EventosDesfile | Macau celebra passagem de administração Hoje Macau - 5 Dez 2016 [dropcap style≠’circle’]M[/dropcap]acau começou ontem a celebrar o 17.º aniversário da passagem de administração de Portugal para a China com uma parada em que se reivindica uma “cidade latina”, onde o português é língua oficial e “ponte” para outros mundos. “A língua portuguesa também é uma chave para abrir o mundo latino. Por isso, aproveitamos esta vantagem para abrir a porta, para abrir a plataforma, o intercâmbio entre a China, Macau e os países latinos”, disse à agência Lusa o presidente do Instituto Cultural de Macau, Ung Vai Meng. A ideia da parada é também “promover Macau” e a sua cultura, através dos milhares de pessoas que atrai o desfile, em que participaram 60 grupos locais, de Hong Kong, da China, de Taiwan e de diversos países e territórios de latinos, acrescentou. O “desfile por Macau, cidade latina” realiza-se desde 2011, dentro das celebrações da criação da Região Administrativa Especial de Macau, integrada na China, a 20 de Dezembro de 1999, quando o território deixou de ser administrado por Portugal. Dança tuga Este ano, o Ballet Afro Tuga representou Portugal, naquela que foi a estreia no estrangeiro deste grupo, segundo disse à agência Lusa o director artístico, Hugo Menezes, que fez um balanço muito positivo desta passagem por Macau, realçando “a boa onda” do desfile e “a curiosidade” do público. O Ballet Afro Tuga, que existe desde 2011, levou até Macau 15 pessoas para esta parada, mas o espectáculo que costuma apresentar integra 40 elementos. Este grupo junta artistas que residem em Portugal que tocam e dançam percussões e ritmos tradicionais afro-mandigas, oriundos da região que abrange Guiné, Mali, Burkina Faso, Libéria, Senegal, Gâmbia e Costa do Marfim. As histórias do “Clássico das Montanhas e dos Mares” – “um popular clássico da antiguidade chinesa que regista a geografia do mundo antigo, descreve divindades e animais grotescos e narra mitos bizarros, considerado a ‘enciclopédia’ mais antiga da China” – foram o pano de fundo da parada deste ano. O cortejo partiu, como habitualmente, das Ruínas de São Paulo, o ex-libris de Macau, com destino à praça do Tap Seac, um local amplo com calçada à portuguesa e edifícios históricos. Este ano houve, contudo, uma nova rota, com alguns grupos a partirem do Largo do Senado. Entre os grupos participantes, houve representantes de Espanha, França, Itália, Brasil ou Uruguai, além de Portugal. O desfile custou 15 milhões de patacas, menos um milhão de patacas do que no ano passado. Segundo Ung Vai Meng, a organização estima que este ano a assistência representou mais 20% do que no ano passado, quando foi calculada em 100 mil pessoas.