SIDA | Mais de 30 casos desde Janeiro. Macau mantém-se abaixo do risco

O número de casos detectados de SIDA ultrapassa os 30, valor contado desde Janeiro e que mantém Macau num “nível baixo” de taxa de infecção. Ainda assim é preciso intensificar a promoção e prevenção, diz o Governo

[dropcap style=’circle’]S[/dropcap]ão 31 os casos de infecção por HIV declarados desde Janeiro do presente ano em Macau. Os números são dos Serviços de Saúde (SS), que indicam que, do total, 19 correspondem a residentes de Macau e os restantes a não residentes.
“Nos 19 casos de infecção nos residentes de Macau o contacto sexual foi a via principal de transmissão. Foram registados dez casos infectados por contactos heterossexuais, oito casos por contactos homossexuais ou bissexuais e num caso identificado a via de transmissão é desconhecida”, indicam em comunicado à imprensa.
Lam Chong, secretário-geral da Comissão de Luta Contra a SIDA, indicou que a taxa de infecção de SIDA em Macau tem registado um nível baixo. O representante falava durante o Fórum Comunitário de Sida em Macau, que aconteceu na passada sexta-feira. Em dez anos de existência, a Comissão, tem desenvolvido “diversos programas e medidas de prevenção com resultados notáveis, incluindo aquelas que visam criar condições para promover e ensinar o público a encarar correctamente a infecção, a submeter-se ao teste e a eliminar formas de descriminação”.

90-90-90

Ainda assim, disse Lam Chong, é preciso intensificar a promoção, a prevenção e os testes de SIDA na comunidade e nos grupos-chaves se Macau quiser atingir a meta – proposta até 2020 – de atingir os 90-90-90 – ou seja 90% dos infectados conhecem a sua situação de infecção, 90% dos infectados que conheçam a sua situação recebem o tratamento e 90% dos infectados que recebem o tratamento podem inibir eficazmente a doença do próprio organismo.
Só com um maior empenho na prevenção é que o território poderá “detectar precocemente os casos de infecção e proporcionar tratamento adequado e atempado”, frisou.
Zhou Kai, assessora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV (UNAIDS), presente no mesmo fórum, alertou “que para concretizar as três metas é necessária a participação das organizações comunitárias já que estas ocupam um lugar preponderante e um papel insubstituível em vários aspectos, particularmente na promoção e educação sobre a SIDA, promoção e detecção, elevação da adesão ao tratamento, carinho e apoio, eliminação de discriminação, entre outros”.
Números globais indicam que, desde a detecção do primeiro caso de SIDA em 1981 até 2014, foram registados no mundo dois milhões de novos casos de infecções por HIV. “Há 36,9 milhões de doentes infectados por HIV e 22 milhões doentes não conseguiram aceder às terapias”, apontou.
O Fórum teve como directivas a situação epidemiológica e estratégia de prevenção da SIDA no mundo e nas três regiões – Macau, Hong Kong e China continental -, prevenção e controlo da SIDA na adolescência, prevenção e controlo nos toxicodependentes, eliminação da discriminação. Do momento fizeram parte assistentes sociais, profissionais de saúde e estudantes do ensino superior.

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