéis ou firmas do sector da mineração, como a canadiana Sherritt, um dos principais investidores estrangeiros na ilha.

Além de reactivar os títulos III e IV daquela lei, Washington restringirá novamente as viagens de norte-americanos ao país e limitará as remessas de emigrantes cubanos a mil dólares por trimestre.

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