Mulher de activista de Taiwan impedida de entrar em Pequim

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] mulher de um activista de Taiwan detido na China não conseguiu viajar ontem para Pequim, devido ao cancelamento da autorização de entrada na China, mas prometeu continuar a lutar pela libertação do marido.

Lee Ming-cheh, voluntário de uma organização não-governamental, está detido desde 19 Março, em local desconhecido na China, por alegados actos contra a segurança do país.

A detenção ocorreu depois de Lee ter entrado na China pela cidade de Zhuhai, após uma passagem por Macau.

A mulher, Lee Ching-yu, disse aos jornalistas ter sido informada pela companhia aérea que Pequim tinha cancelado a autorização de viagem, emitida pelas autoridades chinesas.

Lee Ching-yu deslocava-se à China para pedir informações sobre o marido, Lee Ming-cheh.

A mulher do activista detido mostrou um bilhete manuscrito, entregue por um alegado intermediário chinês, no qual era prometido que se não viajasse para Pequim, não seria mostrada “a foto do marido com as palavras ‘culpado’”. O mesmo intermediário afirmou que ia ser organizado um encontro do casal “o mais rápido possível”.

A mulher de Lee disse estar a ser alvo “de ameaças (…) e intimidações” e não aceitar que a China comunique através de “intermediários”. Lee Ching-yu afirmou exigir que a comunicação seja feita pelos canais oficiais e com um registo escrito.

Pressões e confissões

No domingo, o Gabinete dos Assuntos de Taiwan no Conselho de Estado chinês declarou ter encarregado uma organização de enviar as mensagens de Lee Ming-cheh para a mulher e pais, sem referir o nome da entidade.

Após saber da notícia, a mulher do activista afirmou, em comunicado, que não se deixará “chantagear por ninguém”.

No mesmo comunicado, Lee Ching-yu disse, no domingo à noite, que um alegado “intermediário” da China a advertiu de que se voltasse a Pequim seria exibida na televisão uma confissão, tendo sido aconselhada a ser “discreta e a colaborar” se queria a libertação rápida do marido.

“Como já disse, a 31 de Março, não vou reconhecer nenhuma confissão ou declaração de Lee Ming-cheh antes de o ver pessoalmente”, disse a mulher, que acrescentou que lhe tinham passado, a 7 de Abril, uma fotocópia de uma alegada confissão do marido.

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