Segurança | Pedida mais fiscalização e combate à imigração ilegal

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak apresenta as Linhas de Acção Governativa (LAG) da sua pasta no final do ano e há quem acredite que há margem para melhorias no que à sua tutela diz respeito.
Leong Veng Chai, deputado que foi também funcionário público da cadeia de Macau, diz que existe uma grande margem para melhorar nos trabalhos de fiscalização de crimes.
“Reparamos que a província de Guangdong, junto com as autoridades policiais de Hong Kong, Taiwan e Indonésia, interceptou ultimamente um grande grupo de burla via telefone e Macau esteve ausente na actividade, mesmo tendo já acontecido casos de burla no território”, deu como exemplo de que há crimes que são só investigados depois de terem lugar apesar de poderem ser travados. O deputado considera necessário melhorar a troca de informações entre territórios, algo em que o Governo assegura estar a apostar.
Leong Veng Chai diz ao HM que o Governo deveria ainda focar-se na situação dos funcionários das Forças de Segurança e volta a insistir que estes voltem a ter um regime de previdência mais alto do que a actual pensão de aposentação.
“Nas regiões vizinhas,  todos os funcionários da Segurança têm este regime, não percebo porque é que só foi cancelado em Macau. Acho injusto e espero que o Secretário volte a implementar o regime.”
 

À procura de casa

A falta de residências para os funcionários da Segurança é outra crítica do deputado, que considera que estes não conseguem ter um sentimento de pertença às autoridades pelo facto de terem de arrendar casas individualmente.
Leong Veng Chai acha que o aumento de subsídios de habitação não é a melhor forma de oferecer uma residência aos funcionários, até porque, diz, com casas fornecidas pelo Governo estes poderiam ficar todos a morar no mesmo local e, assim, poder atender às urgências de forma mais eficiente.
Falando sobre os crimes ligados ao Jogo, o deputado afirma que a situação de branqueamento de capitais “está ainda muito escondida e grave” e que “é necessário fazer mais na investigação e troca de informações entre diferentes serviços”. Algo em que, diz, Lionel Leong tem de apostar.
Para Ao Ieong Kuong Kao, um dos chefes do policiamento comunitário e vice-presidente da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Wong Sio Chak deverá manter a mesma linha de “trabalhos” que tem vindo a ter nas LAG de 2016. Mas Ao aponta que o Secretário se deveria focar em especial na questão dos imigrantes ilegais e dos que cá estão em excesso de permanência.
“O Secretário tem que se esforçar mais para perceber as questões existentes nas comunidades, porque entre os milhares de visitantes, uma parte de pessoas já viu proibida a entrada mas resolve entrar no território ilegalmente através da costa. Isto acontece sobretudo com os residentes do sudeste da Ásia e, como o Governo não consegue comunicar bem com as autoridades desses países, permite que essas pessoas consigam ter documentos de identificação temporária e se mantenham em Macau, sendo trabalhadores ilegais”, indicou, considerando esta uma preocupação escondida.
Aumentar os cursos de formação sobre o policiamento comunitário, consolidar a comunicação entre cidadãos e polícias e promover o combate e a prevenção de crimes nas comunidades são outros trabalhos que Ao considera que Wong Sio Chak deveria ter em conta.
Do ponto de vista do deputado Zheng Anting, os actos criminais que envolvem os estabelecimentos de Jogo têm aumentado. Dando como exemplo os casos de sequestro e usura que viram um aumento este ano, o deputado diz que as autoridades policiais precisam de fazer mais na investigação de crimes transfronteiriços, originários deste tipo de crime. Anting pede mesmo que sejam acelerados os acordos entre regiões, na calha há anos.
“O Secretário de Segurança tem de avançar com a cooperação jurídica entre Macau e as autoridades vizinhas, aumentando o poder de combate de crimes”, afirmou.
O deputado acha também importante que sejam implementadas medidas novas como a impressão digital e o reconhecimento facial quando os turistas passarem as fronteiras à entrada de Macau, de forma a se verificar mais rapidamente eventuais identidades falsas e pessoas perigosas.
 

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