China / ÁsiaFamília | Tribunais tentam travar divórcios com “período de reflexão” Hoje Macau - 14 Ago 2018 [dropcap style=’circle’]T[/dropcap]ribunais em toda a China estão a começar a impor aos casais que se querem divorciar um período de espera, de entre duas semanas e três meses, visando travar o aumento no número de separações. Segundo o jornal oficial China Daily, mais de uma centena de tribunais do país estão a impor aquele “período de reflexão”, num programa piloto para resolver disputas domésticas, lançado pelo Supremo Tribunal Popular do país. O programa é sobretudo dirigido a casais jovens que, segundo os juízes, são mais propensos a “rupturas impulsivas”, comparativamente às gerações anteriores. Durante aquele período, o casal receberá aconselhamento matrimonial e, em alguns casos, psicológico, enquanto o juiz explica aos casais as dificuldades de um divórcio, como a negociação da custódia dos filhos ou a partilha de propriedades comuns. Segundo o China Daily, aquelas conversas decorrem fora dos tribunais, em espaços mais ligeiros, com sofás, televisões e outros confortos. A taxa de divórcios tem aumentado na China, nos últimos anos, numa tendência que preocupa o Partido Comunista Chinês, que considera a unidade tradicional da família fundamental para manter a estabilidade social. Segundo o Ministério dos Assuntos Civis, o número de casais divorciados aumentou 40 por cento, na última década, para 4,2 milhões. A maioria dos divórcios ocorre entre os casais nascidos na década de 1980, quando o Governo chinês impôs à população urbana do país a política de “um casal, um filho”, criando uma geração de filhos únicos conhecidos como “xiao huangdi” (pequenos imperadores). Em cidades como Xangai, a “capital” económica do país, a taxa de divórcios já supera a dos novos matrimónios. Os juízes chineses asseguram que aquele “período de reflexão” não se aplicará em casos que envolvem violência doméstica.