“Reencarnação” de Allen Wong inaugura dia 10 no espaço Creative Macau

A exposição “Reencarnação” reúne 21 trabalhos de Allen Wong que exploram o ciclo da vida numa metáfora com a própria arte ancestral da pintura chinesa e a sua evolução no mundo contemporâneo. A mostra é inaugurada na próxima quinta-feira na Creative Macau

 

[dropcap]“R[/dropcap]eencarnação” é o nome da exposição do artista local Allen Wong com inauguração marcada para a próxima quinta-feira na galeria da Creative Macau. O evento está marcado para as 18h30 e vai apresentar 21 obras, sendo que duas são instalações. Os restantes trabalhos são pinturas em que o artista utiliza de forma experimental a tinta num regresso às origens da arte chinesa e em forma de metáfora com o ciclo da vida na sociedade contemporânea.

A escolha da arte chinesa, mesmo que utilizada em representações abstractas, foi uma opção de Wong tendo em conta a sua origem. De acordo com o artista, “a pintura chinesa é profunda e apresenta uma atmosfera que procura o espaço espiritual mantendo o seu balanço através da prática,” afirma Allen Wong na apresentação do evento.

No entanto, também a pintura chinesa tem passado por várias formas. “A caneta e a tinta são como a poesia que tem vindo a ficar pior com o passar de gerações e tal como a água fervente, fica sem sabor à medida que o tempo passa”, refere. Com o declínio evidente, o artista local questiona a razão que mantém a arte chinesa ainda em uso.

Para Wong, este tipo de questão possibilita ao artista a reflexão “tendo por base o paradoxo filosófico do navio de Teseu”, aponta. O resultado é uma viagem pela história da pintura chinesa através de uma linha do tempo em que se passa pela época em que era uma arte criadora de estilos próprios tendo passado a ser uma herança e mesmo uma forma de imitação em que os métodos tradicionais vão sendo substituídos pela utilização de outros meios, mais contemporâneos.

A vida em conceitos

Por outro lado, o artista teve em conta, na concepção de “Reencarnação”, a exploração de dois conceitos: o de Topos e o de Concreto. No primeiro, Allen Wong aborda “a extração da inércia da tinta tradicional e converte o resultado numa sequência de substâncias”. São estas substâncias que, sendo simulações de uma vida natural, resultam na conversão de elementos inanimados em formas de vida, acrescenta.

Já no escopo do Concreto, estão os aspectos mecânicos que conduzem a própria vida. Para a sua operacionalização, Wong utiliza as estruturas que simulam o sistema circular da vida dos animais e das plantas e que é representado pela tinta na caneta.

Para o artista, “as memórias das emoções são fontes de energia e é nesta energia natural, governada pelo ritmo mecânico das estruturas regularizadoras, que ‘Reencarnação” se desenvolve seguindo o ciclo da vida”, remata.

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