Inquérito | Maioria dos alunos sentem baixa confiança dos pais

Têm uma boa relação com os pais, mas estes não têm total confiança nos filhos. Eis os resultados de um inquérito promovido por uma associação ligada ao sector da educação

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]egundo um estudo divulgado pela Associação de Estudantes Chong Wa de Macau, que se dedicou a analisar a relação dos pais com os filhos, alunos do ensino secundário, cerca de 60% dos estudantes inquiridos afirmam ter uma relação “muito boa” ou “bastante boa” com os seus pais. Contudo, e segundo o jornal Ou Mun, mais de metade confessou que os pais “raramente” ou “nunca” mostraram neles total confiança.

Apenas 20% dos alunos afirma sentir “sempre” a confiança dos seus pais, enquanto que um terço sente isso “só de vez em quando”. Na hora dos filhos cometerem erros, apenas 20% considera que os pais oferecem “sempre” indicações correctas, sendo que 45% respondeu que os pais “nunca” foram capazes de dar bons conselhos ou orientações.

O inquérito foi feito com base em 881 questionários espalhados por 16 escolas secundárias do território. Um terço dos alunos consideraram que a sua relação com os pais é “mais ou menos”, sendo que apenas 6% disse que tem com os pais uma relação “relativamente má” ou “muito má”.

Mais de metade dos inquiridos convivem ou comunicam com os pais mais de uma hora diariamente e 40% convivem ou comunicam com os pais menos de uma hora por dia. Cerca de 10% diz que quase não tem comunicação ou intercâmbio com os pais, sendo que casa é o sítio principal para a comunicação. Quase 93% conversam de forma presencial com os pais.

Más influências

Por outro lado, 70% dos inquiridos vive em famílias em que o pai e a mãe têm de trabalhar fora de casa, sendo que metade necessita de trabalhar por turnos. Os resultados revelam ainda que o trabalho por turnos traz uma certa influência negativa à relação parental, mas não é uma influência óbvia.

O estudo também demonstra que 60% dos entrevistados “raramente” ou “nunca” mostram uma preocupação pro-activa em relação aos seus pais, sendo que somente 10% atendem “sempre” os pais.

Os autores do estudo sugerem, assim, que os pais mudem a forma de educação autoritária tradicional e passem a adoptar o método que promove a troca de papéis, para que haja mais atenção e compreensão mútuos. Também as escolas e a sociedade necessitam de promover uma educação parental mais saudável, com mais orientações eficazes.

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