Vaso Qing estabelece valor recorde em leilão

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m vaso chinês do século XVIII estabeleceu ontem um recorde de venda num leilão, na Sotheby’s, em Paris, ao atingir o valor final de 16,2 milhões de euros, informou a leiloeira. Criado para o Imperador Quianlong (1735-1796), o vaso de porcelana chinesa esteve esquecido durante várias décadas, no sótão de uma casa de campo francesa. A peça foi adquirida por um licitante chinês que se encontrava presente na sala e, segundo a Sotheby’s Paris, a transacção detém dois recordes, o recorde absoluto de venda na Sotheby’s Paris, desde que o mercado abriu a casas de leilão estrangeiras, e o recorde de venda para porcelana chinesa, em França.

Com um valor de venda inicial estimado entre os 500 mil e os 700 mil euros, o vaso encontrava-se em “perfeito estado de conservação”, possuindo decorações policromadas, com tons rosa dominantes, que representam uma paisagem com veados e pinheiros, numa montanha coberta de bruma. “Este vaso é o único conhecido com estes pormenores. É uma obra de arte maior. É como se se tivesse descoberto um Caravaggio”, sublinhou o especialista de arte asiática Olivier Valmier, na apresentação da obra.

Segundo a página da leiloeira, apenas um outro vaso similar é conhecido em França. Pertence à colecção do Museu Guimet, tendo origem num comerciante de arte oriental existente na capital francesa, no final do século XIX.

O vaso hoje vendido foi levado até à Sotheby’s dentro de uma caixa de sapatos, e também terá sido adquirido em França, na Exposição Universal de Paris de 1867, segundo dados da leiloeira, mantendo-se desde então na mesma família – primeiro, até 1947, num apartamento, na capital francesa, depois, conservado entre outras peças de origem chinesa, na casa de campo de descendentes do proprietário original, que se mantêm anónimos.

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