Transportes | Proprietários de táxis querem cooperar com a Uber

O Governo não consegue parar a Uber, acredita um representante dos taxistas, e por isso mais vale legalizar a sua actividade. Parte dos taxistas mostram-se adeptos de tal, tanto que querem incluir os táxis pretos na empresa

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]Uber deveria ser legalizada. É que o considera o director da Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau, Ieng Sai Hou, que sugere que o Governo legalize as operações da empresa de transporte privado, bem como incentive à cooperação entre os taxistas locais e os condutores da empresa. Apesar da polémica em torno do aparecimento da Uber no mercado – que levou taxistas a criticarem a empresa -, o responsável vem agora dizer que, afinal, se poderia incluir os táxis pretos na actividade.
Há um facto, diz, que a população não deve ignorar: o serviço é, à luz do Governo, ilegal, mas continua a funcionar no território. Tal é demonstrativo, para Ieng Sai Hou, de que a população quer que o serviço permaneça.
Mesmo com a Associação do Mútuo Auxílio dos Condutores de Táxi de Macau a vincar a sua posição contra este serviço junto do Executivo, no Jornal do Cidadão, Ieng Sai Hou frisa que o sector de taxistas está aberto à ideia de cooperar com a Uber e sugere que o Governo aborde a questão com recurso a advogados, considerando “a integração de táxis pretos no mesmo serviço da empresa, facilitando a vida dos condutores e dos residentes”.
O director da Associação Geral dos Proprietários de Táxis explicou que discorda do conceito de utilizar automóveis privados para transportes de passageiros, mas não vê problemas quanto ao fazê-lo com carros de agências de viagem.
“Caso um turista não consiga apanhar um táxi, reserva um carro de agência de viagem para chegar a hotel. Isto é considerado ilegal? As agências de viagem e os condutores devem ter licenças próprias, é normal transportar e cobrar despesas aos passageiros. Caso contrário, como é que sobrevivem?”, questionou.
Ieong Sai Hou acredita que as autoridades não têm mão-de-obra suficiente para combater a expansão da Uber. “Sei que a Uber ainda está a operar sem problemas e até está a realizar feiras de emprego para contratar condutores. Ainda que as autoridades policiais consigam acusar os condutores, a Uber tem uma base financeira sólida e, caso interponha uma acção judicial contra o Governo, o Executivo pode sair derrotado”, disse.
Flora Fong
Flora.fong@hojemacau.com.mo

CAIXA:
CCAC confirma investigação
Questionado pelo HM sobre a entrega da queixa formal da Uber contra o Governo, o CCAC confirmou que está a investigar o caso, ainda que não se tenha alongado nos pormenores. Recorde-se que a empresa assegurou ter apresentado uma queixa formal contra o Governo ao organismo, em Novembro.

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