China / ÁsiaPequim | Autoridades investigam rede ilegal de venda de placentas humanas Hoje Macau - 24 Mai 2017 [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas lançaram uma investigação a vários serviços obstétricos e de maternidade de Pequim, acusados numa reportagem do jornal Beijing News de participar numa rede ilegal de venda de placentas humanas, informou a imprensa local. A Comissão de Saúde e Planeamento Familiar de Pequim pretende averiguar se a informação avançada este domingo pelo Beijing News está correcta. Segundo o jornal, os traficantes podem obter uma placenta por 400 yuan no Hospital Obstétrico e Ginecológico de Pequim e duplicar o seu valor ao processar o órgão. Uma vendedora, identificada como Li Ping, assegurou ao Beijing News que podia conseguir duas ou três placentas por dia – e a partir de cada uma fabricar 112 comprimidos -, ganhando até 100.000 yuan por mês. Cada comprimido custa 10 yuan. A direcção do centro hospital desmentiu que haja envolvimento do seu pessoal na operação e disse estar a cooperar com a polícia para resolver a situação. A placenta humana só pode ser entregue à mulher que deu à luz e, caso esta prescinda da mesma, é da responsabilidade do hospital conservá-la e assegurar-se que não é vendida, segundo uma regulação aprovada pelas autoridades sanitárias, em 2005. Entre os problemas que podem derivar da ingestão de placenta de origem desconhecida está o risco de contaminação por hepatite B, sida ou sífilis. Comer a própria placenta após dar à luz é uma tradição com mais de 2.000 anos na China, onde se crê que esta contém propriedades curativas e previne o envelhecimento. A medicina tradicional chinesa excluiu-a, no entanto, em 2015, apesar de medicina feita com placenta continuar a ser vendida nas farmácias do país.