China / ÁsiaCrime | Monge acusado de má conduta sexual deixa presidência da Associação Budista Hoje Macau - 16 Ago 2018 [dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]hi Xuecheng, o monge que presidia a Associação Budista da China, demitiu-se do cargo, após acusações de má conduta sexual e desvio de fundos, ilustrando o crescente dinamismo do movimento #metoo no país asiático. Um crescente número de académicos, artistas e activistas têm apelado para a denúncia em casos de comportamento impróprio, apesar de o movimento não ter ainda tido repercussões nos meios governamentais. Num relatório periódico, a Associação informa que Shi abandonou o cargo, mas sem mencionar a controvérsia em torno deste. Um dos mais conhecidos monges e autores chineses, Shi era um influente conselheiro político para o Governo central chinês. Situado no norte de Pequim, o seu mosteiro, Longquan, é conhecido entre os chineses bem-educados, incluindo aqueles que abdicam de trabalhos bem remunerados para se dedicarem ao estudo religioso. Este ano, dois monges compilaram um dossier de 95 páginas sobre Shi Xuecheng e entregaram-no à polícia de Pequim. O documento, que incluía imagens de mensagens de texto alegadamente enviadas pelo monge a freiras e o balanço financeiro do mosteiro, tornou-se viral, em Julho, após ter sido vazado nas redes sociais do país. O caso obteve grande atenção por parte da imprensa chinesa, mas Shi afirmou que o documento foi fabricado. Na semana passada, a Administração Estatal dos Assuntos Religiosos, o órgão do Governo encarregue de gerir as religiões no país, anunciou uma investigação a Shi. Nos últimos meses, vários académicos prestigiados foram demitidos por má conduta sexual na China.