Li Keqiang | Meta de crescimento de 2017 vai ser realizada

Na abertura do Fórum Davos de Verão, em Dalian, o primeiro-ministro fez o balanço da situação económica chinesa e propôs as metas do país para o mundo. Li Keqiang garante que o crescimento não abrandará e mostrou-se um partidário indefectível da globalização

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro chinês Li Keqiang disse nesta terça-feira que a China é totalmente capaz de completar os principais objectivos de crescimento deste ano, graças à transição económica estável. “A economia chinesa tornou-se mais estável e sustentável devido a melhorias na estrutura e eficiência”, disse Li ao discursar na abertura da Reunião Anual dos Novos Campeões 2017, também conhecida como Fórum Davos de Verão, em Dalian.

O governo estabeleceu a meta de crescimento do PIB em cerca de 6,5% para o ano inteiro, mas no primeiro trimestre a segunda maior economia do mundo registou uma taxa de crescimento anual do PIB de 6,9%, o mais rápido em 18 meses, superando a previsão. Além disso, a China manterá a taxa de inflação em aproximadamente 3% e a de desemprego urbano dentro de 4,5%.

O primeiro-ministro acredita que uma forte China criará mais oportunidades para o resto do mundo. O país importou US$ 1,6 biliões de produtos no ano passado, enquanto o número de viagens ao exterior chegou a 130 milhões.

Ao mostrar a confiança, Li não receia admitir desafios. “Flutuações pequenas e de curto prazo de indicadores económicos são inevitáveis, mas a tendência estável de longo prazo não vai mudar”, declarou, descartando a possibilidade de um abrandamento forçado da economia.

“A China continuará impulsionando sua reforma estrutural no lado da oferta, melhorando a administração, garantindo o acesso mais fácil ao mercado, promovendo o empreendedorismo e inovação, controlando sectores saturados e estimulando o consumo”, prometeu Li.

Riscos controlados

Li Keqiang reiterou ainda que foram tomadas medidas para dissolver os pontos de risco. “Defenderemos um resultado sem riscos sistemáticos”, disse, apesar de admitir os riscos ocultos em algumas indústrias, mas enfatizou que a situação é geralmente controlável, citando a baixa dívida do governo, alta poupança, suficiente capital bancário e cobertura das provisões.

“Nós somos capazes de desviar todos os tipos de riscos e garantir que o crescimento económico fique numa faixa razoável”, disse Li, classificando a estagnação como o maior risco para a China.

O governo formulou uma série de medidas para refrear os riscos no sector financeiro, especialmente uma campanha de redução da crédito com escrutínio rigoroso contra financiamento arriscado e o sector bancário paralelo.

Globalização já

Os países devem defender com firmeza a globalização económica para obter crescimento inclusivo, declarou o primeiro-ministro. Para Li, “o livre comércio deve ser a base do comércio justo e impedi-lo não trará comércio justo”, afirmou. “As disputas comerciais devem ser tratadas de acordo com as situações diferentes em países diferentes”, indicou Li.

“Com base no princípio de consulta equitativa, entendimento mútuo e acomodação, assim como tratamento igual sem discriminação, os países devem buscar interesses convergentes e complementar-se uns aos outros, usando as vantagens para obter resultados de benefício mútuo.” “Não devemos impor regras unilaterais em outros, nem politizar o comércio justo.”

 

Inovação garante crescimento

Li Keqiang salientou que a China alcançou resultados acima da expectativa ao impulsionar o empreendedorismo e inovação em massa. “O número de entidades de mercado na China aumentou a um ritmo diário médio de 40 mil nos últimos três anos”, disse Li em um discurso na cerimónia de inauguração do Fórum Davos de Verão.

Durante o período, 14 mil empresas foram registadas diariamente em média, com cerca de 70% delas activas nos negócios, e o número de novas empresas aumentou para 18 mil por dia em Maio este ano, de acordo com Li.

O primeiro-ministro descreveu o empreendedorismo e a inovação em massa como uma maneira efectiva para realizar o crescimento inclusivo, dizendo que “o processo junta e beneficia o povo extensivamente”.

O novo ímpeto de crescimento, incluindo novas indústrias e novos modelos comerciais, contribuiu com cerca de 70% de todos os novos empregos criados nas cidades do país no ano passado, segundo o primeiro-ministro. “A regulação inclusiva e prudente” pelo governo estimulou o desenvolvimento rápido das indústrias e os modelos comerciais emergentes incluindo o comércio electrónico, o pagamento móvel e a partilha de bicicletas, disse Li. Ao mesmo tempo, “o empreendedorismo e a inovação em massa também ajudou a transformar os sectores tradicionais do país e acelerar a actualização da economia”, reforçou.

Li Keqiang atribuiu o desempenho positivo à actual reestruturação económica do país. “A China não tomou medidas estimulantes nem seguiu o antigo caminho velho de depender de investimento e recursos. Pelo contrário, apostou na inovação e reforma a fim de transformar-se para uma economia orientada pelo consumo e serviços”, assinalou Li. O consumo contribuiu com 64,6% do PIB em 2016, enquanto o sector de serviços representou 51,6% do crescimento económico. “A procura nacional tornou-se um pilar significante (para a economia)”, concluiu Li.

 

Fórum Davos de Verão

Realizado de terça a quinta-feira, o Fórum Davos de Verão deste ano, intitulado “Alcançar o crescimento inclusivo na IV Revolução Industrial”, foca-se em como as inovações de tecnologia e política podem acelerar um estilo mais inclusivo do desenvolvimento económico que dá prioridade à criação de empregos significativos e ao desenvolvimento sustentável.

Cerca de 1500 políticos, funcionários, empresários, académicos e representantes dos media de mais de 90 países e regiões discutirão os tópicos, que variam do crescimento inclusivo à nova revolução industrial. Estabelecido pelo Fórum Económico Mundial em 2007, o Davos de Verão é realizado anualmente na China, alternando entre Dalian e Tianjin.

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