Austrália insta China a pressionar Coreia do Norte para pôr fim a testes com mísseis

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] primeiro-ministro australiano pediu ontem à China para usar a sua influência junto da Coreia do Norte para pôr fim aos testes de mísseis do regime.

Malcolm Turnbull disse aos jornalistas, em Sydney, que a conduta da Coreia do Norte é “imprudente, provocadora e ilegal” e que a Austrália vai trabalhar com os Estados Unidos e outros países para impor sanções a Pyongyang.

“A maior responsabilidade de trazer a Coreia do Norte à razão (…) é da China”, disse Turnbull.

“Eles têm uma relação económica dominante com a Coreia do Norte e devido ao facto de terem uma grande influência, têm a maior responsabilidade”, acrescentou.

A Coreia do Norte disparou um novo míssil balístico no domingo, que disse ser um novo modelo de “médio e longo alcance”.

De acordo com a agência de notícias estatal KCNA, trata-se de “um novo modelo de míssil balístico estratégico de médio e longo alcance, o Hwasong-12”. A agência sublinhou que o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, “supervisionou pessoalmente o teste”.

O novo míssil – disparado pelas 05:30 locais de domingo – atingiu uma altitude de 2.111 quilómetros, percorreu cerca de 700 quilómetros e caiu no Mar do Japão.

A KCNA acrescentou que o disparo do míssil visou fazer um teste “às características e pormenores técnicos” da nova arma, “capaz de transportar uma grande e potente ogiva nuclear”.

O míssil seguiu a trajectória planeada e caiu “exactamente no local previsto”.

Criticas gerais

O teste do novo míssil balístico norte-coreano motivou reacções críticas de vários quadrantes: os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul pediram uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações, que foi já marcada para a tarde de terça-feira.

A confirmação da reunião de urgência foi avançada nas Nações Unidas pela representação do Uruguai, país que preside ao Conselho de Segurança em Maio.

O disparo do míssil balístico – o segundo no espaço de 15 dias – foi interpretado como um desafio, na sequência da recente eleição do novo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-In.

A NATO criticou o lançamento do míssil e apelou a Pyongyang para que incentive o desanuviamento da tensão, em vez de insistir “nas provocações”.

O míssil constitui “um incumprimento flagrante de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, o que pressupõe “uma ameaça à paz e à segurança internacional”.

A União Europeia considerou o disparo “uma ameaça à paz e segurança internacional”, numa escalada da tensão na região.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o agravamento de sanções contra a Coreia do Norte, na sequência deste último disparo.

Também a China e a Rússia já reagiram, mostrando-se “preocupadas com a escalada de tensão” na península coreana.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, “discutiram em pormenor a situação na península coreana” durante um encontro, em Pequim, e “as duas partes exprimiram a sua preocupação para com uma escalada de tensão”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

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