Hoje Macau Política“Os Resistentes – Retratos de Macau” #2 “Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014 Realizador e Editor: António Caetano Faria Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira Som: Bruno Oliveira Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
Hoje Macau Manchete“Os Resistentes – Retratos de Macau” #1 Sapataria Wong Lam Kei • 1946 “Os Resistentes – Retratos de Macau” de António Caetano Faria • Locanda Films • 2014 Realizador e Editor: António Caetano Faria Produtores: Tracy Choy e Eliz L. Ilum Câmara e Cor: Gonçalo Ferreira Som: Bruno Oliveira Assistente de Câmara: Nuno Cortez-Pinto Editor Assistente: Hélder Alhada Ricardo Sonorização e Mistura de Som: Ellison Keong Música: Orquestra Chinesa de Macau – “Capricho Macau” de Li Binyang
Hoje Macau PolíticaPaus – “Mo People” “Mo People” Com a camisa aberta A vontade aperta People com people À volta da mesa A vazar garrafas Com a camisa aberta A vontade aperta People com people À volta da mesa Sem punhos nem facas Paus FÁBIO JEVELIM / HÉLIO MORAIS / JOAQUIM ALBERGARIA / MAKOTO YAGYU
Hoje Macau PolíticaSlow J – “Cristalina” “Cristalina” Se eu disser só Tudo o que eu pensei Transformado em voz Se eu tiver dó e Vir tudo o que eu neguei Transformado em nós Mano, eu nem sei Eu só tentei Chegar mais longe sem sensei Eu supliquei Por uma gota desse Soro que te dei E veio o choro Socorro Salvei mentira e morro Sufoco De um louco Ser Cristalina é pouco ou… Se ele quebrar Não resistir Se eu só calar, para te ver sorrir Para sobreviver Matar e morrer é fundamental Slow J
André Ritchie Sorrindo Sempre VozesRua de Macau II [dropcap style=’circle’]”R[/dropcap]Rua de Macau” é um filme da autoria do nosso cineasta Sérgio Perez. Lançado em 2008, conta a história de Miri, uma chinesa de Macau sofisticada, recém-regressada do estrangeiro onde concluiu os seus estudos. (*) Miri deixa-se deslumbrar pela nova indústria do jogo. Sente-se atraída pela escala, opulência e requinte das novas propriedades acabadas de inaugurar. Por outro lado, entusiasma-se também com a nova comunidade de expatriados anglofónicos que vai populando Macau e com a qual se identifica. A pequena cidade adormecida onde Miri cresceu, transformou-se e deixou de ser o backwater onde nada se passava. Agora sim, é uma cidade. E internacional. Por mero acaso – e depois de ter rejeitado um expatriado à porta de um bar – Miri decide dar uma volta a pé por Macau. É assim que descobre um pequeno e humilde restaurante português nas vísceras da malha antiga da cidade. Interessa-se pelo estabelecimento onde fotografias antigas de Macau com jogadores de hóquei em campo na Caixa Escolar enfeitam as paredes e onde se come minchi ao som de música em patuá. Mas, sobretudo, interessa-se por Miguel, um rapaz Macaense simples, interessante e bem-parecido, filho do dono desse pitoresco estabelecimento. Apaixonando-se por Miguel, Miri acaba também por se apaixonar pelo charme do seu antigo Macau. Mas um dia cai em si e decide que não é nada daquilo que quer – e regressa ao seu Macau do bling-bling. * * * “Rua de Macau” foi rodado numa época em que a cidade se transformou num grande estaleiro, palco da primeira onda de construção dos novos empreendimentos da indústria do jogo, bem como de outras tantas infra-estruturas materializadas pelo governo visando preparar Macau para a metamorfose que advinha. O tempo passa num instante e o filme – que contou com a colaboração do autor desta coluna – está perto de fazer 10 anos. Pelo que ora se decidiu desenvolver aqui uma sequela, uma actualização e contextualização com a nova realidade – de uma forma muito pessoal e peculiar. * * * Rua de Macau II No dia seguinte Miri, confusa e sozinha em casa, contempla a ideia de ir ter com Miguel para lhe explicar a razão da reacção brusca e agressiva da noite anterior. Na verdade, tratou-se tudo de um equívoco. Miri sabe que deixou Miguel magoado e, por isso, sente-se mal. Tem a consciência pesada e quer ir ter com ele para que possam pelo menos manter uma relação como amigos. No entanto, hesita. Não por medo ou por pensar que, regressando ao restaurante onde Miguel trabalha, irá emocionar-se novamente com aquele ambiente de fotografias antigas, comida portuguesa e músicas em patuá. Tem também a certeza que nem o olhar charmoso de Miguel a fará vacilar. O problema não está aí. Miri hesita porque o restaurante fica numa zona altamente inacessível da cidade. É que Miri é sofisticada, mas mora nos blocos de habitação social de Seac Pai Van. Não conduz porque a carta de condução que tirou no estrangeiro ainda não foi aceite em Macau – a última explicação que lhe deram foi que no país onde tirou a carta conduz-se do lado contrário, pelo que o processo demora um pouco mais. Vai ter de ir de autocarro. É uma viagem longa – está habituada a comutar diariamente apenas entre Seac Pai Van e Cotai, onde trabalha – e não lhe agrada a ideia de ter de atravessar a cidade toda num autocarro que, quase sempre, está cheio de operários das obras que circulam em grupo porque vivem todos juntos em apartamentos transformados em dormitórios. Ainda assim, persistente, vai ao seu iMac e faz uma pesquisa para saber qual o autocarro que deve apanhar para se chegar àquele fim-do-mundo. Enerva-se porque não consegue encontrar, de uma forma intuitiva, a informação que procura. E recorda-se que o website da Reolian era, nesse aspecto, o melhor de todos pois permitia visualizar todas as linhas de autocarro em interacção com imagens de satélite do Google Maps. Agora, encontra apenas tabelas e mais tabelas com números dos autocarros e respectivas paragens identificadas ou pelo nome da rua ou, pior, pelo nome do prédio adjacente – e mais nada. “Like, I’m supposed to know all the names of the streets or the names of the buildings? WTF?”. Frustrada e irritada, Miri dá um muro na parede. Por sorte, esta manteve-se intacta – podia ter sido pior. É no meio disto tudo que Miri recebe uma notificação no seu iPhone 6. Trata-se de um aviso de chuvas intensas. Por essa razão, as escolas vão-se manter fechadas. “Good”, pensa Miri. Finalmente algo positivo, pois não havendo escola haverá menos tráfego – a eventual viagem até ao restaurante será menos morosa. No entanto, à cautela, decide ficar em casa e não arriscar pois desconfia que a notificação de chuvas intensas se trate apenas de um simulacro. Nunca se sabe e não vale a pena verificar pela televisão pois também eles participam nos simulacros. * * * Miguel está sentado sozinho numa mesa do restaurante onde trabalha. É-lhe servido pelo pai um minchi com arroz branco, mas sem ovo estrelado – Miguel ficou traumatizado com o episódio dos ovos falsos vindos da China e, desde então, deixou de comer ovo. Nem a criação do Centro de Segurança Alimentar o curou desse trauma. A imagem que viu no noticiário de uma falsa gema de ovo cozida com textura a borracha a saltitar como uma bola de pelota basca ficou-lhe gravada na memória para sempre. Com ovo ou sem ovo, Miguel decide ir ter com Miri. Sabe que ela mora no Seac Pai Van, que isso fica no fim-do-mundo, mas está decidido a embarcar numa viagem que, com azar, poderá até vir a ser mais longa do que uma ida a Hong Kong. Miguel tem uma mota, mas prefere ir de autocarro. É que, mesmo com a faixa reservada para motociclos da Ponte de Sai Van, tem consciência do perigo que é atravessar a ponte de mota. Amor é também determinação e coragem, está certo. Mas Miguel perdeu recentemente um amigo, vítima de um acidente, e não quer arriscar. O que Miguel não sabe é que está para vir uma grande tempestade de chuvas intensas. Miguel, sendo Maquista, tem por teimosia instalado no seu telemóvel a versão em língua portuguesa da aplicação que faz essas notificações – mesmo sabendo que, por esse motivo, essas tardam a chegar porque precisam de ser traduzidas; ou por vezes não chegam sequer a ser enviadas. No caso em concreto, fica-se sem perceber bem o que aconteceu – o filme não revela esse pormenor desnecessário. Por outro lado, o seu pai irritou-se com todo o episódio dos anteneiros e a partir daí deixou-se de ver televisão no restaurante. É que o homem, sendo um antigo de Macau, apreciava a clandestinidade do sistema montado pelos anteneiros e das 90 patacas que pagava por mês que lhe dava acesso a todos os canais, incluindo o tal de desporto tailandês onde via o seu futebol. Assim, quando se deu cabo do esquema e se criou a Canais de Televisão Básicos de Macau, S.A., por solidariedade com os anteneiros o velho botou prontamente a televisão no lixo. Desconectado e sem informação actualizada, Miguel está à espera do autocarro numa paragem provisória sem cobertura – porque a rua está em obras para a instalação de cabos da MTEL – quando cai uma chuvada que o deixa molhado até à cueca. Frustrado, regressa ao restaurante. * * * Passado uns tempos, quis o destino que Miri ganhasse uma oportunidade para finalmente ir ter com Miguel ao restaurante: foi notificada pelo Centro de Saúde da Areia Preta para ir a uma consulta marcada uns anos atrás. É que, tal como muitos que não têm casa própria, Miri mudou de casa umas 20 vezes antes de se fixar em Seac Pai Van. E, pelo percurso, chegou a morar na Areia Preta. Deslocou-se a essa zona da cidade através da Uber. Por azar, o carro que a transportou foi parado pela polícia. Miri é persuadida pelos agentes da autoridade a confessar que estava a utilizar um transporte ilegal. Ao condutor foi aplicada uma multa pesada. Atrasada, Miri acaba por faltar à consulta. Decide então caminhar em direcção ao restaurante. Para a sua enorme surpresa, o estabelecimento já lá não estava. No seu lugar encontra uma loja que vende não se sabe bem ao certo o quê. Perdida, Miri pergunta ao homem da loja – um sujeito com ar de artista – pelo restaurante. “Não sabes?”, respondeu o artista. “Não aguentou a renda e fechou as portas!”. Surpreendida e insatisfeita, Miri responde: “E tu? Como aguentas tu a renda?” “Tenho um subsídio do Fundo das Indústrias Criativas.” Miri encolhe os ombros e desiste. Afasta-se de tudo e todos, sorrindo sempre. (*) “Rua de Macau” tem a duração de 45 minutos e está disponível no YouTube, podendo ser visto no topo deste artigo.
Hoje Macau PolíticaLadrões do Tempo – “Rua” “Rua” Se nada eu posso ter Aquilo que eu quiser aqui Não será ninguém que me vai dizer Esse tempo já sei de cor Um retrato a mais Num quadro de um pintor qualquer Teorias de um senhor capaz De conspiração Elementar a condição de tudo ter e nada ser Esse tempo já eu sei de cor… Se nada eu posso ter Aquilo que eu quiser aqui Não será ninguém que me vai dizer Esse tempo já eu sei de cor… Um segredo a mais a construir uma ilusão de tudo ser sem ter que agir Esta condição de tudo ser sem ter que agir É a pura da contradição Esse tempo já eu sei de cor… Ladrões do Tempo DONY BETTENCOURT / PAULO FRANCO / TÓ TRIPS / ZÉ PEDRO / SAMUEL PALITOS
Hoje Macau PolíticaClã – “O Tal Canal” “O Tal Canal” Adoro a tua luz, a tua cor, o teu sinal Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro a tua voz, a tua escrita, a tua oral Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro o teu olhar, teu gaguejar, teu ar fatal Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro a tua grelha, a tua taxa, o teu jornal Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal O Tal Canal (o Tal Canal) O tal canal (o Tal Canal) O tal o tal o tal o tal o Tal Canal Adoro o teu andar, teu ondular sinusoidal Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro os teus botões e etcetera e tal Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro assim ligar-te e desligar-te no final Mas o que mais adoro em ti é o Tal Canal Adoro e em geral dá-me a impressão que faço mal Mas posso lá passar sem ti, sem o Tal Canal! O Tal Canal (o Tal Canal) O tal canal (o Tal Canal) O tal o tal o tal o tal o Tal Canal Clã MANUELA AZEVEDO / HÉLDER GONÇALVES / MIGUEL FERREIRA / PEDRO BISCAIA / PEDRO RITO
Hoje Macau Eventos MancheteCCM | Décimo Festival de Cinema e Vídeo arranca a 21 de Abril São 13 filmes internacionais e 26 produções locais aquelas que vão dar vida ao ecrã do Centro Cultural de Macau. Portugueses incluem a lista, num evento que pretende chegar a todo o público [dropcap style=’circle’]A[/dropcap]rranca a 21 de Abril e vai até 5 de Junho a 10.ª edição do Festival Internacional de Cinema e Vídeo (FICV), evento de carácter anual que acontece no Centro Cultural de Macau (CCM) e traz uma selecção de projectos locais e produções internacionais. São obras provindas de mais de uma dezena de países as que se vão juntar em Macau, paralelas a um conjunto de actividades promotoras da cultura cinematográfica. Abrem as hostes a projecção de 13 filmes internacionais, que abarcam um leque que vai dos “mestres conceituados” aos “realizadores emergentes e aos destaques de festivais de cinema de autor”. Para abrir o apetite, a organização adianta que farão parte desta rubrica a exibição de “Mamã, trabalho realizado pelo jovem talento Xavier Dolan, galardoado pelo Festival de Cannes, “De Longe”, uma produção venezuelana vencedora do Leão de Ouro para Melhor Filme no Festival de Veneza em 2015, “Coração Canino”, o mais recente trabalho de Laurie Anderson que lida com a temática do amor, da paz e da perda e o inspirador documentário “Meru”, que conta uma “história triunfante”. “Jacky no reino das Mulheres”, uma comédia com Charlotte Gainsbourg no principal papel que aborda as questões de género numa perspectiva inversa, e “Festa de Despedida” e “A Façanha” são outras das películas, que trazem os temas da sobrevivência e da morte ao CCM. Mas, o evento pretende abraçar um público de todas as idades, pelo que as famílias e os mais pequenos têm a si dedicados “A Múmia do Príncipe” e “Operação Árctico”. Made in Macau Do programa fazem parte obras dos “Macau Indies” que, segundo a organização, “foca as suas lentes em perspectivas mais familiares” em que as estrelas são as produções independentes locais. A presente edição vai contar com um total de 26 trabalhos distribuídos entre curtas-metragens, animação e documentário. Nesta secção integram os nomes dos portugueses Filipa Queiroz (com “Boat People”), António Caetano Faria (com “Eric – Caminhar no Escuro”) e Catarina Cortesão Terra (com Macau – Tempo do Bambu). “As crónicas de Wu Li”, de James Jacinto, e “Uma Década de Blademark”, de Emily Chan e que retrata o percurso da banda com o mesmo nome, são outras das atracções. Os bilhetes já estão disponíveis e contam com vários preços e descontos. Para todos, mesmo todos Acompanham ainda toda a edição workshops, seminários, mostras e projecções e, como o objectivo geral é de aproximação do cinema a todos, o CCM lança ainda outro desafio: “Filme a la Minute” propõe aos interessados a criação de um filme usando como câmara o telefone numa realização com duração máxima de um minuto num período de 24 horas. Estes “tele” realizadores são ainda convidados a publicar as mini-produções na página do Facebook dedicada ao evento, sendo que o filme com mais “gostos” vencerá o desafio. As inscrições para esta rubrica terminam às 18h00 de 20 de Maio.
Hoje Macau PolíticaBoogarins – “Avalanche” “Avalanche” A maior demonstração De propagação do ser é o eco Com ele o meu grito tem força Para derrubar todos os prédios Que não me deixam ver o sol Eles não deixam eu ver o sol Que não me deixam ver o sol E eles não deixam eu ver o sol Que não me deixam ver o sol Eles não deixam eu ver o sol Que não me deixam ver o sol Para me prender nesse labirinto de tédio Boogarins FERNANDO “DINHO” ALMEIDA / BENKE FERRAZ / RAPHAEL VAZ / YNAIÃ BENTHROLDO
Hoje Macau PolíticaDJ Ride (feat. Capicua) – “Fumo Denso” “Fumo Denso” Tu fumas à janela, olho pra ti espelhado nela, A noite é longa e dentro dela, a chuva pinta uma aguarela Somos tu e eu, só tu e eu, tu e eu, só tu e eu… E é quando me tocas que eu sei. Eu sei. Porque é que eu ainda não te ultrapassei. E sei… Que nada eu que eu vivi ou viverei Pode ser maior que o nosso fogo e neste jogo todo és rei. O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume… o cheiro… E é quando me falas que eu sinto… Que as palavras são amargas como o tinto E esses lábios doces cor de vinho Só me mentem ao dizer “Eu não te minto”! E nesses olhos verdes absinto Eu só consigo ver um labirtinto. E é quando tu te calas que eu penso… Porque é que não és feito de silêncio? Dás-me um copo que eu dispenso Estendo o corpo e adormeço sono tenso, sonho intenso entre nós só fumo denso fumo denso… é só fumo denso… fumo denso… Dás-me um copo que eu dispenso Estendo o corpo e adormeço sono tenso, sonho intenso entre nós só fumo denso só fumo denso… fumo denso… é só fumo denso… Tu fumas à janela, olho pra ti espelhado nela, A noite é longa e dentro dela, a chuva pinta uma aguarela Somos tu e eu, só tu e eu, tu e eu, só tu e eu… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume, o fumo, o perfume, o cheiro… O lume… O cheiro… DJ Ride OLIVEIROS TOMÁS OLIVEIRA, ANA MATOS FERNANDES
Hoje Macau PolíticaVirgem Suta – “Ela Queria” “Ela Queria” Ela sonhava com um herói Ele playboy Tinha alta pinta de jingão Ela queria ser feliz Ele um petiz Queria apenas diversão Ela sonhava com o amor Ele estupor Achava isso uma aflição Mas algo havia entre os dois Havia pois E era para lá do bom E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Ela adorava o céu azul Ele ser cool E lançar charme para o ar Ela era tão bom coração Ele um pimpão Para com outras se embeiçar O que pra ela era bem bom Pra ele não Tanto mais tinha em que pensar Mas algo havia entre os dois Havia pois E era coisa pra durar E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou O tempo venceu o herói Tudo lhe doi E mesmo assim bem ela o quer Agora é ele que lhe diz Sou tão feliz Por ter-te aqui supermulher Ela sorri por tê-lo ali Cutchi, cutchi Tão manso, agora mimo quer E nem aquele olhar mongol De quem vê mal Esconde o brilho a irromper E o final foi bestial Tudo ligou O Dom Juan lá com o charme Romeu virou Virgem Suta JORGE BENVINDA / NUNO FIGUEIREDO
Joana Freitas Manchete PolíticaTrânsito | Macau continua sem regulação para capacetes Foi anunciado há dois anos, mas Macau continua sem um regulamento que obrigue as lojas a vender capacetes que realmente protejam a cabeça. Deverá ser este ano, diz a DSAT, mas a situação já levou um realizador local a fazer um vídeo-teste dos capacetes que por cá se vendem. Os resultados não são agradáveis [dropcap style=’circle’]M[/dropcap]acau continua sem ter qualquer regulamento que aprove capacetes para os motociclistas. Ainda que a maioria dos condutores de Macau se desloque de motociclo pelo território, por cá só existem “orientações” sobre os modelos que devem ser comprados e a aplicação de sanções no caso de o condutor não os utilizar. Em 2014, o Governo anunciou que iria estabelecer a “obrigatoriedade de uso de capacetes certificados” pelos condutores e passageiros de motociclos. Na altura, contudo, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) disse que estava “a ultimar” um regulamento administrativo para estipular os modelos de capacetes com padrões internacionais de segurança, mas nunca mais foram anunciadas novidades. Questionada pelo HM sobre o estado da situação, a DSAT garante que poderá ser para breve esta obrigatoriedade e diz que tem em conta essa necessidade. “Dado que os capacetes são aparelhos de protecção para os condutores e passageiros dos motociclos e ciclomotores, o Governo tem procedido de forma activa à elaboração de um Regulamento Administrativo de aprovação de modelos de capacetes para uso de condutores e passageiros de ciclomotores e motociclos, com vista a regular os padrões de uso deste aparelho”, começa por apontar o organismo. “O projecto do referido Regulamento Administrativo foi entregue ao departamento dos assuntos de justiça para revisão e alteração final, para poder entrar, tanto quanto possível, no processo de legislação ainda este ano.” Está a salvo? Antes de entrar em vigor este Regulamento, a DSAT lançou em 2014 um documento de “orientações sobre capacetes e respectivo uso pelos condutores e passageiros de ciclomotores e motociclos”, com o objectivo, diz, “de lembrar os utilizadores sobre a importância do uso de capacetes”. Nesse documento constam “informações sobre a estrutura, a eficácia de protecção e os padrões técnicos” reconhecidos em diversos territórios, para servirem como referência na compra destes. Mas as coisas nem sempre funcionam assim e foi isso mesmo que Kenny Leong, realizador local conhecido pelos vídeos sarcásticos que faz sobre algumas políticas e medidas do Governo, quis provar. Numa experiência em vídeo, o jovem provoca impactos em cerca de meia dezena de capacetes, sendo que dois deles são os mais comumente utilizados em Macau. Só os dois últimos – de valor mais elevado e não disponíveis em todas as lojas – conseguem mais ou menos resistir. Foi precisamente a falta de legislação que fez Kenny alertar as pessoas. “Sou condutor de motos e sabia que os capacetes à venda em Macau são uma porcaria. As pessoas não têm onde comprar a não ser nessas lojas e assumem que, como eles são vendidos a toda a gente que conduz, são bons e protegem as cabeças… é treta”, começa por dizer o realizador ao HM. “Queria alertar as pessoas de Macau. Na verdade, há muitos testes disponíveis para as pessoas verem em vídeos, mas nem toda a gente tem acesso. Por isso, decidi fazer eu um vídeo para que as pessoas possam ficar a saber disto. Especialmente quando o Governo não parece estar muito preocupado face à situação”, explica, acrescentando que “já passaram dois anos desde que o Executivo disse que iria fazer algo”. “Estou cansado de esperar e acho que devemos nós fazer alguma coisa”, termina o realizador e proprietário da Shoot and Chop, que lançou o vídeo nas redes sociais. No ano passado, Macau contava com quase 250 mil veículos, sendo que destes 52% eram motociclos.
Hoje Macau PolíticaCavalheiro – “Este Dia” “Este Dia” Nunca pensei estar aqui Nunca esperei por este dia Andei em frente e recuei Caí numa vala vazia E tudo foi acontecendo Enquanto eu fazia outros planos Agora o que tenho eu De pouco em já tantos anos? O tempo corre contra mim Tira-me tempo para mudar Eu tive tantas mais certezas De como isto ia acabar E tudo foi acontecendo Enquanto eu fazia outros planos Agora o que tenho eu De pouco em já tantos anos? Cavalheiro JOÃO FILIPE / RICADRO CIBRÃO / JOÃO COUTADA
Hoje Macau PolíticaDavid Bowie – “Lazarus” “Lazarus” Look up here, I’m in heaven I’ve got scars that can’t be seen I’ve got drama, can’t be stolen Everybody knows me now Look up here, man, I’m in danger I’ve got nothing left to lose I’m so high, it makes my brain whirl Dropped my cell phone down below Ain’t that just like me? By the time I got to New York I was living like a king Then I used up all my money I was looking for your ass This way or no way You know I’ll be free Just like that bluebird Now, ain’t that just like me? Oh, I’ll be free Just like that bluebird Oh, I’ll be free Ain’t that just like me? DAVID BOWIE
Hoje Macau PolíticaPrana – “Raiva” “Raiva” Raiva é amor mal canalizado É uma prenda enfim Que ofereço só a mim E aceito com agrado Raiva é saudade de tudo o que nunca foi teu É um tesouro achado Que estimo e que guardo Como se fosse meu E não tens de a esconder Quando ela vem Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Porque a raiva só é má Quando a alma é má também E a raiva não dá murros Não dá turras nem pontapés Quem a tem sempre a experimenta Dos 8 aos 80 e de lés a lés Porque a raiva não é feia Não é crime nem é pecado É uma fogueira ao frio Uma santa com feitio um bocadinho ao lado E não tens de a temer Quando nada corre bem Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Porque a raiva só é má Quando a alma é má também Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! Deixa toda a tua raiva em mim! E se caso com a alma Não distingo o mal do bem Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém Guarda longe essa raiva Antes que mates alguém Prana MIGUEL LESTRE / JOÃO FERREIRA / DIOGO LEITE
Hoje Macau Política“Nada Tenho de Meu” – #02 “Nada Tenho de Meu, um Diário de Viagem no Extremo Oriente” Autoria: Miguel Gonçalves Mendes, Tatiana Salem Levy, João Paulo Cuenca Montagem: Pedro Sousa Narrador: Siung Chong Desenho de Som: 1927 Audio Tema Original: Pedro Gonçalves Produção: JumpCut
Hoje Macau PolíticaSérgio Godinho – “Espalhem a Notícia” “Espalhem a Notícia” Espalhem a notícia do mistério da delícia desse ventre Espalhem a notícia do que é quente e se parece com o que é firme e com o que é vago esse ventre que eu afago que eu bebia de um só trago se pudesse Divulguem o encanto o ventre de que canto que hoje toco a pele onde à tardinha desemboco tão cansado esse ventre vagabundo que foi rente e foi fecundo que eu bebia até ao fundo saciado Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo de mim vou ao fundo do mar vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher bonita A terra tremeu ontem não mais do que anteontem pressenti-o O ventre de que falo como um rio transbordou e o tremor que anunciava era fogo e era lava era a terra que abalava no que sou Depois de entre os escombros ergueram-se dois ombros num murmúrio e o sol, como é costume, foi um augúrio de bonança sãos e salvos, felizmente e como o riso vem ao ventre assim veio de repente uma criança Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo de mim vou ao fundo do mar vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher bonita Falei-vos desse ventre quem quiser que acrescente da sua lavra que a bom entendedor meia palavra basta, é só adivinhar o que há mais os segredos dos locais que no fundo são iguais em todos nós Eu fui ao fim do mundo eu vou ao fundo de mim vou ao fundo do mar vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher vou ao fundo do mar no corpo de uma mulher bonita Sérgio Godinho
Hoje Macau PolíticaGui Amabis – “Graxa e Sal” “Graxa e Sal” Ela é simples graxa e sal Faz o mal Mas é bom Se derrete na textura De um corpo Ou da rua Gui Amabis
Joana Freitas Eventos MancheteMAM | Exposição de Robert Cahen inaugura esta sexta-feira Imagens e sons que transmitem histórias. É assim a mais recente mostra de Robert Cahen, que usa a vídeo-arte para mostrar que é possível cada um compreender a arte à sua maneira [dropcap style=’circle’]I[/dropcap]naugura na sexta-feira a mais recente exposição de Robert Cahen, no Museu de Arte de Macau (MAM). Intitulada “Transversal: Instalação Vídeo de Robert Cahen”, a mostra reúne de uma dezena de trabalhos do autor. “O famoso artista de vídeo-arte irá revelar-nos um novo mundo, através das suas interpretações e justaposições de imagens e sons”, começa por dizer o comunicado da organização, conjunta entre o MAM e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Instituto Cultural e o Consulado Geral da França em Hong Kong e Macau. Inserida no Festival Le French May, a exposição reúne 17 dos seus trabalhos realizados entre 1978 e 2015, com destaque para duas instalações utilizando elementos visuais de Macau. Através de câmara lenta – a sua assinatura – e explorando as interacções entre sons e elementos gráficos, Cohen cria uma ambiência poética servindo-se das imagens mais corriqueiras. Com técnicas de inserir, saltar, recuar, fading out e in, entre outros processos de pós-produção e alongando os tempos, o artista apresenta aos espectadores uma nova consciência sobre a realidade, indicando novos rumos para a arte vídeo. Novos espaços “Cada peça da minha arte faz uso da câmara lenta”, diz Robert Cahen, citado em comunicado. “E tenta ampliar um novo espaço entre as coisas, invisíveis entre si. Os meus trabalhos são como uma palestra aberta, na qual os espectadores acabarão por encontrar as suas próprias projecções na câmara lenta, que eventualmente será capaz de contar as suas próprias histórias.” Robert Cahen nasceu em Paris em 1945 e formou-se pelo Conservatório Nacional Superior de Música (CNSM), sendo um pioneiro tanto da música electrónica como da video-arte a nível internacional. Iniciou as suas criações ainda na década de 1970, utilizando os seus conhecimentos profissionais e métodos criativos da música para produzir vídeos, esbatendo as fronteiras entre os dois média e tornando-se uma referência mundial no campo da arte vídeo. Foi a partir de meados do século XX, com o florescimento das tecnologias, que o vídeo se tornou uma parte integrante da vida diária e é isso que “Transversal” quer mostrar. “Transversal apresenta uma selecção de 37 anos de trabalho de Cahen, incluindo ‘O Tempo Suficiente’, a aclamada obra marcante da vídeo-arte internacional da década de 1980 e as suas duas instalações que operam sobre elementos visuais de Macau, ‘5 Olhares e Aparição’.” A exposição estará patente até 20 de Setembro, sendo que a inauguração está marcada para as 18h30 de sexta-feira. Poderá ser visitada diariamente, das 10h00 às 19h00, e a entrada é gratuita aos domingos e feriados, tendo o custo de cinco patacas nos restantes dias.
Hoje Macau Política“Nada Tenho de Meu” – #01 “Nada Tenho de Meu, um Diário de Viagem no Extremo Oriente” Autoria: Miguel Gonçalves Mendes, Tatiana Salem Levy, João Paulo Cuenca Montagem: Pedro Sousa Narrador: Siung Chong Desenho de Som: 1927 Audio Tema Original: Pedro Gonçalves Produção: JumpCut
Hoje Macau PolíticaPZ – “Sem Ponta Por Onde Se Pegue” “Sem Ponta Por Onde Se Pegue” Se tens problemas com o passado Abre uma janela para o futuro Se tens problemas com o presente Quebra a tua quebra recorrente e vem Oh Malhão Malhão Parte a partitura e vem Oh Trim Tim Tim Se te encontras congestionado Expulsa o atum da narina Se te encontras amachucado Deixa o teu corpo na oficina e vem Oh Malhão Malhão Quebra a tua quebra e vem Oh Trim Tim Tim Não tenho mais Voto na matéria… Sem ponta por onde se pegue Sem ponta por onde se pegue Sem ponta por onde se pegue Não tem… PZ
Hoje Macau PolíticaMárcia e Samuel Úria – “Menina” “MENINA” Menina assenta o passo Sem medo ou manha Ou muito te passa da vida Tem que haver quem faça o que muito queira Caminha sem falsa fascinação O teu coração Ainda pára Forçando a apatia pelo medo de dançar Não se avista um dia em que um ego não destrate Uma mais bela parte Escondida em ti. Menina sê quem passa para lá da ideia Quem muito se pensa fatiga Nem vais ver quem são Sem os olhos no chão Os que andam para ver-te vencida a ti. O teu coração Sem querer dispara Força e simpatia ao Ser que te vê dançar Vai chegar o dia em que o medo não faz parte E, por muito que tarde, esse dia é teu. Desfaz o Nó Destrava o pé Desmancha a trança e avança Chocalha o chão Esquece os que estão Rasga o marasmo em ti mesma Vê corações Na cara que pões Vira do avesso esse enguiço Desamordaça a dança para te convencer O teu coração Sem querer dispara Força e simpatia ao Ser que te vê dançar O teu coração Ainda pára Forçando a apatia pelo medo de dançar MÁRCIA E SAMUEL ÚRIA