Advogados confessam ligações a organizações estrangeiras

[dropcap style=’circle’]T[/dropcap]rês activistas chineses dos direitos laborais foram condenados a penas suspensas, de entre dois e quatro anos, avançou a imprensa estatal, que cita o seu envolvimento com “organizações estrangeiras hostis à China”
Zeng Feiyang, que era o director do escritório de advogados Panyu Workers’ Centre, foi punido com três anos de pena suspensa, enquanto os seus colegas Tang Huanxing e Zhu Xiaomei foram condenados a 18 meses de pena suspensa, segundo a agência oficial Xinhua.
Os três ajudavam trabalhadores da província de Guangdong, que reclamavam salários em atraso e bónus não pagos aos seus empregadores, mas foram condenados por “ignorar as leis nacionais e organizar encontros de massas que perturbaram a ordem social”, afirma a Xinhua.
Sindicatos independentes são proibidos na China. Apenas o oficial All-China Federation of Trade Unions é reconhecido pela lei, apesar dos críticos afirmarem que frequentemente falha na protecção dos direitos dos trabalhadores.
“Eu aceitei treino e financiamento de uma organização estrangeira hostil à China e, atendendo ao seu pedido, incitei e organizei trabalhadores para protegerem os seus direitos de uma forma extrema”, afirmou Zeng, citado pela Xinhua. “Espero que outros aprendam uma lição com o meu caso e evitem ligações a este tipo de organizações”, acrescentou.
Um relatório difundido na segunda-feira pelo Ministério de Segurança Pública acusa Zeng de ter desviado fundos de “múltiplos grupos e embaixadas de países estrangeiros”, desde 2010. Os três acusados confessaram os crime de que são acusados e disseram que não vão recorrer da decisão.
Guangdong, que confina com Hong Kong e Macau, é uma das mais ricas províncias da China, mas enfrenta agora várias dificuldades, à medida que muitas fábricas no Delta do Rio das Pérolas fecham ou optam por deslocar a produção para outros locais, com mão de obra mais barata.
Durante a liderança do actual Presidente chinês, Xi Jinping, as autoridades reforçaram o controlo sob académicos, advogados e jornalistas, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.

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