Sofia Margarida Mota Manchete SociedadeMorpheus | Edifício com assinatura de Zaha Hadid abre a 15 de Junho Lawrence Ho, responsável da Melco Internacional, define o edifício Morpheus como “uma carta de amor a Macau”. O novo empreendimento da operadora tem abertura marcada para dia 15 de Junho e é o resultado de um investimento de 1,1 mil milhões de dólares americanos. O casino não terá mesas de jogo VIP [dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] data de abertura do Morpheus está marcada para o próximo dia 15 de Junho. A informação foi dada ontem na apresentação do novo projecto aos jornalistas pelo responsável da Melco Internacional, Lawrence Ho. “Assumimos, se tudo correr bem, que o Morpheus abre a 15 de Junho”, afirmou Ho. Assinado pela arquitecta Zaha Hadide, falecida recentemente, o novo espaço no Cotai é a primeira estrutura desta dimensão, a nível mundial, assente num exoesqueleto, em que a construção é apenas suportada pela estrutura exterior. O novo hotel vai ter 772 quartos, que incluem suites e vilas, equipados e desenhados com o luxo de cinco estrelas. O novo edifício do City of Dreams irá albergar um restaurante chinês na primeira ponte aérea da estrutura, situado no 21º andar, no 30º andar fica um espaço lounge exclusivo para os clientes do hotel e no 40º, a 130 metros de altura, uma piscina. De acordo com Lawrence Ho, será mais um empreendimento que vai para ter a classificação de cinco estrelas dada pela Forbes, distinção que, aliás, é transversal a todos os hotéis de que é proprietário em Macau. No que diz respeito ao jogo, o Morpheus não vai ter mesas VIP. “O Morpheus não está centrado no mercado VIP e por isso não pedimos mesas para esse sector. É tudo para o mercado de massas”, afirmou Lawrence Ho. No que respeita a esse segmento, o responsável não sabe ainda quantas mesas vai ter autorizadas pelo Governo mas, adianta, “será com certeza em número proporcional ao do investimento feito, que totaliza 1, 1 mil milhões de dólares americanos”, apontou. Melco Além das mesas Lawrence Ho não se mostrou preocupado com a renovação de licenças até porque, afirmou, está “confiante na capacidade de entretenimento e distinção pela qualidade dos seus empreendimentos”. Por outro lado, com o Morpheus a ideia não é continuar a criar espaços que centrem exclusivamente no jogo. Segundo o responsável, “o objectivo é criar resorts capazes de ir além do jogo”. Ho considera ainda que esta meta não é apenas visível no novo projecto, mas está patente nos empreendimentos que tem vindo a desenvolver de há 15 anos a esta parte. “95 por cento dos nossos investimentos são nesse sentido desde quando começámos com o Altira, até à concepção do City of Dreams”, apontou. Acima de tudo, sublinhou, o Morpheus “é uma carta de amor a Macau em que queremos construir um marco para a Ásia”, disse. Com este edifício encerra-se um ciclo no projecto City of Dreams, que ainda assim não vai ficar estagnado. Depois da inauguração do Morpheus, a contagem decrescente passa a ser para a restruturação interna do edifício do Hard Rock. “Depois do próximo ano novo chinês, vamos fechar todo o edifício, a torre Countdown, que antes era a torre do Hotel Hard Rock e vamos fazer a renovação”, referiu. O resultado vai ser o “The Libertine”. O projecto deverá estar concluído em 18 meses e o investimento não será inferior a 20 milhões de patacas. Investimento nipónico O responsável pela Melco Internacional, Lawrence Ho, está agora a investir também no Japão e no Chipre. “Passo grande parte do tempo no Japão para tratar dos projectos que tenho naquele país”, afirmou Ho ontem durante a apresentação do novo edifício Morpheus. O empresário fez ainda questão de fazer referência ao hotel que está a construir no Chipre. Entretanto, a Melco Internacional está presente na China, Filipinas, Rússia, Macau. A operadora de jogo Melco Resorts & Entertainment, uma das seis concessionárias que operam em Macau, anunciou em Fevereiro que obteve receitas de 5,3 mil milhões de dólares em 2017, com lucros atribuíveis ao grupo de 347 milhões de dólares.
Hoje Macau SociedadeNovo hotel de Zaha Hadid no Cotai já foi baptizado [dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m dos últimos projectos da arquitecta Zaha Hadid, que morreu em Março, é em Macau e foi ontem baptizado: chama-se Morpheus e é o primeiro hotel ‘free form’ com um exosqueleto, ou seja, suportado pela estrutura exterior. O novo hotel da Melco Crown só vai abrir portas em 2018, mas pormenores do projecto foram ontem revelados, depois de, em 2014, a imagem do exterior da torre ter sido divulgada. “É uma peça muito transparente e porosa. Isto não poderia ter sido construído há dez anos, é muito difícil”, disse Patrik Schumacher, sucessor da primeira mulher vencedora do prémio Pritzker, considerado o Nobel da arquitectura, em 2004. Schumacher refere-se à estrutura particular de Morpheus – nome do deus dos sonhos, já que o hotel faz parte do complexo da Melco, City of Dreams –, que quase não tem colunas e é antes suportado por um esqueleto que envolve o edifício. As vigas de metal e cimento curvilíneas, assinatura de Hadid, conhecida como a ‘Rainha das Curvas’, cobrem a estrutura de vidro, criando um efeito de rede. No centro do paralelepípedo há três buracos, aquilo a que os arquitectos chamam a zona “free form”, já que não obedecem a nenhuma forma geométrica. Lawrence Ho, presidente executivo da Melco Crown, uma das seis operadoras de jogo em Macau, sublinhou que o edifício, com um orçamento de mil milhões de dólares, é “extremamente difícil de construir”, mas que espera tornar-se “um novo ícone em Macau”. Os 39 andares já foram erguidos e, por fora, a estrutura já se assemelha ao projectado, mas por dentro o edifício futurista – que será em grande parte composto por vidro, painéis de alumínio e uma “estética que faz lembrar cristais”, como definiu Schumacher – é ainda cimento e ferro. As duas torres serão ligadas por duas pontes, e entre as principais atracções estará uma ‘piscina infinita’ a 130 metros de altura, elevadores panorâmicos, além de lojas e restaurantes. O hotel inclui 780 quartos, além de ‘villas’. Os quartos estão localizados na zona geométrica das torres, mas aqueles que ficam nas pontas, perto da área ‘free form’ foram especialmente desenhados por Zaha Hadid e aproveitam o formato “estranho” do espaço para oferecer uma experiência que os arquitectos prometem ser “muito especial”. A zona central, de onde se poderá ver, através do vidro, os buracos entre os edifícios, será para espaços comuns, como restaurantes e átrios. O Morpheus terá zona de jogo, no primeiro andar, mas não um casino próprio. Segundo Lawrence Ho, algumas mesas de jogo serão transferidas de outros casinos, e serão maioritariamente direccionadas para o sector VIP e Premium. Ho disse não saber ainda quantas mesas serão deslocadas para o hotel, mas garantiu que será “uma pequena área”.