Tomás Ramos de Deus e Miguel Noronha Andrade lançam álbum “Oito” na próxima quarta-feira

Tomás Ramos de Deus e Miguel Noronha Andrade apresentam, na próxima quarta-feira, o álbum “Oito” no âmbito do Festival Literário de Macau – Rota das Letras. O projecto, da Casa de Portugal, alia a poesia à música

 

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] desafio foi lançado pelo poeta Yao Jingming, Tomás Ramos de Deus e Miguel Noronha Andrade aceitaram e a obra nasceu: Um álbum que reúne oito poemas de autores chineses cantados em português. A apresentação de “Oito”, que invoca o número da sorte chinês, tem lugar, na Quarta-feira às 20h, no edifício do antigo tribunal, no âmbito do Rota das Letras.

A ideia partiu de Yao Jingming. “Ele disse-nos o que tinha pensado e perguntou-nos se estaríamos disponíveis para esse desafio. Nós respondemos que sim e a Casa de Portugal também achou imensa graça, pelo que pusemo-nos logo a trabalhar”, afirmou o músico Tomás Ramos de Deus ao HM. 

O CD reúne oito poemas de autores chineses, incluindo do próprio Yao Jingming (que responde pelo pseudónimo de Yao Feng enquanto poeta) a quem coube a selecção e tradução, musicados por Tomás Ramos de Deus e Miguel Noronha Andrade. Além de Yao Feng, o álbum conta com poemas de Huang Lihai, Lan Lan, Yu Xiang e Gu Cheng.

O processo, que envolveu desde a selecção de poemas até criação das músicas, aos arranjos, gravações, produção e masterização do disco, iniciou-se no Outono. “A fase de produção do disco foi de Outubro/Novembro até ao final do ano. De Janeiro até agora, dedicámo-nos à preparação do concerto de apresentação”, explicou Tomás Ramos de Deus que, embora habituado a adaptar e a musicar poemas, nota que “Oito” foi “mais desafiante”.

Letras e notas

“Este álbum é diferente porque tem poesia que foi traduzida de chinês para português. Embora o processo tenha sido semelhante a outros álbuns (em que também adaptamos poemas feitos e musicamos), este foi mais desafiante em termos do conteúdo”, sublinhou Tomás Ramos de Deus. “Alguns poemas, por exemplo, são muito pequeninos e tivemos que os transformar em músicas que não fossem mínimas, mas acho que fizemos um bom trabalho”, avalia.

As sonoridades também vão beber ao Oriente, acabando por criar uma fusão: “As músicas foram criadas consoante as nossas influências, o que ouvimos, estudamos e aprendemos, mas depois tentamos, através de alguns instrumentos chineses, dar uma sonoridade chinesa às músicas e uma cor diferente ao disco”.

Neste sentido, a expectativa de Tomás Ramos de Deus é a de que o público goste das músicas e do que tentaram criar com o álbum “Oito”: “Espero que tentem apreciar a fusão que fizemos” de sons Oriente com o Ocidente, afirmou.

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