SociedadeInvestimento | Cônsul de Moçambique pede mais acção de Macau Andreia Sofia Silva - 17 Jun 2015 Rafael Custódio Marques, cônsul-geral de Moçambique em Macau e China, pede que mais empresas locais invistam no país, que quer apostar no turismo. Face à desaceleração económica na China, não há receios O cônsul-geral de Moçambique em Macau e China, Rafael Custódio Marques, pede que mais empresas de Macau invistam no país africano, depois da empresa de engenharia Charles Strong ter participado na construção de casas sociais em Maputo. “Existe uma empresa macaense a investir em Moçambique, na área da construção de casas, e as primeiras ficarão construídas em Outubro deste ano. Gostaríamos que mais empresários macaenses investissem em Moçambique”, disse Rafael Custódio Marques aos jornalistas, à margem de um evento de promoção das oportunidades de investimento no país, que decorreu no hotel Grand Lapa. Apesar disso, o cônsul-geral não esqueceu as outras áreas onde já existem laços. “Macau está a cooperar com Moçambique através da formação de quadros, na área do Turismo, Finanças e Educação, porque temos estudantes aqui que frequentam os seus cursos na Universidade de Macau. Há muitas áreas cobertas pela cooperação com o nosso país”, referiu. Questionado sobre se a desaceleração económica na China poderá afectar a captação de investimento em Moçambique, Rafael Custódio Marques considera que ainda não se sentiram consequências. “Esta desaceleração económica na China não tem tido efeitos em Moçambique. Penso que não vai acontecer no futuro, porque Moçambique é um mercado novo, com muitas potencialidades, em que o investimento chinês é bem-vindo. Não acredito que isso venha a retrair investimento chinês”, apontou. “Há empresas chinesas a investir na área do turismo, na construção de hotéis, em Maputo e Tete. Está aberto o caminho para mais investimento chinês”, referiu o cônsul-geral, frisando que as áreas do turismo e gás natural são “um factor de esperança e um desafio para o desenvolvimento económico de Moçambique”. “Não basta termos recursos é preciso capacitar as pessoas, criar infra-estruturas e melhorar uma grande quantidade de serviços”, explicou. Melhorias no Fórum Macau Até à data, apenas um projecto de Moçambique contou com apoio financeiro do fundo ministrado pelo Fórum Macau, o que leva Rafael Custódio Marques a considerar que é preciso fazer mais. “Se calhar tem de se fazer um bocadinho mais pelo Fórum Macau, no sentido de divulgar mais esta porta que está criada para o investimento de Macau ou de empresários chineses. Tem de haver mais massificação de informação junto das empresas de Macau para que vejam países como Angola ou Moçambique como oportunidades de investimento.” No ano em que Moçambique celebra 40 anos como país independente, a estabilidade política traça-se de forma frágil, com a Renamo, partido da oposição, a não reconhecer os resultados eleitorais de Outubro. Contudo, o cônsul-geral do país para Macau e China diz que essa questão não vai afectar futuros investimentos. “Houve num passado recente alguns sinais de instabilidade, mas por via do diálogo penso que se conseguiu ultrapassar isso. Temos vindo a captar investimento, tanto que há grandes companhias na exploração do gás natural e carvão e o turismo tem fluido com normalidade. O Governo vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para se encontrar um meio termo para erradicar a tendência de recurso à violência.” _____________________________________________________________Projecto de David Chow em Cabo Verde parado Mário Vicente, representante de Cabo Verde junto do Fórum Macau, disse ontem que o projecto de construção de um resort com casino em Cabo Verde, do empresário local David Chow, ainda não viu a luz do dia. Segundo a Rádio Macau, o empresário “mantém o interesse”, mas “o projecto mantém-se ao nível das ideias”, sendo que “as discussões continuam”. Mário Vicente afirmou desconhecer as razões para que o projecto continue na gaveta. Vicente admitiu ainda que o desconhecimento impede a aposta de empresas de Macau em Cabo Verde e pede que haja mais procura neste sentido.