Ócios & Negócios PessoasMiss M, café | Maggie Lee, proprietária Filipa Araújo - 4 Mai 2016 “Miss M Food” é um espaço que cheira a algo delicioso. Quem entra não se arrepende. Pastelaria fina, um aspecto agradável, refeições saudáveis e um sorriso atrás do balcão são os ingredientes perfeitos para conquistar qualquer cliente [dropcap style=’circle’]B[/dropcap]em ali, metido entre as ruas do Mercado de São Lourenço e a Igreja, nasceu, e vai ganhando vida, o sonho de Maggie Lee. É o “Miss M Food”, um café com linhas modernas e dedicado à pastelaria fina. O conceito é simples. “Se olharem para os nossos menus eles não têm muita variedade”, começa logo por explicar Maggie, a proprietária do espaço. A ideia é comer bem e saudável, com refeições práticas. Mas não foi assim que começou. “Abrimos o espaço em Julho do ano passado. Estamos quase de parabéns. Começámos por ter disponíveis alguns bolos e pastelaria fina que nós próprios confeccionamos”, indica. Depois, com o passar do tempo e com “o feedback e reacções” dos clientes, a gerência decidiu introduzir o conceito de massa e arroz nos seus menus. Quem procura muita variedade não bate na porta certa, mas “quem quer qualidade” sim. “A verdade é que estamos inseridos na cultura de Macau e eu sei que as pessoas de cá gostam muito de massa e arroz, isso estava a faltar. Os nossos menus viviam muito na base do pão e saladas. Agora temos para todos os gostos”, explica. Muito trabalho Reforçando a ideia de “sonho concretizado”, o “Miss M Food” nasceu de muito trabalho e dedicação. “É preciso trabalhar muito, estarmos muito atentos ao mercado, saber o que ele quer, o que procura, o que mais gosta. É preciso ouvirmos o que os nossos clientes gostariam de ver e adaptarmos, gradualmente, o nosso negócio ao movimento da sociedade”, adiantou. Desengane-se quem considera ser um mercado fácil. “Abrir um negócio em Macau não é coisa fácil, temos de estar sempre a trabalhar, sempre a evoluir, sempre atentos ao mundo dos negócios”, acrescentou Maggie, exemplificando que não pode ter sempre o mesmo menu. “Seria um erro. Tenho que adaptar o menu consoante as épocas e os gostos dos clientes”, reforçou. Da decoração ao preço Entre saladas saudáveis, refeições de qualidade e uns bolinhos na montra, Maggie tem ainda uma paixão à qual, sempre que o tempo lhe permite, se dedica. Decoração de bolos. “Este não é o meu mercado, é só uma coisa que gosto muito de fazer”, explica, afirmando que qualquer cliente pode pedir um bolo, mas é um serviço paralelo ao objectivo do “Miss M Food”. Bolos de casamento, aniversários ou por qualquer outro motivo já fazem parte da história de Maggie. “É preciso muito tempo para esta área. Para decorar um bolo inteiro são precisas muitas horas, existem muitos pormenores”, conta. Mas há outro ponto de destaque neste negócio: os preços. “Apesar de estarmos perto de algumas escolas, os estudantes não mostravam interesse em entrar no nosso café. Nós não percebíamos porquê. Um dia entraram aqui alguns estudantes e eu perguntei se eles gostavam do espaço e da comida, eles disseram que sim, mas explicaram que não tinham entrado mais cedo porque, pelo aspecto do espaço, pensavam que era muito caro”, partilha a proprietária. A verdade é essa, lá de fora, quem olha para o café parece “algo muito chique”. “Eu faço preços baratos, sei que sim, porque não tenho necessidade de os fazer mais caros e com isso mexer com o mercado de negócios. Não acho que as pessoas precisem de pagar mais, mas a verdade é que também não tenho muita variedade nos menus”, esclarece, indicando que assim é possível existir um equilíbrio. Agradar a todos São Lourenço é o bairro escolhido por Maggie. A escolha parece óbvia visto a proprietária residir por perto, mas a verdade é que “estar ao lado da Igreja de São Lourenço” era um ponto a favor para o negócio. “Há muitos turistas por aqui e entram muitas vezes no nosso café”, aponta. “Este é um espaço para todos, sejam chineses, portugueses, turistas ou não. É um espaço que pretende ser um bom sítio para se comer qualquer coisa e conversar um bocadinho”, frisa, admitindo que no mundo das refeições o negócio aposta muito no serviço de take-away. “Grande parte das refeições que vendemos os clientes vêm aqui buscar. Basta ligar para aqui, pedir e vir buscar”, remata.