Epidemiologista Zhong Nanshan em organismo que distingue projectos científicos

O epidemiologista e pneumologista Zhong Nanshan, uma das figuras nacionais de topo na luta contra a pandemia, foi nomeado por Ho Iat Seng para integrar a Comissão de Avaliação das Candidaturas aos Prémios para o desenvolvimento das ciências e tecnologia.

A constituição da nova comissão foi revelada ontem, através de um despacho do Chefe do Executivo, que nomeou 11 membros, o máximo permitido pela lei. Entre os nomeados encontram-se igualmente académicos de Hong Kong como Sung Jao Yiu, presidente da Universidade Chinesa de Hong Kong, e Tsui Lap Chee, presidente da Universidade de Hong Kong, que vão ter mandatos de dois anos. Yang Wei vai presidir aos trabalhos.

Segundo o despacho assinado por Ho Iat Seng, “os vogais da Comissão têm direito a uma gratificação total de 40.000 patacas durante o mandato”. Contudo, não é certo como será feito o pagamento, uma vez que o regulamento da comissão define que “as personalidades convidadas a participar nas sessões de avaliação têm direito a senhas de presença por cada sessão em que participem”.

O valor das senhoras corresponde ao estabelecido para os trabalhadores da Administração Pública, que ronda as 910 patacas por reunião.

Conselheiro do Governo

Nos últimos anos, e principalmente após o surgimento da covid-19, Zhong Nanshan reuniu várias vezes com Ho Iat Seng, para aconselhamento na estratégia de prevenção da pandemia.

As várias reuniões na sede do Chefe do Executivo, acabaram por ser reconhecidas mais tarde por Ho Iat Seng, que atribuiu ao médico Medalha de Honra Grande Lótus, ou seja, a distinção mais elevada que existe na RAEM.

“Durante a fase crucial do combate à pandemia, deslocou-se várias vezes a Macau para partilhar a sua experiência no âmbito da prevenção e controlo de epidemias com o Chefe do Executivo”, justificou Ho Iat Seng.

No texto da distinção era ainda explicado que Zhong emitiu “orientações” aos serviços de saúde e “contribuído de forma significativa para o combate de Macau” à pandemia. A entrega aconteceu no ano em que Chui Sai On, ex-Chefe do Executivo, também recebeu a distinção.

17 Mar 2022

Especialista diz que segunda vaga de covid-19 na China é “improvável”

[dropcap]O[/dropcap] principal especialista em doenças infecciosas na China considera improvável uma segunda vaga de infeções pelo novo coronavírus no país, numa altura em que os casos disparam em vários países europeus.

Zhong Nanshan disse numa conferência que, embora a China continue a lutar contra surtos esporádicos, os controlos existentes significam que é “improvável” que haja um ressurgimento generalizado da transmissão, “na casa das dezenas de milhares”.

“Temos uma experiência inestimável acumulada. O Governo central adotou uma estratégia de bloquear a propagação no epicentro, enquanto pratica métodos de prevenção em massa em outros lugares”, disse Zhong. “Esta é a chave para a nossa vitória decisiva”, explicou.

A China tomou medidas duras para controlar um surto em Kashgar, ao isolar a cidade, que fica em Xinjiang, no extremo noroeste do país, e testar cerca de 4,75 milhões de pessoas em cerca de três dias. Xinjiang registou, até à data, um total de 54 casos confirmados. A primeira infeção deste surto, o mais recente no país, foi relatada em 24 de outubro, mas a origem dos casos permanece desconhecida.

Na província de Shandong, no nordeste do país, as autoridades estão a tentar rastrear um lote de carne de porco congelada importada do Brasil, após a descoberta, na quinta-feira passada, de vestígios do coronavírus numa embalagem.

O rastreamento tornou-se outra estratégia importante para o controlo da doença na China. No domingo, mais de 8.000 amostras de produtos e embalagens, além de funcionários que podem ter manuseado a mercadoria importada do Brasil, foram testados pelas autoridades na cidade de Yantai. Os resultados foram todos negativos, segundo as autoridades.

Os clientes de uma churrascaria e os compradores no mercado de carnes nas proximidades de Weihai, para onde parte da carne de porco seguiu, foram solicitados a realizarem o teste de ácido nucleico no sábado.

Embora cientistas estrangeiros tenham expressado dúvidas de que alimentos congelados possam causar infeções, pesquisadores do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Pequim e da Academia Chinesa de Ciências Médicas publicaram descobertas no mês passado que ligam salmão importado a um surto em Pequim, em junho passado, que envolveu 335 casos.

Zhong disse que a China vai continuar a viver com estes surtos “esporádicos” e que não deve relaxar as medidas de prevenção da epidemia. “O ambiente actual na China é seguro agora, mas isso foi conquistado com dificuldade”, disse.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

2 Nov 2020

Wuhan | Perito chinês diz que pico do surto deverá acontecer “entre uma semana a 10 dias”

[dropcap]O[/dropcap] pico do surto do novo coronavírus, detetado na China e que já fez mais de 100 mortos naquele país, deverá acontecer “entre uma semana a 10 dias”, antevê um especialista chinês citado hoje pelos ‘media’ estatais chineses.

“É difícil prever exactamente quando o pico será atingido. Mas deverá acontecer entre cerca de uma semana a 10 dias”, disse Zhong Nanshan, em declarações à agência noticiosa estatal Nova China (Xinhua), em relação ao novo coronavírus (2019-nCoV) que provoca doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia.

O mais recente balanço das autoridades chinesas dá conta de 106 mortos, todos verificados na China, e mais de 4.5000 pessoas infectadas, principalmente na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro), onde o vírus foi identificado pela primeira vez.

Considerado um dos melhores especialistas chineses em doenças respiratórias, Zhong Nanshan tem sido frequentemente citado pelos ‘media’ chineses.

Por exemplo, na passada quinta-feira, o perito tinha previsto que o surto não deveria ter “um desenvolvimento de larga escala”.

Zhong Nanshan ganhou reputação por ter ajudado a conter a epidemia da síndrome respiratória aguda grave (SARS) em 2002 e 2003, que matou 774 pessoas em todo o mundo, dos quais 648 na China, incluindo em Hong Kong.

Nas declarações hoje divulgadas pela Xinhua, o especialista indicou que, apesar da inexistência neste momento de uma vacina, “a taxa de mortalidade [associada ao novo coronavírus] deve continuar a baixar” por causa dos esforços das equipas médicas.

Mas ainda existem muitas interrogações sobre esta nova estirpe, nomeadamente sobre as vias de transmissão.

Zeng Guang, chefe de epidemiologia do centro chinês de controlo e de prevenção de doenças, indicou hoje que “em comparação com a SARS, o novo coronavírus foi realmente mais dissimulado”.

O vírus propagou-se rapidamente na zona de Wuhan, especialmente porque “nos casos com sintomas menos fortes, pode ser confundido como uma constipação clássica”, afirmou Zeng Guang, em declarações à televisão pública CCTV.

O epidemiologista acredita, no entanto, que a situação deve melhorar perante as previsões meteorológicas de aumento das temperaturas, uma vez que tal cenário “não é favorável ao desenvolvimento de doenças respiratórias infecciosas”.

Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção pelo novo coronavírus em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.

As pessoas infectadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.

As autoridades chinesas, que já admitiram que a capacidade de propagação do novo vírus se reforçou, decretaram restrições drásticas de viagens em todo o país para tentar conter a propagação do surto, bem como anunciaram a construção em tempo recorde de hospitais em Wuhan e um reforço de 6.000 médicos para a província epicentro do coronavírus.

A par destas medidas e outras, a cidade de Wuhan está em quarentena e isolada do mundo desde a passada quinta-feira.

O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

29 Jan 2020

Wuhan | Perito chinês diz que pico do surto deverá acontecer "entre uma semana a 10 dias"

[dropcap]O[/dropcap] pico do surto do novo coronavírus, detetado na China e que já fez mais de 100 mortos naquele país, deverá acontecer “entre uma semana a 10 dias”, antevê um especialista chinês citado hoje pelos ‘media’ estatais chineses.
“É difícil prever exactamente quando o pico será atingido. Mas deverá acontecer entre cerca de uma semana a 10 dias”, disse Zhong Nanshan, em declarações à agência noticiosa estatal Nova China (Xinhua), em relação ao novo coronavírus (2019-nCoV) que provoca doença respiratória potencialmente grave, como a pneumonia.
O mais recente balanço das autoridades chinesas dá conta de 106 mortos, todos verificados na China, e mais de 4.5000 pessoas infectadas, principalmente na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei (centro), onde o vírus foi identificado pela primeira vez.
Considerado um dos melhores especialistas chineses em doenças respiratórias, Zhong Nanshan tem sido frequentemente citado pelos ‘media’ chineses.
Por exemplo, na passada quinta-feira, o perito tinha previsto que o surto não deveria ter “um desenvolvimento de larga escala”.
Zhong Nanshan ganhou reputação por ter ajudado a conter a epidemia da síndrome respiratória aguda grave (SARS) em 2002 e 2003, que matou 774 pessoas em todo o mundo, dos quais 648 na China, incluindo em Hong Kong.
Nas declarações hoje divulgadas pela Xinhua, o especialista indicou que, apesar da inexistência neste momento de uma vacina, “a taxa de mortalidade [associada ao novo coronavírus] deve continuar a baixar” por causa dos esforços das equipas médicas.
Mas ainda existem muitas interrogações sobre esta nova estirpe, nomeadamente sobre as vias de transmissão.
Zeng Guang, chefe de epidemiologia do centro chinês de controlo e de prevenção de doenças, indicou hoje que “em comparação com a SARS, o novo coronavírus foi realmente mais dissimulado”.
O vírus propagou-se rapidamente na zona de Wuhan, especialmente porque “nos casos com sintomas menos fortes, pode ser confundido como uma constipação clássica”, afirmou Zeng Guang, em declarações à televisão pública CCTV.
O epidemiologista acredita, no entanto, que a situação deve melhorar perante as previsões meteorológicas de aumento das temperaturas, uma vez que tal cenário “não é favorável ao desenvolvimento de doenças respiratórias infecciosas”.
Além do território continental da China, também foram reportados casos de infeção pelo novo coronavírus em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Alemanha, Austrália e Canadá.
As pessoas infectadas podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas, sem que o vírus seja detetado.
As autoridades chinesas, que já admitiram que a capacidade de propagação do novo vírus se reforçou, decretaram restrições drásticas de viagens em todo o país para tentar conter a propagação do surto, bem como anunciaram a construção em tempo recorde de hospitais em Wuhan e um reforço de 6.000 médicos para a província epicentro do coronavírus.
A par destas medidas e outras, a cidade de Wuhan está em quarentena e isolada do mundo desde a passada quinta-feira.
O Governo chinês decidiu prolongar o período de férias do Ano Novo Lunar, que deveria terminar na quinta-feira, para tentar limitar a movimentação da população.

29 Jan 2020