Hoje Macau EventosAlbergue SCM | Poeta Yao Feng apresenta primeira exposição individual Yao Feng, pseudónimo de Yao Jingming, académico, tradutor e poeta, apresenta na próxima quarta-feira, 23, a sua primeira exposição a título individual. Em “Não Conjuntivo – Exposição de Arte de Yao Feng”, são reveladas 58 obras de fotografia, pintura e instalação com curadoria de Guilherme Ung Vai Meng, ex-presidente do Instituto Cultural Professor catedrático da Universidade de Macau (UM) e tradutor de grandes poetas portugueses para chinês, Yao Jingming aventura-se agora noutra vertente do mundo das artes. Na próxima quarta-feira, dia 23, sob o pseudónimo de Yao Feng, Yao Jingming inaugura a sua primeira exposição individual no Albergue SCM, que conta com curadoria do também artista e ex-presidente do Instituto Cultural Guilherme Ung Vai Meng. A mostra tem como nome “Não Conjuntivo – Exposição de Arte de Yao Feng” e é composta por 58 obras que vão desde a fotografia à pintura e instalação. A exposição “explora uma linguagem plástica e pictográfica na qual o figurativo e o abstracto se fundem num encontro cultural herdeiro de influências orientais e ocidentais, propondo novas dinâmicas”, explica um comunicado do Albergue SCM. A mostra estará patente até ao dia 21 de Fevereiro do próximo ano e conta com o apoio da Fundação Macau, marcando os 21 anos da transferência de soberania de Macau para a China. Fotografia foi o início Apesar de esta ser a primeira mostra individual de Yao Feng, a verdade é que o poeta e artista há muito que se dedica ao mundo artístico, nomeadamente da fotografia. Muitos dos seus livros incluem imagens da sua autoria, além de ter feito uma exposição de fotografia juntamente com o poeta Yu Jian. Nascido em Pequim, Yao Jingming vive em Macau desde 1992 e é doutorado em literatura comparada. Além de ser um dos poetas mais consagrados da China, já publicou 13 livros de poesia, em chinês e em português, e recebeu vários prémios. Dedica-se à investigação da literatura portuguesa e à tradução, tendo publicado dezenas de livros. Em 2006 foi agraciado com a medalha da Ordem Militar de Santiago de Espada, atribuída pelo Presidente de Portugal.
Raquel Moz EventosExposição | Yao Feng dá workshop de poesia no MAM O poeta Yao Feng foi convidado pelo MAM para fazer uma oficina criativa de poesia, no dia 24 de Agosto, inspirada na pintura da exposição “Poesia Lírica – Trabalhos de Artistas de Macau e Portugal”, patente até 4 de Novembro. O evento será em chinês, mas fica a sugestão da visita para quem ainda não foi [dropcap]G[/dropcap]raças à poesia, você morreu sem a morte. Graças à poesia, você encontrou uma lâmpada para suportar o peso da sombra. A poesia é o único que lhe resta, sendo uma possibilidade dentre as impossibilidades”. As palavras de Yao Feng são um excerto da poesia que escreveu, inspirada no quadro sobre a vida do poeta português Camilo Pessanha, pintado pelo artista e arquitecto local Carlos Marreiros. O poema é um exemplo do que vai acontecer na oficina criativa de “Poesia inspirada na Pintura”, marcada para dia 24 de Agosto, no Museu de Arte de Macau (MAM), e apresentada por Yao Feng, pseudónimo artístico do professor Yao Jingming, também director do departamento de português da Universidade de Macau. A ideia partiu do MAM, que convidou o conhecido poeta e professor a lançar um repto em língua chinesa aos Amigos do Museu, para que se inspirem num dos quadros da exposição “Poesia Lírica – Trabalhos de Artistas de Macau e Portugal”, patente ao público desde 13 de Julho até 4 de Novembro de 2019, e escrevam um poema alusivo ao tema da pintura escolhida. Ou mais, não há limite. Os textos devem ser enviados por email para o Museu até dia 21 de Agosto. Yao Feng fará a triagem dos trabalhos na preparação do workshop de dia 24, onde irá procurar despertar, incentivar e orientar a veia criativa dos participantes, num encontro de ideias e sensibilidades que pode até ser o início de uma forma diferente de se estar vida. “Acho que cada pessoa é um poeta potencial, essa capacidade poética pode estar a dormir em cada pessoa, mas então basta acordá-la”, respondeu o professor ao HM. A inspiração é, por vezes, o que falta. Daí a iniciativa do MAM, em que Yao Feng vai orientar os participantes “no uso da sua imaginação, despertada pelas obras de que mais gostaram, para criarem poemas integrando as conotações da pintura na poesia, expressando sentimentos induzidos pela arte”, conforme divulga a organização do evento. Poetas e pintura Sob o tema “Poesia Lírica”, a exposição integrou o 2º “Encontro em Macau – Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, apresentando mais de 90 obras destacadas da colecção MAM, criadas por 60 autores que se estabeleceram ou exibiram os seus trabalhos em Macau – chineses, macaenses e portugueses – desde a década de 1980. São pinturas a óleo, acrílicos e aguarelas, gravuras de técnica mista, esculturas e instalações “que reflectem a criatividade dos artistas contemporâneos, bem como ricas conotações culturais chinesas e portuguesas”. A singularidade da mostra é a inclusão de sete poemas, da autoria de quatro poetas locais, que estabelecem uma relação com as obras expostas. O MAM convidou, na altura, além de Yao Feng, também Wong Man Fai, Ling Gu e Un Sio San, estando os poemas igualmente em exibição nas línguas chinesa e portuguesa. “Quatro palavras sobre Camilo Pessanha” foi a proposta de Yao Feng para a exposição, partindo da pintura de Carlos Marreiros sobre o poeta simbolista português, nascido em 1867, que viveu e trabalhou no território entre 1894 e 1926, onde viria a falecer. O poema é sobre fases da vida – que passam pelas palavras “amor”, “mar”, “arte” e “poesia” – do renomado autor de “Clepsidra”, obra traduzida para chinês pelo próprio professor. Milagre da poesia O workshop de poesia a partir da pintura será uma continuação desta ideia do MAM, que se estende agora à população interessada. É a primeira vez que Yao Feng faz uma oficina criativa com o Museu, mas o exercício não difere muito do que acontece na sua sala de aulas. “De facto, já tenho feito isto com os meus alunos, eu gosto sempre de dar um tema, ou uma palavra que seja muito usada e nada criativa, para que os alunos escrevam uma frase ou um verso, mas com uma linguagem criativa”, dá como exemplo. É que “a palavra é capaz de fazer milagres”, descrever e tornar “uma coisa muito comum, muito banal, numa coisa fantástica”. Como acredita e gosta de partilhar com os seus formandos, “na poesia o improvável pode acontecer”. O workshop é gratuito, organizado em língua chinesa, e terá um limite de 20 participantes. A inscrição deverá ser feita online no sítio electrónico do Museu. A comunidade portuguesa pode, também, aproveitar a sugestão e visitar a mostra em busca de inspiração poética. “Aprender a observar, a olhar o mundo com olhos poéticos, também é importante para o dia a dia, porque traz novidades, traz mais beleza para a nossa vida pessoal”, é a proposta deixada por Yao Feng.
Andreia Sofia Silva EventosExposição “Amor Moldado”, de Xue Yihan, inaugurada no Albergue SCM O primeiro contacto de Yao Feng com o trabalho artístico de Xue Yihan aconteceu por culpa do acaso. Um dia Yao Feng, pseudónimo de Yao Jingming, académico da Universidade de Macau (UM), foi convidado para jantar em casa de um dos filhos de Xue Yihan, artista e um antigo soldado do exército chinês, já falecido. Foi então que Yao Feng se deparou com diversas gravuras sobre Macau expostas na parede da sala. “Este artista já morreu em 2008 e, no ano passado, os filhos convidaram-me para jantar na sua casa em Zhuhai. Durante o jantar reparei nos quadros na parede e fiquei impressionado. Eram quadros de gravura mas todos sobre Macau, sobre o palácio do Governador ou as Portas do Cerco. Falei com eles e fiquei com a ideia de fazer uma exposição em Macau”, contou Yao Feng ao HM. O contacto do artista com Macau só aconteceu depois de se ter reformado e mudado de armas e bagagens para Zhuhai. “Foi aí que teve a oportunidade de visitar Macau e ficou impressionado. Acabou por vir cá muitas vezes e, durante dois anos, fez muitos trabalhos com um amigo (Zhang Zhenqi), também artista, todos eles feitos antes do período de transferência de soberania.” Os filhos de Xue Yihan acabaram por doar 12 obras do pai ao Governo de Macau. Na nota que escreveu sobre a exposição, Yao Feng destacou o facto de Xue Yihan ter retratado os lugares históricos de Macau através da gravura, num trabalho cheio de detalhes. “Para fazer estas obras, Xue Yihan percorreu as ruas e ruelas de Macau e acabou por seleccionar cuidadosamente os pontos históricos e culturais mais representativos para os temas da sua gravura, os quais ganharam uma excelente expressão através da sua técnica hábil de gravura e da sua alma acesa na paixão por esta terra. Sendo um artista experiente em arte de gravura, Xue Yihan sabia bem como interiorizar primeiramente a paisagem física e depois mostrá-la aos olhos do público, pelas cores e linhas cuidadosamente concebidas.” Testemunho de mestre Para Yao Feng, as obras que serão vistas na exposição do Albergue SCM “são feitas com linhas complexas mas precisas, cores abundantes mas harmoniosas, o que serve para provar que Xue Yihan era um mestre em arte de gravura. Como as obras de gravura de Xue Yihan foram concluídas num importante momento histórico de Macau, já constituem uma preciosa testemunha artística deste momento”. Nascido em 1937, Xue Yihan foi membro da Associação dos Artistas da China e da Associação de Gravadores da China, bem como da Associação dos Artistas de Guangdong. Foi no período em que prestou serviço militar na marinha chinesa que retratou a vida dos militares no Mar do Sul da China. Depois de se ter mudado para Zhuhai aquando da sua reforma, Xue Yihan acabou por criar o Centro de Intercâmbio Cultural e Artístico, tendo chegado a expor o seu trabalho em países como a Austrália, Canadá, Estados Unidos e ainda em diversas cidades chinesas. A exposição estará patente até ao dia 22 de Abril, podendo ser visitada todos os dias entre as 12h00 e 20h00 – às segundas-feiras apenas estará aberta entre as 15h00 e 20h00. A entrada é livre.