China / ÁsiaSecretário de Estado escolhido por Trump critica China Hoje Macau - 13 Jan 2017 [dropcap style≠’circle’]R[/dropcap]ex Tillerson, escolhido por Donald Trump para chefiar a diplomacia norte-americana, acusou ontem a China de perseguir, nem sempre respeitar compromissos económicos e comerciais e de não usar toda a sua influência para controlar a Coreia do Norte. Numa audição de confirmação no cargo no Senado, Tillerson foi especialmente questionado acerca da sua alegada proximidade com a Rússia, acabou por admitir que os EUA e a Rússia podem ser adversários ou parceiros, mas provavelmente nunca serão amigos. “Não é provável que alguma vez sejamos amigos”, disse. “Os nossos sistemas de valores são completamente diferentes”. Sobre a China, que durante a campanha ficou agastada por declarações de Donald Trump sobre a necessidade de justificar a política de “uma só China” com concessões políticas, económicas e comerciais de Pequim, Tillerson criticou medidas políticas económicas e comerciais chinesas que prejudicam os Estados Unidos. “A China tem mostrado uma predisposição para perseguir com determinação os seus objectivos, o que por vezes a tem colocado em conflito com os interesses norte-americanos. Temos de lidar com o que vemos, não com o que esperamos”, disse. O antigo executivo da petrolífera Exxon criticou igualmente a potência asiática por não ser “um parceiro fiável no uso de toda a sua influência para refrear a Coreia do Norte”, um aliado próximo de Pequim condenado internacionalmente pelas suas actividades nucleares ilegais. Tillerson frisou no entanto que divergências com a China em determinadas questões não impedem uma “parceria produtiva” noutras áreas. Ligações perigosas O empresário, que Trump quer venha a ser o seu secretário de Estado, foi intensamente questionado pelos senadores sobretudo acerca das suas ligações empresariais à Rússia, admitindo que “actividades recentes” de Moscovo contrariam os interesses dos Estados Unidos. Às insistentes questões do republicano Marc Rubio sobre a alegada interferência informática da Rússia numa tentativa de influenciar as eleições presidenciais norte-americanas, Tillerson respondeu que é “razoável pensar” que o Presidente russo, Vladimir Putin, estava a par de tais manobras. O provável futuro secretário de Estado frisou no entanto não conhecer os relatórios dos serviços de informações que alegam essa interferência. Noutro momento da audição, Tillerson criticou o processo de aproximação a Cuba lançado pela administração de Barack Obama, por considerar que, a ser feito, o seu progresso devia ter dependido de “concessões significativas” da parte de Havana em matéria de direitos humanos.