China / ÁsiaPreso ex-agente da CIA suspeito de espiar para Pequim Hoje Macau - 19 Jan 2018 As autoridades dos Estados Unidos detiveram um ex-agente da CIA residente em Hong Kong que teria revelado a identidade de informantes da Agência, supostamente à China, informaram a imprensa americana e o departamento de Justiça. O cidadão americano naturalizado Jerry Chun Shing Lee, também conhecido como Zhen Cheng Li, foi detido na segunda-feira, ao desembarcar no Aeroporto Internacional JFK de Nova Iorque. Segundo uma acção apresentada ao Tribunal Federal de Nova York, em 2012 agentes do FBI vasculharam a bagagem de Lee quando este viajava pelos Estados Unidos e encontraram em seu poder material secreto ao qual não poderia ter acesso. “Os agentes encontraram em pequenos livros anotações manuscritas com informação secreta, incluindo os nomes verdadeiros e números de telefone de informantes e agentes encobertos da CIA, notas de reuniões de agentes activos, locais de encontro e localização de instalações secretas”, assinalou o departamento de Justiça. O New York Times revelou que entre 2010 e o final de 2012 os chineses mataram “pelo menos uma dúzia de fontes” da CIA dentro da China e prenderam pelo menos outros seis informadores. A busca pela fonte das fugas de informação na Agência levou à identificação de uma pessoa que havia trabalhado para a CIA e morava na Ásia, assinalou o jornal, acrescentando que na ocasião não existiam evidências suficientes para se deter o suspeito. Mas outros na Agência atribuíram as fugas a um trabalho descuidado e não a um informador, ainda segundo o Times. Lee foi denunciado por retenção ilegal de informação de defesa, crime passível de uma pena até dez anos de prisão. Os funcionários do departamento de Justiça não esclareceram por que motivo esperaram mais de cinco anos para a apresentação da denúncia contra Lee, e se de facto as informações secretas caíram nas mãos de outros países. Lee, 53 anos, cresceu nos Estados Unidos e serviu no Exército antes de entrar para a Agência Central de Inteligência, em 1994, onde actuou em diversos países até abandonar a CIA, em 2007, para se instalar em Hong Kong. O caso ocorre em meio à crescente preocupação da comunidade de Inteligência dos Estados Unidos sobre a capacidade do governo chinês para bloquear as operações de espionagem no seu território.