Património | Governo instado a comprar edifício na Rua da Barca

O prédio da Rua da Barca tem valor histórico, diz o responsável da Associação de História e Educação de Macau, que relembra que a boa vontade do Governo em preservar património poderia passar pela compra do prédio

[dropcap style=’circle’]C[/dropcap]han Su Weng, presidente da Associação de História e Educação de Macau, considera que o edifício localizado no número um da Rua da Barca deve ser protegido e, para isso, comprado pelo Governo. Este é um dos dez edifícios incluído na lista inicial de classificação do Instituto Cultural (IC), mas o seu proprietário já disse não concordar com a protecção devido a um “prejuízo de interesses”.
Ao jornal Ou Mun, o responsável pela Associação considerou “valer a pena” preservar o edifício construído em 1917 e que permanece como um dos poucos exemplos arquitectónicos em Macau, tanto ao nível da fachada como da decoração interior.
“O número um da Rua da Barca mostra o estilo e o nível da estrutura dos edifícios utilizados há cem anos atrás, revelando ainda a mudança e o desenvolvimento que a cidade tem sentido. É uma testemunha histórica do território”, referiu Chan Su Weng.
O proprietário do edifício já afirmou que caso este seja classificado como património vai pedir uma recompensa ao Governo, já que adquiriu o prédio com base num pagamento de dezenas de milhões de patacas e pretendia construir um edifício com seis andares.
“O IC já apoiou financeiramente vários locais com valor histórico. Neste caso, o proprietário também pode pedir um subsídio à entidade. Por outro lado, o Governo pode pensar adquirir o número um da Rua da Barca por um preço razoável, para que haja uma melhor protecção”, defendeu Chan Su Weng.
Conforme o HM avançou na segunda-feira, o proprietário do edifício, Lao Chau Lam, explicou que metade do prédio já foi demolido pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) em 2013, não estando por isso satisfeito com o facto do IC querer classificá-lo. Lao Chau Lam também não concorda com o pagamento de todas as despesas relativas à protecção, algo previsto na Lei de Salvaguarda do Património Cultural.
O presidente da Associação disse não ver qualquer vantagem em que o caso vá parar à barra dos tribunais, defendendo que tal vai demorar muito tempo até que seja encontrada uma solução.

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